Corsos: os desfiles de automóveis no Carnaval
Prática surgiu no Brasil na segunda metade do século XIX e foi se perdendo a partir dos anos 30
Os corsos, desfiles de carruagens no Carnaval, surgiram no Brasil na segunda metade do século XIX. A chegada dos automóveis, décadas depois, serviu de estímulo extra para a folia. Os grupos fantasiados se penduravam sobre os carros e atiravam buquês, confetes e lança-perfumes (à época, ainda permitidos) uns nos outros, em uma reprodução das batalhas de flores típicas de festas europeias, como a de Nice, na França.
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Tratava-se de uma diversão típica da elite: as principais avenidas da cidade eram destinadas apenas aos veículos motorizados, e o Carnaval de pé no chão, das classes mais baixas, ficava restrito a horários específicos, definidos pelas autoridades públicas. A partir dos anos 30, com a popularização dos modelos, a prática foi perdendo seu caráter exclusivo e, aos poucos, desapareceu. A foto, de 1938, na Avenida São João, no centro, é do livro “Meu Carnaval Brasil” (Aprazível Edições, com edição de Leonel Kaz e Nigge Loddi) e mostra a fase final desse gênero de desfile. Na época, os conversíveis começavam a se tornar mais raros e a capota dos bólidos praticamente inviabilizava a brincadeira.