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Veja como lidar com a tecnologia com as crianças

Com equipamentos como smartphones, tablets e videogames amplamente acessíveis às crianças, especialistas explicam como defnir limites, criar acordos, evitar os perigos e extrair o melhor desses dispositivos digitais

Por Silas Colombo
Atualizado em 1 jun 2017, 17h00 - Publicado em 20 mar 2015, 23h00

A melhor maneira de lidar com o acesso da criança à internet é bloquear tudo ou liberar na base da confiança?

Os filtros de conteúdo devem ser utilizados, mas eles não bloqueiam tudo, especialmente nas redes sociais. O ideal é, além de instalar esse tipo de ferramenta, explicar o que pode e o que não pode ser visto na internet e conversar constantemente sobre o tema em casa. O problema dos smartphones é que não existe para eles um controle externo eficaz. O método mais adequado é punir excessos, retirando o aparelho se for o caso. Mas a eficácia da atitude é bastante limitada, pois a criança pode navegar no telefone de um amigo.

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É correto fiscalizar os sites pelos quais meu filho navega no celular particular?

É inegável que os pais são responsáveis pela segurança dos filhos na internet, e isso inclui saber o que passa pelo seu aparelho. No entanto, como o direito à privacidade precisa ser respeitado, a tática de fiscalizar de maneira oculta deve ser usada só em último caso. O melhor é estabelecer regras claras, com medidas punitivas se elas forem descumpridas. Saber que está sendo observada contribui para o crescimento da criança. Desenvolver uma rede de confiançades de a infância ajuda em situações futuras, como os primeiros passeios na adolescência com os amigos, por exemplo.

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Como ensinar a usar o smartphone de modo útil, e não apenas para entretenimento?

Nove em cada dez crianças que têm um telefone móvel o usam prioritariamente parabrincar com joguinhos. E cerca de 60% delas, para ouvir música. Primeiro, os pais devem determinar em que momento e porquanto tempo os filhos estarão liberados para se dedicar a tais atividades. Outra dica para alterar esse quadro é mostrar que o aparelho possui outras funções, como fazer pesquisas e transmitir recados. E, finalmente, deve-se evitar dar o mau exemplo. O hábito de estar sempre ao lado do smartphone é um reflexo do comportamento dos adultos, que utilizam o celular constantemente perto das crianças.

Tecnologia criança
Tecnologia criança ()

  

Passar muito tempo na frente do tablet prejudica a postura da criança?

Sim. O problema também é comum em adultos, mas nas crianças isso é ainda mais grave. A cabeça de uma pessoa de 7 a 9 anos tem, em média, 3,5 quilos. Quando inclinada para a frente, o peso é multiplicado por cinco. Assim, o principal impacto ocorre nas vértebras do pescoço, que recebem uma força desproporcionalao esperado, o que pode provocar deformidades ou desalinhamentos. Para complicar, o uso prolongado desses aparelhos é responsável por causar tendinites nos dedos das mãos e irritação nos olhos.

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Qual a forma adequeada de estimular a prática de atividades externas sem criar conflitos cansativos?

Estabelecer um tempo limite diário parao uso de aparelhos como smartphone,tablet, videogame e televisão. Crianças não nascem sabendo se divertir sozinhas.Também é papel dos adultos mostrar que existem outros tipos de brincadeiras até mais interessantes que as digitais. Em casos mais avançados de “falta de vontade”, os conflitos serão inevitáveis, mas mnecessários e indispensáveis até melhorara situação.

Devo confiscar o celular na hora de dormir?

Para a criança, o aparelho deve servir quase exclusivamente para comunicação com a família e, em momentos adequados, entretenimento. A hora de dormir não se inclui em nenhuma dessas duas situações. Assim, uma ideia simples é deixar o aparelho carregando em outro cômodo. Por outro lado, o sistema de confiança também pode ser aplicado aqui. Se o combinado for não usar o telefone na hora de dormir, não haverá problema em mantê-lo quieto na cabeceira. Se o trato for descumprido, o celular deverá ser obviamente confiscado.

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O uso prolongado do videogame afeta a capacidade de socialização?

Se forem utilizados com parcimônia, muitos games são socializantes por ser compartilhados em rede ou com outros amigos. O problema é justamente o uso prolongado. Nesses casos, uma sugestão é observar o que leva a criança a se sentir mais feliz quando está jogando. Um trunfo para reverter o quadro e iniciar um processo de socialização é convidar os amigos do filho para irem em casa, ainda que seja para brincar no aparelho. Naturalmente, com o tempo, esse círculo vai se engajar em outras atividades de grupo.

Tecnologia criança
Tecnologia criança ()

Jogos violentos como Grand Theft Auto (GTA) devem ser proibidos ou permitidos com monitoramento?

Esses games, por definição do próprio fabricante e de órgãos reguladores, não são indicados para crianças. É importante, porém, explicar o porquê da proibição. Essa é uma boa oportunidade para ensinar valores morais aos filhos. Existem vários outros títulos adequados à faixa etária e que, além de atuar como passatempo, contribuem para o aprendizado e o desenvolvimento.

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A aplicativo Snapchat é recomendado para crianças?

Não. Em seus próprios termos de uso é indicada a idade mínima de 13 anos. Sua principal funcionalidade é fazer com que mensagens, fotos e vídeos sumam alguns segundos depois de enviados, o que estimula a desinibição e dificulta a fiscalização. Ainda assim, é possível fazer o print screen da tela e, teoricamente, prejudicar um desavisado que confiou no sigilo da ferramenta. Existe uma versão especial para crianças, o SnapKidz, que permite tirar fotos e desenhar nelas, mas sem a opção de enviar ou receber material.

Quais os melhores aplicativos educacionais gratuitos?

Uma boa parte das ferramentas com função pedagógica criadas para smartphones e tablets busca transformar as lições de alfabetização e introdução às operações básicas da matemática em brincadeira. No entanto, professores, pedagogos e psicólogos advertem que, mesmo que esses aplicativos tenham um aspecto educativo, seu acesso deve ser controlado pelos pais. Confira alguns exemplos abaixo:

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Som Animal: apresenta fotos e sons emitidos por bichos, como cachorro, gato e galinha. O joguinho ainda ensina o nome dos animais em inglês. Disponível para iOS.

Tabuada de Multiplicar: lista as tabelas de multiplicação para ajudar a garotada a decorar a tabuada. Inclui um joguinho para testar se o conteúdo foi fixado. É possível escolher entre três níveis de dificuldade. Disponível para iOS.

Aprender a Ler: ensina crianças de 4 a 8 anos a ler e a escrever de forma gradual e muito engraçada, sem a ajuda de um adulto. Em uma das funções, por exemplo, aparece uma palavra e o usuário escolhe a figura correspondente a ela. Disponível para iOS.

Você Consegue?: auxilia no aprendizado da tabela periódica e traz informações sobre os elementos químicos. Existem quatro níveis (fácil, médio, difícil e muito difícil) para testar os conhecimentos na disciplina. Disponível para Windows Phone.

Kids: o aplicativo conta com um mix de jogos. Em alguns deles, ensinam-se as cores, os números, os animais e as formas geométricas. As crianças também podem brincar com passatempos típicos da infância, como jogos da memória, quebra-cabeças e figuras para pintar. Disponível para Android.

Fontes: Andréa Jotta (psicóloga e pesquisadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP), Henrique Sodré (médico e professor de ortopedia pediátrica da Unifesp), Marina Andrade (psicóloga especializada em dependência na internet) e Roberta Vilhena (pedagoga e socióloga especializada emtecnologia na educação infantil)

 

 

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