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Quatro perguntas para a curadora Denise Mattar

Ela assina a exposição de Mário de Andrade, em cartaz nos Correios, e está prestes a inaugurar a mostra de Ismael Nery, na Galeria Almeida e Dale

Por Julia Flamingo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h33 - Publicado em 19 out 2015, 12h58

Vinte mil cartas estão espalhadas na entrada de uma das salas do Centro Cultural Correios. Elas fazem parte da exposição Cartas do Modernismo, criada pela paulistana Denise Mattar, que reproduziu várias das correspondências entre Mário de Andrade e outros destaques do modernismo como Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Malfatti e Cândido Portinari. A curadora vem assinando várias exposições por São Paulo, como Jandyra Waters, que acaba de encerrar na Galeria Almeida e Dale, e Ismael Nery, que começa dia 28 de outubro na mesma galeria.

Em cartaz até 15 de novembro, a mostra Cartas do Modernismo apresenta também telas de artistas visuais do período, assim como fotografias, desenhos e vídeos. No próximo dia 24, será distribuído o catálogo da mostra no local, contendo algumas das cartas do público. Nesse dia, Denise fará uma visita guiada aberta ao público, às 11h.

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Confira a seguir a conversa da curadora com a VEJA SÃO PAULO:

Qual período ou estilo na arte que você mais gosta de trabalhar em suas curadorias?

As exposições que mais gostei de fazer, foram aquelas que misturei o antigo com o novo, sem considerar períodos específicos. Acho uma delícia poder fazer conexões entre artistas de épocas diferentes, de estilos diferentes, e perceber que os pensamentos deles se encontravam. Eu gosto de arte. Por isso, dizer que gosto mais de um ou de outro assunto é mentira!

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7- Tarsila, Chapeu Azul
7- Tarsila, Chapeu Azul ()

Mas você tem feito muitas exposições sobre o modernismo, não é? Nos últimos dois anos, você curou mostras sobre Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Alberto da Veiga Guignard, todos modernistas. Você se considera uma especialista no assunto?

Tenho feito muitas mostras na Galeria Almeida e Dale, que adora os modernistas. Estamos com uma relação ótima, e tenho sido chamada para fazer essas e outras exposições (inclusiva, a próxima é do Ismael Nery, que começa no dia 28). Já havia feito algumas exposições sobre o tema no final dos anos 90, e logo depois fui convidada pela Maria Adelaide Amaral para ser consultora da série Um Só Coração. Virei uma especialista, sim, porque tenho me debruçado muito no tema e estudado profundamente. Mas adoro fazer exposições de contemporâneos e poder conhecer os artistas.

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Di Cavalcanti
Di Cavalcanti ()
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Como teve a ideia da exposição Cartas do Modernismo?

Um amigo estava fazendo um curso na USP ao mesmo tempo eu que eu pensava em um projeto para a Caixa Cultural do Rio, em 2012. Ele fazia uma matéria que falava muito sobre as cartas de Mário de Andrade, e me contava sobre elas. Foi aí que entrei em contato com o IEB (Instituto dos Estudos Brasileiros), da USP, e descobri que eles têm uma coleção imensa de Mário. Todas as cartas que ele recebeu estão lá. Eles também tentaram recuperar as correspondências que ele enviou para personagens como Anita Malfatti, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral. As do Di Cavalcanti eles nunca acharam, ele era um desorganizado, e só não perdia a cabeça porque era grudada no pescoço!

Brecheret
Brecheret ()

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Entre as 20 000 correspondências de Mário de Andrade, o que você escolheu trazer para a exposição?

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Mário tinha fissura por escrever cartas, e as enviava muito mais do que recebia. Existem várias cartas de amor para Tarsila do Amaral, outras com tom protetor para Carlos Drummond de Andrade e algumas que enaltecem seu amigo Cândido Portinari. Escolhi as que achei mais relevantes e bonitas para serem impressas e também gravadas por um artista para serem ouvidas. Coloquei na exposição uma reprodução de uma carta para Henriqueta Lisboa de tem catorze páginas. Mas além disso tem muito material produzido por ele, como fotografias e desenhos, que também contam quem ele foi.

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