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Conforto no ar

Cerca de 600 dessas máquinas cruzam os céus de São Paulo todos os dias. As mais cobiçadas custam de 6,5 milhões a 12 milhões de dólares

Por Carolina Chagas
Atualizado em 5 dez 2016, 18h11 - Publicado em 13 abr 2011, 16h30

Há dois meses, uma leva de helicópteros encomendada no fim de 2006 chegou a São Paulo. A família Diniz, da rede de supermercados Pão de Açúcar, recebeu dois. Um modelo foi entregue ao empresário Paulo Malzoni Filho, presidente da Brascan Shopping Centers, e outro à diretoria da AmBev. Normalmente, quem resolve se tornar proprietário de um helicóptero zero-quilômetro precisa, além de desembolsar uma pequena fortuna, esperar em torno de dois anos para ganhar os ares.

Cerca de 600 dessas máquinas cruzam os céus paulistanos todos os dias. As mais comuns são as da família Robinson, que custam em torno de 500.000 dólares. Com preço entre 2 milhões e 4 milhões de dólares, os mo delos monomotores também fazem sucesso. Mas quem não precisa se preocupar com valores opta pelos do tipo biturbina, os únicos com certificação para voar por instrumentos no Brasil. Entre estes, a sensação do momento é o Grand Agusta. De pendendo dos opcionais escolhidos, ele sai por algo entre 6,5 milhões e 8 milhões de dólares. Fabricado pela marca italiana Agusta Westland, trata-se de um biturbina leve, que tem autonomia de vôo de três horas e peso para aterrissar em qualquer um dos 210 helipontos da cidade.

“Ao contrário do que muita gente imagina, os helicópteros estão longe de ser um brinquedo de milionário”, afirma José Eduardo Brandão, diretor comercial da OceanAir Táxi Aéreo, distribuidora exclusiva da AgustaWestland no Brasil. “São um meio de transporte imprescindível para quem não tem tempo a perder no trânsito ou em aeroportos.” Ele conta que existem cerca de dez Grand Agusta nos hangares de São Paulo e calcula que por volta de dez outras dessas máquinas devam chegar à cidade até o fim do ano que vem. O dono das Casas Bahia, Michael Klein, que já comprou quase uma dúzia de helicópteros da marca, espera para fevereiro a chegada de um Agusta AW 139 novinho em folha — um modelo ainda mais sofisticado. Com capacidade para dezesseis pessoas, o dele foi adaptado para dez. “Eu uso para ir de casa ao escritório e do escritório aos depósitos que temos em Jundiaí, Ribeirão Preto, Piracicaba…”, diz. “Não há como ter 550 lojas sem um helicóptero adequado.” O empresário pediu dois assentos reclináveis com capacidade de amortizar, em caso de queda, até dezesseis vezes o peso de quem está sobre ele. Cada um sai por 40 000 dólares.

Entre os fãs de helicóptero, comenta-se que o único defeito dos modelos mais simples da Agusta é o espaço interno acanhado. “Mesmo o Grand poderia ser um pouco mais amplo”, afirma Ricardo Nogueira, vice-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). Quem procura um biturbina maior acaba optando pela fabricante americana Bell. O Bell 430, por exemplo, usado por Eugenio Staub, presidente do conselho de administração da Gradiente, é menos moderno, mas mais espaçoso. Para atender quem está atrás de tecnologia, no entanto, a empresa acaba de lançar o Bell 429, atualmente em processo de certificação nos Estados Unidos. A TAM, que comercializa as máquinas no Brasil, encomendou trinta unidades desse modelo, com preços entre 3 milhões e 6 milhões de dólares. Elas devem chegar por aqui em 2010. Há também o modelo EC 155, da Eurocopter, representada pela Helibrás desde 2001. Apesar de ter admiradores, possui a desvantagem de ser pesado — com 3 toneladas, não pousa em grande parte dos helipontos paulistanos — e caro — alguns chegam a custar 12 milhões de dólares.

Manter uma máquina dessas não sai nada barato. Para um helicóptero rodar é preciso contratar um piloto especializado, cujo salário médio está em torno de 7.000 reais. “Há profissionais com mais de 8.000 horas de vôo que chegam a ganhar 30.000 reais por mês”, conta o comandante Cleber Teixeira Mansur, presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe). Para encher o tanque de um biturbina, gastam-se em média 2.500 reais (o correspondente a três horas de vôo, ou 750 quilômetros). Além disso, as aeronaves ficam quase sempre em hangares particulares, que cobram entre 7.000 e 20.000 reais por mês pelo serviço. Há ainda a manutenção e a substituição de peças. “No caso do Grand Agusta, esse custo é de aproximadamente 580 dólares por hora de uso”, diz Brandão, da OceanAir. Um luxo para bem poucos.

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