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Traficante que negociou com Pablo Escobar é preso no Guarujá

Mário Sérgio Machado Nunes era procurado pela Interpol desde 2013; ele atuava na distribuição de cocaína em 27 países e chegou a construir um submarino para transportar a droga

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h03 - Publicado em 19 set 2015, 12h59

Procurado pela Interpol por ser um dos maiores traficantes de drogas do mundo, capaz de financiar a construção de um submarino para transportar cocaína e apontado como um dos poucos traficantes que negociaram diretamente com o colombiano Pablo Escobar na década de 1980, Mário Sérgio Machado Nunes, o Goiano, de 59 anos, foi preso na tarde de sexta (18) em um condomínio de luxo, no Guarujá, litoral paulista.

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Segundo as investigações do Departamento de Narcóticos (Denarc), Goiano estava no Brasil desde o ano passado. Ele fugiu de uma prisão, em Cabo Verde, na África, em 2013, quando passou a fazer parte da lista de procurados da Interpol.

O delegado Alberto Matheus disse que o traficante atuava como avalista da cocaína que era enviada para países africanos, principalmente África do Sul. Segundo ele, Goiano garantia o embarque da droga em contêineres. “Ele não colocava a mão na droga, mas comandava toda a parte administrativa do tráfico. Se o comprador não tivesse o dinheiro suficiente, ele pagava e recebia depois”, disse.

Os investigadores chegaram até Goiano durante uma apuração de venda de drogas no bairro de Moema, na zona sul de São Paulo. Com ele, foram apreendidos documentos de identidade falsos, munições e celulares. Segundo o Denarc, o traficante fez diversas cirurgias plásticas para montar disfarces para enganar a polícia.

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Goiano é investigado pela Polícia Federal há cinco anos. Ele é apontado como líder de uma quadrilha internacional que atua na distribuição de cocaína em 27 países, como Holanda, Estados Unidos, China, Uruguai, Bélgica, Espanha, França, África do Sul, Itália, Coreia do Sul, entre outros.

O acusado seria credor do chefe da quadrilha Los Urabeños, o mexicano Henry de Jesús Lopez Londoño, conhecido como Ninja, e considerado o maior fornecedor de cocaína do cartel Los Zetas, que atua no México e é ligado a grupos colombianos. Ele foi preso em outubro de 2012, em Buenos Aires, na Argentina.

A PF diz que o bando tinha tentáculos em todos os continentes. Goiano, ainda segundo as investigações, financiou a construção de um submarino, na África do Sul, que seria usado exclusivamente para o tráfico de drogas. O projeto não deu certo, mas ele investiu pelo menos US$ 20 milhões. Ninja contribuiu com US$ 5 milhões. A quadrilha também pretendia comprar um avião da Boeing para transportar drogas.

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A polícia apurou que seu grupo tinha os mesmos princípios de uma organização empresarial. Eram utilizados diversos mecanismos contábeis, comerciais e cambiais para obter o maior lucro possível e a redução constante de custos.

Em 2012, a Polícia Federal deflagrou a Operação Águas Profundas e prendeu seis acusados de integrar a quadrilha. Goiano conseguiu escapar dos agentes federais, mas acabou detido na África, no ano seguinte.

A Justiça Federal bloqueou vários bens da quadrilha no país. Estão inclusos o sequestro de 46 imóveis (um hotel, nove fazendas, uma chácara, seis casas, 26 lotes, quatro apartamentos na praia, cinco apartamentos e um boxe de garagem), avaliados em aproximadamente 100 milhões de reais, além de dezenas de veículos e dinheiro em contas bancárias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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