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Empresas e prefeitura investem em ações para incentivar uso de bicicletas

Já são 300 000 paulistanos que usam a bicicleta diariamente como meio de transporte

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Moradora do bairro de São Mateus, na Zona Leste, a vendedora Luciene Souza de Oliveira perderia uma hora e meia no trânsito se fosse de carro para o trabalho, no Shopping Frei Caneca. Caso optasse pelo transporte público, a situação seria ainda pior. Ela passaria duas horas dentro do ônibus. A solução foi pedalar. Há seis anos, Luciene começou a driblar os congestionamentos pilotando uma bicicleta. Faz o trajeto entre sua casa e o shopping em 45 minutos. “Venho com uma roupa mais confortável e me troco assim que chego à loja”, conta. “Mesmo quando chove, é só colocar uma capa e levar uma toalhinha na bolsa.” Ela faz parte de um grupo estimado em 300 000 paulistanos que diariamente usa a bicicleta como meio de transporte.

Embora os ciclistas não sejam vistos como prioridade quando se discutem soluções para o trânsito – a ampliação das ciclovias não foi sequer incluída entre a série de medidas anunciadas recentemente pelo prefeito Gilberto Kassab para tentar amenizar os horrores do tráfego –, alguns órgãos públicos e principalmente empresas privadas começam a prestar atenção nesse grupo. A seguradora Porto Seguro, por exemplo, inaugurou um sistema de empréstimo inspirado nos projetos Velib, de Paris, e Bicing, de Barcelona. Clientes da companhia podem usar as bicicletas disponíveis em sete estacionamentos da rede Estapar. “O alcance ainda é pequeno, mas mostra que a bicicleta está deixando de ser apenas um instrumento de lazer”, afirma o cicloativista Arturo Alcorta, que assessorou a Porto Seguro na montagem do projeto. Bicicletários foram instalados também em alguns estacionamentos da Estapar. Os segurados pela Porto Seguro desfrutam o benefício gratuitamente. Os demais clientes pagam 2 reais por doze horas. Algumas empresas vêm implantando bicicletários e vestiários para seus funcionários. O publicitário João Guilherme Lacerda gasta vinte minutos para ir de casa, em Perdizes, ao escritório, no Butantã. “Poderia ir de táxi, mas prefiro a bicicleta porque é mais rápida e mais saudável.”

Os ciclistas paulistanos dispõem de 19 quilômetros de ciclovias dentro de parques. Nas ruas, ficam apenas 4,5 quilômetros. “Até o fim do ano, vamos inaugurar mais 19,2 quilômetros”, diz Laura Ceneviva, coordenadora do Grupo Pró-Ciclista, departamento responsável pelo sistema cicloviário paulistano. Desde 1990, uma lei municipal prevê a instalação de ciclovias em todas as novas ruas da cidade. Não é o que acontece. “A bicicleta é ideal para distâncias inferiores a 5 quilômetros”, afirma Eric Fernandes, coordenador do Instituto de Energia e Meio Ambiente. “A partir disso, o carro e o transporte público levariam vantagem, porque são mais rápidos.” São Paulo inverteu essa lógica. Por aqui, nos horários de pico, os automóveis atingem a velocidade média de 22 quilômetros por hora. É a mesma velocidade de um ciclista amador.

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