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Como produzir um casamento bacana e econômico

Floristas, banqueteiros, cerimonialistas, DJs, fotógrafos... VEJA SÃO PAULO consultou trinta profissionais para saber como cortar gastos

Por Alvaro Leme e Giovana Romani
18 set 2009, 20h27

Para economizar já na hora de pedir a mão da noiva: pequenas mudanças no tipo de metal ou nos quilates podem alterar drasticamente o custo da joia. O preço de um solitário da Tiffany, sonho de muitas moças, pode cair de 164 000 reais para 9 800 reais. “Bastam algumas mudanças em detalhes do diamante”, conta a gerente-geral da joalheria no Brasil, Patricia Assui.

Ainda caro? Na própria Tiffany, por exemplo, dá para comprar um par de alianças de platina por 8 810 reais. As de ouro amarelo custam 4.940 reais o par. As de prata, 1 720 reais.

Entre os fabricantes nacionais, uma opção é a Casa Vasconcellos, no Jardim Paulista. O par de alianças de ouro sai por 800 reais. Com mais 400 reais, uma delas vem com um brilhante pequeno. “O jeito mais fácil de economizar é abrir mão de pedras preciosas”, afirma a designer Carla Amorim, dona de uma rede de lojas que leva seu nome. “O casal pode acrescentá-las depois, nas comemorações de bodas.”

Pequenas modificações fazem diferença nos convites. Primeira delas: trocar o alto-relevo – aquele em que as letrinhas saltam do papel – por impressões mais simples. O relevo americano é bacana e, em média, 40% mais barato.

A designer Cris Armentano, especializada em convites, oferece um modelo que prescinde do envelope. “Basta dobrar e fechar com uma fitinha”, diz. A cada 100 unidades, economizam-se trinta folhas de papel.

Prefira papel nacional de boa qualidade. Pagam-se cerca de 4 reais por um pacote de 100 folhas, contra quase 7 reais do importado.

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Escolha um modelo de convite existente no catálogo do fornecedor. Para criar um molde novo, gastam-se só nisso entre 200 e 300 reais.

Imprima uma quantidade 10% maior de convites para ter uma reserva. Sempre há o risco de esquecer alguém e a impressão de poucas unidades custa mais.

Caligrafia dos envelopes: letras clássicas ou moderninhas custam 2 reais (valor unitário). As góticas, cinco vezes mais.

Existe uma hierarquia nos vestidos de noiva. No topo da lista, reinam absolutos os feitos sob medida, com preço a partir de 15 000 reais. Apostar num modelo pronto diminui a conta para um terço do valor.

Esta é para noivas mais desencanadas: em vez de comprar, alugar o vestido. O primeiro aluguel – aquele em que a noiva manda fazer um vestido sob medida, mas depois o devolve à loja – sai por cerca de 6 000 reais. Subir ao altar com um que já foi usado custa metade desse valor.

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Não é unanimidade, mas há quem se vire bem trocando renda francesa por americana. O metro da francesa, para compras em grande quantidade, custa a partir de 500 reais – gastam-se, em média, 7 metros num vestido. A opção americana começa em 200 reais.

Em vez de tecido 100% seda, dá para apostar em variações que levam poliéster. Mas cuidado com a proporção: 70% de seda é o mínimo. “É essencial manter o tom off-white ou pérola”, aconselha o estilista Sandro Barros. “Muito branco pode entregar que foi barato.”

Para poupar no véu, use tule com bastante volume. Ele ocupa bem o lugar da renda nesse caso.

Substitua grinaldas, coroas e tiaras por flores naturais ou artificiais bem delicadas. Caso faça questão de grinalda, alugue-a. Os preços variam de 200 a 4 000 reais.

Vai servir caipirinhas de vodca? Não tenha medo de usar bebida nacional. A marca top de linha produzida no Brasil é vendida por 13 reais aos fornecedores. A importada não sai por menos de 40 reais.

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Hierarquia do preço do champanhe nos fornecedores: Dom Pérignon (560 reais a garrafa), Veuve Clicquot e Möet & Chandon (entre 150 e 200 reais). Usar somente bebida importada deixa o orçamento da festa pelo menos 20% mais caro. Existem boas alternativas entre os espumantes nacionais. A garrafa de Chandon sai por 40 reais. A de Salton, 25. Uma terceira opção seriam proseccos italianos, que custam a partir de 35 reais.

Nem todo mundo quer abrir mão do champanhe. Nesse caso, pode-se investir em drinques que levam a bebida, como kir royal e bellini. Daí, servi-la pura somente na hora de cortar o bolo.

Tire do fundo do baú as joias de família. “Além de chiques, as peças têm história”, diz a joalheira Carla Amorim. “É a melhor ocasião para usá-las.”

Nada de alugar veículo antigo ou limusine. Peça um carro bacana emprestado e contrate um motorista (economia de, no mínimo, 700 reais).

Quer poupar 3 000 reais na cerimônia? Abra mão do aluguel de som e microfones. Exceto se você vai se casar num lugar enorme como a Catedral da Sé, um belo coral acústico dá conta do recado – em geral, as igrejas são projetadas para que o som se propague facilmente.

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Construir uma cobertura ou alugar um espaço já existente? A segunda opção é beeeeem mais em conta. Você vai gastar 20 000 reais para alugar um bufê. Num cálculo modesto, serão necessários 100 000 reais para construir uma tenda no jardim de casa. “Os elementos da cenografia são calculados por metro quadrado”, diz o decorador José Antonio de Castro Bernardes.

Nada de casar-se na praia ou no campo – engorda o orçamento em 30%. Toda a mão de obra que se desloca para fora da cidade cobra o dobro. E você terá de bancar hospedagem da equipe.

Aproveite o mobiliário do local alugado, já incluso no valor pago pelo salão. A locação de mesas, cadeiras, pufes e bufês encarece entre 5% e 10% o orçamento.

Se precisar alugar os móveis, concentre o pedido em poucos fornecedores para não gastar excessivamente com o frete. “Depois da restrição de circulação de caminhões na cidade, o preço aumentou”, afirma Gabriela Camargo, organizadora de casamentos da Festività.

Regra que vale para todos os itens: se está na moda, vai custar mais. Assim, fuja do “bufê do momento”, da “igreja mais chique” ou do “costureiro das estrelas”. Fama não é sinônimo de qualidade.

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Lembre-se da regra acima ao alugar mobília. No caso dos sofás e poltronas com design assinado, o preço dobra. Para as mesas, a diferença assusta: um modelo simples, de madeira, custa 20 reais – contra 400 reais de cada uma das criadas por nomes badalados.

Unanimidade entre os especialistas: flores da estação diminuem até 30% do valor investido em decoração. “Não adianta se casar no verão e querer tulipas, que são típicas do inverno”, diz Chris Ayrosa, organizadora de uniões pesos-pesados como a da bilionária Athina Onassis.

Não é necessário decorar cada banco da igreja. Coloque arranjos nos de uma fileira e pule os dois seguintes. Outro truque quase imperceptível: em vez de somente flores, os arranjos de centro de mesa podem conter folhagem. Economiza, sem prejudicar o volume.

Para impressionar sem torrar dinheiro, lance mão de flores tropicais como helicônia, alpínia e bastão-do-imperador. Com uma haste (3 reais) e um maço grande de murta (5 reais), dá para criar um arranjo. “Outras opções são a costela-de-adão e a dracena”, sugere o florista Vic Meirelles. Vale abusar da gipsófila, chamada popularmente de “mosquitinho” (10 reais o maço).

Árvores secas dão charme ao ambiente, mas o aluguel de cada unidade custa, no mínimo, 150 reais.

Se a escolha forem as rosas, prefira as nacionais de cabo médio. Direto no fornecedor, é possível comprar cinco dúzias por 25 reais. O pacote com vinte botões de rosa colombiana custa pelo menos 30 reais.

Janeiro, fevereiro e julho são bons para pechinchar, porque menos gente marca eventos nesses meses.

O serviço à francesa (empratado) caiu em desuso. Além de formal, custa 20% mais que o bufê americano, pois exige mais mão de obra na cozinha e no salão.

Preste atenção aos pratos básicos que devem ser servidos no bufê: salada, entrada fria, massa, uma carne, um peixe e um acompanhamento. “Não precisa de mais que isso”, diz Andrea Fasano, do Buffet Fasano.

Opção de bufê mais em conta: finger food. As entradas são dispostas em ilhas de degustação onde há aperitivos e canapés. Para o jantar, pequenas porções de apenas dois pratos, como massas e risotos, servidas pelos garçons. Para finalizar, dois tipos de sobremesa. Nesse sistema gasta-se 25% menos que no bufê tradicional. “É econômico e cool, sem deixar de ser chique”, afirma o chef Christian Formon.

Sim, é possível abrir mão da mesa de doces. E sem passar vergonha. Quem dá a dica é Carla Fiani, organizadora de casamentos estrelados como o da cantora Wanessa (ex-Camargo). “Aposte em opções mínis de creme brûlé, petit gâteau e profiteroles.”

Já pegou um doce e, depois da primeira mordida, jogou fora porque tem um ingrediente de que você não gosta? Para evitar esse desperdício, destaque uma copeira para explicar os sabores. De quebra, ela inibirá a gula de apressadinhos que comem antes da hora.

Personalizados, os noivinhos do bolo ficam uma graça. Custam 300 reais. Se tiver oportunidade, procure nas lojas uma duplinha já pronta, parecida com vocês. Assim fez a publicitária Cíntia Costa. “Paguei 50 reais”, conta ela, que dá dicas do tipo no blog Planejando Meu Casamento.

Para aquele bolo que sai nas fotos, alugue um cenográfico. Há modelos por 300 reais. Na hora de servir a guloseima, pode-se optar por uma mais simples, que já vem cortada da cozinha.

Troque a cobertura de pasta americana do bolo por ganache ou merengue, mais gostosas e econômicas. Recheios de brigadeiro e doce de leite custam entre 15% e 30% menos que os de damasco, nozes e pistache.

Optar por música ao vivo pode custar o dobro de contratar um DJ.

Um dos bem-casados abaixo custa 2,10 reais a unidade. O outro, 2,60. Dá para notar a diferença? Apesar de o doce ser o mesmo, o material da embalagem diminui o custo. O da esquerda leva papel crepom e fita nacionais, por isso é a opção econômica.

Tente pagar o máximo de serviços à vista – o que permite negociar descontos de 10%. Pelo mesmo motivo, fechar negócio com pelo menos um ano de antecedência pode diminuir os gastos. Em geral, a margem de lucro dos fornecedores varia entre 20% e 30% do preço de custo.

Por último, mas não menos importante: exigir todos os orçamentos por escrito pode poupar dinheiro e dor de cabeça. “Leia cada letrinha dos contratos para não ter surpresas desagradáveis depois”, aconselha Vera Simão.

Tintim por tintim

A proporção de cada item no custo total de um matrimônio (cálculo para um orçamento a partir de 100 000 reais)

28% Locação de espaço, comida, bebida, doces e bolo

27% Decoração, ambientação, aluguel de móveis (igreja e festa)

10% Roupa dos noivos, maquiagem e cabelo

10% Organizador do casamento

8% Música, sonorização e iluminação da pista de dança

5% Foto, filmagem (com edição) e álbum

5% Papelaria e lembrancinhas

5% Transporte, manobrista e segurança

2% Margem de segurança para gastos de última hora

Obs.: o cálculo não inclui alianças. Fonte: Vera Simão

Não há maneira elegante de pedir dinheiro

A consultora de etiqueta Gloria Kalil responde a questões enviadas ao Portal Veja São Paulo

Meu noivo quer convidar catorze casais de padrinhos. É brega levar tanta gente assim?

Não é a coisa mais chique do mundo. Quatro casais seriam suficientes. Gente demais pode fazer você, a noiva, ficar quase invisível no altar.

Meu casamento será no dia 25 de setembro e depois vou morar na Inglaterra. Como devo pedir aos convidados presente em dinheiro?

Não deve. Talvez exista gente que concorde, mas eu sou absolutamente contra. Não existe, ainda, maneira elegante de pedir dinheiro.

Chapéu só é permitido em casamentos ao ar livre?

Sim. A única razão para usar chapéu é prática: proteger-se do sol. Daí, não faz diferença se é na hora do almoço ou no meio da tarde. Dentro da igreja, naturalmente, ele não deve ser usado.

Posso pedir para as madrinhas usarem longo?

A roupa da turma do altar depende totalmente da opção da noiva. Se quiser todas de longo ou de curto, combine com elas.

Um amigo que quero chamar para padrinho foi morar com a namorada. Seria indelicado convidá-lo para fazer par no altar com outra mulher?

Se ele não morasse com a moça, tudo bem. Agora, o mais simpático seria convidar o casal, para não ser deselegante. Mas não é absolutamente obrigatório.

Quais as bebidas recomendadas para um almoço de casamento realizado em um sítio?

Champanhe, prosecco ou espumante. O que independe do horário, na verdade.

Se o casamento é no campo, mas chove no dia, é preciso avisar que a cerimônia continua de pé?

Não. Ninguém cancelaria o projeto de um ano inteiro de planejamento por causa de tempo ruim. Como prevenção, vale encomendar capinhas de plástico com o nome dos noivos gravado e distribuí-las se necessário.

É inadequado fazer um pacote de cotas numa agência de viagens e avisar os amigos próximos?

Só se não forem cotas em dinheiro. É complicado estipular um valor, pois dá a impressão de que você está vendendo os convites para seu casamento. Minha sugestão é que os convidados tenham a opção de deixar pagos, na agência, alguns programas da viagem de férias. Em vez de quantia, proponha “um jan? tar no restaurante tal, em Paris” ou “um passeio pela Recoleta, em Buenos Aires”.

Festa sem pista de dança parece convenção

Autora do livro Casamento sem Frescura, Claudia Matarazzo tira dúvidas de leitores

Meu noivo e eu não teremos tempo de entregar todos os convites pessoalmente. O que fazer?

Tentem entregar pelo menos os mais importantes, como os dos padrinhos e os de parentes próximos. Os demais podem seguir por empresas especializadas ou correio. Nesse último caso, coloque o convite dentro de um segundo envelope para escrever o endereço.

Como proceder ao convidar colegas de trabalho? Devo colocar o convite no mural?

Nada de mural. Não se trata de venda de imóvel. Você entrega o convite aos mais próximos de sua relação e ao chefe, se assim desejar. Mas não é obrigada a convidar ninguém.

É imprescindível que a comemoração de casamento tenha pista de dança?

Já fiz algumas sem pista de dança, mas não acho que funcione. Fica um clima de convenção, as pessoas não se integram e acabam indo embora logo.

Como devo enviar convites para parceiros homossexuais que moram juntos? Um convite com os dois nomes ou um convite para cada um?

Mande dois convites individuais. Ainda que morem no mesmo endereço, essa é a forma considerada elegante.

A ex-namorada do meu noivo ainda faz parte do círculo de amigos próximos dele. Devo convidá-la?

Se você teve a preocupação de perguntar é porque está incomodada. Sinceramente? É com você que ele está se casando. Então, por que se incomodar com um detalhe como a ex?

A agência pela qual vou viajar em lua de mel não trabalha com cotas de casamento. É de bom-tom direcionar o valor para minha conta bancária?

Como muita gente tem casa montada, hoje é comum vermos noivos que pedem dinheiro para a lua de mel. Não há quem me convença de que isso pode ser elegante. Mesmo que o casal não disponha de recursos para realizar seus sonhos, nada justifica pedir dinheiro. Isso se ganha de um padrinho, de familiares ou até de um amigo mais íntimo dos pais que queira fazer um agrado.

Eu me casarei com um estrangeiro. É possível casar-se na igreja aqui e em outro país? E a lista de presentes deve ser personalizada pelas culturas?

É impossível casar-se para valer em dois lugares. Você pode se casar em um dos dois países e, no outro, realizar uma bênção matrimonial. A lista de presentes deve ser a mesma. As culturas são diferentes, mas as pessoas nem tanto.

Novidades para quem vai subir ao altar

Já ouviu falar numa borrachinha que, aplicada aos sapatos das mulheres, permite que elas caminhem sobre a grama sem afundar o pé na terra? Essa é uma das novidades que ocupam o Terraço Daslu entre quarta (6) e sábado (9), em mais uma edição da Casar. A feira, promovida desde 2002 pela empresária Vera Simão, apresenta produtos de 120 expositores. Há desde equipamentos para transmitir um casamento pela internet em tempo real a invencionices como um tal marmitex de luxo. Trata-se de uma caixinha para levar guloseimas para casa no fim de festas. Por concentrar bons fornecedores de todos os serviços envolvidos num matrimônio, a feira vale a visita principalmente para quem planeja subir ao altar em breve serve, ao menos, como inspiração. “No primeiro ano, tínhamos apenas 56 expositores”, lembra a organizadora. “Hoje, há pelo menos 1 000 empresas em São Paulo com cacife para participar.” O crescimento da indústria fez surgir até uma entidade de classe, que deve sair do papel em junho. É a Associação dos Profissionais, Serviços de Casamento e Eventos Sociais, encabeçada pela própria Vera. “Criamos o nome com ajuda da numerologia.”

Casar 2009. Terraço Daslu. Avenida Chedid Jafet, 131, Vila Olímpia, Tel. 3848-5940. Quarta (6) a sábado (9), 14h às 21h. R$ 50,00.

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