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Emicida se prepara para tocar no festival Coachella

Após construir carreira em batalhas de MCs, rapper paulistano é convidado para evento na Califórnia

Por Giovana Romani
Atualizado em 5 dez 2016, 18h19 - Publicado em 28 jan 2011, 23h46

Falta pouco mais de uma hora para o início do show. Na bilheteria, já não há ingressos disponíveis e ainda tem gente tentando descolar um jeito de entrar. Às 22 horas, a Choperia do Sesc Pompeia está lotada à espera da estrela da noite. “Aqui é a rua, e a rua…”, diz a voz ao microfone, ainda sem aparecer no palco. “…É ‘nóis’”, completa a plateia em coro. Logo o rapper Emicida surge para entoar as rimas que estão na ponta da língua dos fãs.

+ Confira trechos de quatro músicas de Emicida

A apresentação realizada no último sábado (22) pode ser encarada como um aperitivo do que o cantor vai mostrar em abril no Coachella, prestigiado festival de música da Califórnia. Divulgada na semana passada, a lista de atrações do evento conta também com nomes como The Strokes, Kings of Leon, Arcade Fire e Kanye West. “Agora estou correndo atrás de passaporte e visto”, diz Leandro Roque de Oliveira, de 25 anos. “Nunca saí do Brasil.” Leandro tornou-se Emicida ainda adolescente, quando começou a participar de batalhas de freestyle — competições em que rappers se desafiam por meio de rimas improvisadas. As vitórias sucessivas lhe renderam o apelido de Emicida (referência a “homicida”). “Virei o matador de MCs”, afirma. Sua fama de mau para por aí.

As rimas de Emicida carregam a história e as referências de Leandro. Ele cresceu entre o Jardim Fontalis e a Vila Medeiros, na periferia da Zona Norte. Ficou órfão de pai aos 6 anos. Dele, herdou uma coleção de vinis. “Foi meu primeiro contato com a música.” A mãe, hoje aposentada, criou os quatro filhos trabalhando como empregada doméstica e auxiliar de enfermagem.

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Na escola, preferia rimar a estudar. Tornou-se imbatível entre os colegas e passou a frequentar as competições de rap que ocorriam em frente ao metrô Santa Cruz, nas noites de sábado. Também não teve para ninguém. Em 2006, foi ao Rio de Janeiro para participar da maior batalha do gênero. Ganhou 1.000 reais e uma carreira.

De lá para cá, produziu e distribuiu dois CDs independentes, as “mixtapes”. Calcula ter vendido cerca de 20.000 cópias a 2 reais cada uma. “É a maneira mais honrosa de construir uma carreira”, acredita. “Nenhuma gravadora apresentou proposta melhor.” Considerado a grande revelação do rap nacional, Emicida conquistou a crítica e uma turma de fãs heterogênea. Ele conta que, desde a primeira vez em que saiu de sua vizinhança, decidiu que precisava ir mais longe. “Só não sabia como fazer isso.” Parece que descobriu — o primeiro carimbo no passaporte vem aí.

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