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Dilma reconhece crise e diz que país precisará de ‘remédios amargos’

No discurso desta segunda (7), veiculado em sua conta oficial do Facebook, a presidente falou em 'reavaliar medidas' e reduzir custos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h05 - Publicado em 7 set 2015, 17h07

Em vídeo postado em suas redes sociais, como estratégia para evitar os panelaços, a presidente Dilma Rousseff fez um discurso de mea-culpa, reconhecendo a gravidade da crise e, ao mesmo tempo, pedindo união e tolerância para fazer a “travessia”. “Se cometemos erros, e isso é possível, vamos superá-los e seguir em frente”, disse a presidente, vestida com um terno azul claro e com um quadro em tons de azul ao fundo. “As dificuldades são nossas e são superáveis. O que eu quero dizer, com toda a franqueza, é que estamos enfrentando os desafios, essas dificuldades, e que vamos fazer essa travessia.”

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A presidente lembrou que há dificuldades na economia pelo mundo, mas admitiu também que a crise é consequência da estratégia do governo brasileiro nos últimos anos. “As dificuldades e desafios resultam de longo período em que o governo entendeu que deveria gastar o que fosse preciso para garantir o emprego e a renda do trabalhador, a continuidade dos investimentos e dos programas sociais. Agora temos de reavaliar todas essas medidas e reduzir as que devem ser reduzidas.”

Dilma afirmou que a situação exige “remédios amargos”, mas “indispensáveis”. “As medidas que estamos adotando são necessárias para botar a casa em ordem, reduzir a inflação, por exemplo”, reforçou. E, em diversos momentos, destaca que a saída é a união do povo. “O esforço de todos nós é que vai nos levar a superar esse momento”, disse em um trecho do discurso. “Devemos, nessa hora, estar acima das diferenças menores, colocando em segundo plano os interesses individuais ou partidários.”

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Em dia de novos protestos contra seu governo, tanto de movimentos pró-impeachment quanto de movimentos sociais que criticam o ajuste fiscal com cortes em programas de moradias, Dilma apareceu em um vídeo em que não há qualquer tom de vermelho, cor do PT.

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Em sua fala, Dilma se colocou como a liderança adequada para conduzir o país na saída da crise. “Me sinto preparada para conduzir o Brasil no caminho de um novo ciclo de crescimento, ampliando as oportunidades para nosso povo subir na vida, com mais e melhores empregos”, afirmou.

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A presidente reiterou as conquistas dos últimos doze anos, sem contudo citar sua legenda. Lembrou que milhões foram tirados da miséria e alçados à classe média, mas lembrou que ainda há muito a se fazer, por exemplo, na educação, e que isso passa por correções na economia. Destacou  que não abrirá mão da “alma e caráter” de seu governo, que é gerar oportunidades via programas sociais. “Nenhuma dificuldade me fará abrir mão da alma e do caráter do meu governo. A alma e o caráter do meu governo é assegurar, neste país de grande diversidade, oportunidades iguais para a nossa população. Sem recuos, sem retrocessos.”

Veja o vídeo na íntegra:

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Independência

Aproveitando a data comemorativa, Dilma elogiou a capacidade do brasileiro de “lutar e conviver com a diversidade, tolerante em face às diferenças e respeitoso na defesa de ideias”. Segundo a presidente, a população deve permanecer “firme na defesa da maior conquista alcançada e pela qual devemos zelar permanentemente: a democracia e a adoção do voto popular” – referência também à legitimidade de seu mandato, conquistado nas urnas.

Dilma encerrou a mensagem dizendo que a independência “acontece todos os dias” e exaltando a autoestima do povo. “Hoje, mais do que nunca, somos todos Brasil.”

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Refugiados na Europa

O drama dos refugiados na Europa também foi tema de sua fala. Dilma lembrou a imagem do menino sírio Aylan Kurdi, de apenas 3 anos, cujo corpo foi encontrado em uma praia turca, dizendo que comoveu a todos e deixou um desafio para o mundo. A presidente reiterou disposição do governo brasileiro “de receber aqueles que, expulsos de suas pátrias, para aqui queiram vir, viver, trabalhar e contribuir para a prosperidade e a paz do Brasil”.

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“Nós, o Brasil, somos uma nação que foi formada por povos das mais diversas origens, que aqui vivemos em paz. Mesmo em momentos de dificuldade, de crise, como a que estamos passando, teremos os nossos braços abertos para acolher os refugiados”, afirmou, destacando uma posição política do país e também mostrando em paralelo que a situação do Brasil não é tão grave em face a tragédias que acontecem pelo mundo.

Edinho

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou que o fato de o pronunciamento de Sete de Setembro da presidente ter sido divulgado apenas pela internet, em redes sociais, é uma forma de valorizar outros modos de comunicação que não seja a televisão. “Eu e a presidente Dilma concordamos que temos de valorizar todos os modais e as redes sociais são importantes.”

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Edinho evitou comentar que a falta de um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão durante o feriado esteja relacionada aos possíveis protestos e panelaços que pudessem ocorrer. “É importante a convocação de rede de tevê, mas isso não pode ser banalizado. E também não significa que não terão novos pronunciamentos”, concluiu.

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