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Dia das namoradas

Por Ivan Angelo
Atualizado em 5 dez 2016, 17h04 - Publicado em 23 jun 2012, 00h51

Agora que passou o Dia dos Namorados, vamos pensar no dia das namoradas. Quando o caso é de amor, um dia é pouco para elas. Pouco para abrigar a responsabilidade de ter um amor. Senhores, é necessário uma reserva de tempo para cuidar direito de uma namorada. Não se consegue acumular em apenas um dia a carga de cuidados que alimenta a pilha do amor. Porque a pilha está sempre ligada, o amor é voraz consumidor de energia. Sem um sistema contínuo de recarga ele não anda, fica sem luz, não manda mensagens.

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Não há Facebook que dê conta de um amor. Mandem mensagens, torpedos, e-mails, falem com ela, tentem telepatia quando não houver sinal, comprem um satélite — mas não deixem de falar com ela no dia das namoradas. Quando o caso é mesmo de amor, 364 dias bastam. Não se esqueçam, senhores, dos anos bissextos! De quatro em quatro anos, carreguem a pilha para mais um dia. Como proceder no Dia dos Namorados? Que dividam o prato, o vinho, o chocolate, o beijo, em comemoração de mão dupla: um dando ao outro o que recebe, com o maior prazer.

Porém, se a namorada insistir, como é hábito delas nesse dia especial, capitulem, senhores, cedam a ela o comando, deixem-se ficar no sofá, gostosões, inundados de beijos. Mas compensem nos 364 dias dela. Não há presente melhor nos 364 dias das namoradas do que dar-se. Deem-se. O dar-se, senhores, não elimina a graça de um presentinho. Cada encontro merece um. Quando se é casado com a namorada e o encontro é diário, a graça fica uma graça se for diária.

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É só um recado: me lembrei de você. Pode ser uma flor, e basta uma, um vidrinho de esmalte, um brigadeiro, uma aposta mínima na Mega-Sena com sua dose de sonhos fugazes, um bombom, um DVD pirata, uma revista, uma calcinha de liquidação, uma presilha de cabelo, um par de meias soquete, um sabonete gostoso, uma caixinha de clipes coloridos, um carro zero, qualquer coisa que dê seu recado.

Se o caso é realmente de amor, o gasto de energia é pena branda aos olhos do condenado. Sim, quantos neurônios em confusão, quantas lições atrapalhadas, quanto trabalho refeito, quanta desatenção nas conversas, cenas perdidas no cinema, poemas recomeçados, atrasos — mas, ah, quantas compensações oferece a namorada.

Nesses 364 dias das namoradas, se de fato houver amor, e quanto a isso não pode haver dúvidas, há que polir a pedra das relações, preciosa! gastar o ralador em que os apaixonados se ralam e se ferem, abrandar as paixões até surgir o amor na superfície agora lisinha, boa de encostar e de passar a mão. Isso se faz dividindo em mínimas pílulas diárias a irritação que possa haver de alguma cobrança, porque as namoradas são boas nisso, a irritação de alguma recusa, porque as namoradas têm vida própria, ou de discordâncias, porque as namoradas têm opiniões.

Insisto: em caso de amor, senhores, não hesitem em comunicar-se ao menor sinal de saudade. Telefonem, que é dia dela. Acordem a namorada, acordem a casa, o sogro, o cachorro, mas telefonem e digam: eu te amo, ou coisa mais simples: sabe, né nada não, estou ligando porque bateu uma saudade

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