Esmeralda Antunes: “Estou a caminho da cura”
Aposentada de 83 anos luta contra o câncer há cinco
“Sou casada há 54 anos, tenho quatro filhos e cinco netos — uma família maravilhosa. Ainda bem, a doença só apareceu cinco anos atrás, quando todos já estavam encaminhados. Eu vinha perdendo sangue pelas fezes e minha primogênita, que é médica hematologista, me levou para fazer uma colonoscopia. Foi diagnosticado um tumor no intestino, com metástase no lado externo do pâncreas, no fígado e nos pulmões. Recebi bem a notícia. Para mim, o que é, é. Nenhuma reação mudaria a realidade. Mas sabia que o câncer avança rápido e não quis perder tempo. Três dias depois do exame, já estava na mesa de cirurgia. Perdi 13 centímetros de intestino — hoje, esse pedaço não faz a mínima falta. Tinha a esperança de seguir o tratamento sem quimioterapia, apenas com comprimidos. Queria um processo menos agressivo. Infelizmente, não foi possível. Passei por 54 sessões de químio seguidas, com intervalos de no máximo três semanas. Tive poucos efeitos colaterais. Meu organismo reagiu muito bem. Porém, por causa do cateter por onde a medicação entra, tive uma grave trombose. Tomarei anticoagulante pelo resto da vida e, mensalmente, volto ao hospital para lavar o
cateter, que não está em uso. Tenho a esperança de retirá-lo um dia, mas isso só ocorrerá quando meu médico tiver certeza absoluta de que não precisarei mais usá-lo. Terminei a químio há pouco mais de um ano e o câncer não voltou a se manifestar. Estou a caminho da cura.”
+ A vida depois do diagnóstico de câncer
Hospital Sírio-Libanês
O centro de oncologia existe desde 1998 e ocupa quatro andares do hospital. Seus 120 profi ssionais estão sob o comando do oncologista Paulo Hoff, também diretor do Instituto do Câncer
Pacientes atendidos por ano: 6.600
Novos casos por ano: 3.600
Sessões de quimioterapia por ano: 11.000
Número de cirurgias oncológicas por ano: 3.200
Porcentual de atendimentos pelo SUS: nenhum
Há espera para consulta? Sim, de uma a quatro semanas (tel.: 3155-0200)
Avanços e novidades: único na América Latina, o equipamento de radioterapia Novalis TX começará a ser usado em duas semanas. Ele substituirá o aparelho utilizado no Sírio-Libanês há dez anos. A nova máquina, que une tecnologias americana e alemã, custou 6 milhões de reais e realiza tratamentos em um terço do tempo dos convencionais.
Por ter as menores lâminas do mercado, permite que o feixe de radiação atinja o tumor com maior precisão, minimizando os danos aos tecidos sadios. A mesa em que o paciente se deita movimenta-se para os lados, para cima e para baixo, como um avião. “Isso permite o ajuste da pessoa e, consequentemente, do tumor, para não haver erro de irradiação”, explica o médico João Luis Fernandes da Silva. Outra novidade é a “brain suit”, sala de cirurgia interligada a uma máquina de ressonância para a operação de tumores cerebrais.