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Docentes organizam protesto na casa de Doria no Dia do Professor

Categoria é contrária ao plano do tucano de expandir vagas apenas por meio de unidades conveniadas e não diretas, ou seja, construídas pela prefeitura

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 15h13 - Publicado em 13 out 2016, 09h33

O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), já enfrenta resistência para as suas propostas na área da Educação e sofrerá no sábado (15) o primeiro protesto de professores e o segundo desde que foi eleito – o primeiro, na quinta-feira da semana passada (6) foi organizado por ciclistas. A categoria é contrária ao plano do tucano de expandir vagas apenas por meio de unidades conveniadas e não diretas, ou seja, construídas pela prefeitura.

+Dez metas para a prefeitura: as mudanças da gestão de João Doria

Aprovados em um concurso do ano passado para a educação infantil professores temem não ser chamados para assumir o cargo, pois a ampliação de vagas deve ocorrer apenas na rede conveniada. O edital previa o preenchimento de ao menos 600 postos, mas, com a promessa de aumento de vagas nessa etapa de ensino, muitos candidatos acreditaram que o número de convocados seria bem maior. 

A gestão de Fernando Haddad (PT) convocou, no início de agosto, 1.249 candidatos aprovados – mesmo assim, a rede municipal ainda tem um déficit de professores efetivos, ou seja, concursados, de 1 300 na educação infantil. 

“A expectativa é de que fossem chamar muito mais professores, muita gente apostou nesse concurso e se frustrou. É triste porque são pessoas preparadas, com vontade de trabalhar, e vão ficar de fora”, disse uma professora de 28 anos que pediu para não ser identificada. Ela e outros cerca de cem candidatos organizam um ato no sábado, Dia do Professor, na frente da casa de Doria para que ele considere a abertura de novas creches diretas e a convocação de mais docentes.

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Ela também disse que os professores se preocupam com a expansão das vagas apenas na rede credenciada por conta da qualidade da educação oferecida às crianças. “Normalmente, essas creches são menores, menos equipadas, os professores trabalham mais horas. É ruim para as famílias a expansão dessa forma.” 

Doria já anunciou que quer fazer parcerias com empresas para a abertura de creches em estações de metrô e terminais de ônibus. A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos e o Metrô informaram que “estão à disposição” do prefeito eleito para discutir a questão. 

Qualidade

Para Anna Helena Altenfelder, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação (Cenpec), para solucionar e zerar a fila de espera por creche, a futura gestão não pode negligenciar a qualidade da educação ofertada. “Educação infantil é mais sério do que muita gente pensa, tem de garantir que as crianças tenham professores preparados e espaço adequado para a brincadeira e a aprendizagem.”

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Segundo Anna Helena, a instalação de creches em estações de Metrô deve ser bem avaliada porque as crianças dessa faixa etária precisam de ambientes externos e amplos para brincar.

Secretário da Educação

O educador Mozart Neves Ramos é o mais cotado para assumir a secretaria da Educação na gestão do prefeito eleito João Doria (PSDB). Ele é diretor de Inovação e Articulação do Instituto Ayrton Senna, que tem parceria com o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), fundado por Doria.Com currículo extenso na área de educação, Ramos é considerado pela equipe do tucano como um “nome de peso” e “notável” em sua área de atuação – perfil que Doria busca para compor seu secretariado.Viviane Senna, presidente do instituto e irmã do piloto Ayrton Senna, é amiga pessoal de Doria. Durante a campanha eleitoral, Ramos contribuiu com a equipe para montar o capítulo de educação do programa de governo.Em maio, Ramos havia sido cotado para assumir o Ministério da Educação (MEC) na gestão Michel Temer. Fontes ligadas ao prefeito eleito disseram que ele quer que os principais cargos de seu governo – como Educação e Saúde – sejam ocupados por nomes com status “ministerial”.Ramos foi presidente do Movimento Todos pela Educação, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e secretário de Educação de Pernambuco entre 2003 e 2006, nas gestões de Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Mendonça Filho (DEM), atual ministro da Educação. Químico de formação, ele defende em entrevistas a valorização da carreira dos professores como uma das principais soluções para os problemas da educação e a parceria do poder público com o terceiro setor para a área. Procurado, Ramos disse ainda não ter falado com o prefeito eleito e afirmou que não recebeu nenhum convite. “Não está na minha cabeça, não está nos meus planos.”

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