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Arquidiocese alerta sobre falso cardeal em São Paulo

Impostor tem se apresentado como funcionário de alto escalão do Vaticano e "arcebispo nomeado de São Paulo"

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 13h48 - Publicado em 19 nov 2014, 11h53

Trajando túnica e estola e com forte sotaque alemão, um novo cardeal estaria circulando por paróquias paulistanas, apresentando-se como funcionário “de alto escalão” do Vaticano e dizendo-se “arcebispo nomeado de São Paulo”. De acordo com a Arquidiocese de São Paulo, não passa de uma fraude.

Wolfgang Schuler é um senhor com cerca de 70 anos que já foi visto, entre outras igrejas, na Paróquia São Paulo da Cruz, a Igreja do Calvário (Pinheiros). De acordo com testemunhas, ele conduziu uma oração, mas não celebrou missa. Schuler chegou a escrever dedicatórias em livros católicos de fiéis, assinando como “arcebispo de São Paulo”. Não pede dinheiro. Diz apenas que foi nomeado pelo Vaticano para “investigar irregularidades no clero”.

Essa movimentação causou estranheza e preocupação ao arcebispo de São Paulo, o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer. Como alerta, ele enviou carta a cada uma das paróquias sob sua circunscrição, informando a existência do falso religioso e pedindo “que não se dê publicidade a este fato, antes que a ação da polícia possa fazer a sua parte”.

No documento, Dom Odilo afirma que Schuler já se apresentou na Diocese de Mogi das Cruzes, como ‘monge cartuxo’, e também igrejas de São Paulo, como ‘visitador apostólico’. “Usou a falsa identidade de ‘bispo de Osnabrück, Alemanha, d. Franz-Josef Bode’, assinando com esse nome. Essa diocese existe e o seu bispo, de fato, tem esse nome; mas a foto do bispo é bem outra”, alerta o comunicado.

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Na carta, o cardeal-arcebispo de São Paulo também lembra da passagem do falsário por Salvador, sob o nome de André Von Hohenzollern. Lá sua ficha é extensa. Ele chegou a celebrar missas e a se hospedar em mosteiros da capital baiana, apresentando-se como arcebispo polonês. Na primeira vez em que foi desmascarado, em 2004, Schuler foi extraditado para a Alemanha. Retornou à Bahia em 2007, quando chegou a tomar café da manhã com as irmãs do Colégio Sacramentinas. Em agosto de 2010 foi detido pela segunda vez.

A Arquidiocese de São Paulo não quis comentar o caso. Uma funcionária da Igreja do Calvário confirmou que o falso religioso esteve lá, mas o pároco, padre Rogério de Lima Mendes, não autorizou que ninguém comentasse o assunto. No documento que fez circular na arquidiocese, o arcebispo pede a quem se deparar com Schuler que informe “imediatamente” a polícia. Também deixa à disposição o telefone da Assessoria Jurídica da Mitra: (11) 3660-3700.

(Com Estadão Conteúdo)

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