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Conheça os cirquemaníacos, os fanáticos pelo Cirque du Soleil

Eucimara trabalhou nos shows que vieram ao Brasil; Ricardo construiu maquetes das tendas; Fred tatuou símbolos da trupe; Silvana fez viagens internacionais só para vê-los

Por Livia Deodato
Atualizado em 1 jun 2017, 17h45 - Publicado em 12 abr 2013, 21h59

A beleza dos figurinos e dos cenários, o rigor e a técnica apurada, os números grandiosos e a sensação de deixar a rotina de lado e entrar num mundo encantado e aparentemente perfeito, por pelo menos duas horas, são apenas alguns dos motivos que levam dezenas de fãs de todo o mundo a idolatrarem o Cirque du Soleil.

+ Veja mais informações sobre o novo espetáculo Corteo, atualmente em cartaz na cidade

E não foi diferente com os brasileiros. Desde que a trupe desembarcou no país pela primeira vez, em 2006, com o espetáculo Saltimbanco, ela coleciona uma série de cirquemaníacos: fãs que não medem esforços para estar pertinho dos artistas e de todo o universo mágico que os rodeia.

A forma que Eucimara Linda, de 27 anos, encontrou para que o seu sonho se realizasse foi se candidatar a uma das vagas temporárias abertas pela trupe canadense a cada vez que aportam por aqui. Ela trabalhou nos quatro últimos espetáculos que passaram pelo Brasil e afirma que viveu os melhores momentos de sua vida junto ao grupo. “Minha função sempre foi de ‘usher’, uma espécie de recepcionista dos shows”, conta. “Acho que é a melhor delas, porque tive a oportunidade de atuar tanto dentro quanto fora da tenda e assistia aos espetáculos todos os dias!”.

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Ela fazia de tudo um pouco, inclusive varrer a tenda após os shows, todas as noites. “Minha mãe nunca conseguiu entender o tamanho da minha paixão, que me fazia esquecer do tempo e passar horas com o circo”, lembra Eucimara, formada em artes cênicas e jornalismo. O trabalho durava, no mínimo, três meses, e o salário mensal foi de R$ 1 000,00 em média. Isso quando não decidia ser uma “follower”, o que significa viajar com a trupe para as outras capitais brasileiras previstas na turnê. E… pagar por todas as despesas. “Foi o tempo que tive menos dinheiro, mas fui mais feliz.”

Inevitavelmente, alguns amores surgiram em meio às turnês. Mais detalhes sobre o que rolou nos bastidores, Eucimara promete contar no livro que está preparando, ainda sem editora, chamado O Diário de uma Usher.

Foi por meio de Eucimara que Ricardo Marins, de 21 anos, de Ituverava, interior de São Paulo, teve a oportunidade de conhecer o Cirque du Soleil de pertinho e apresentar um trabalho autoral muito peculiar: a produção de maquetes dos espetáculos itinerantes que desembarcam no Brasil. Até o momento, ele se dedicou a quatro delas – para o Saltimbanco, em 2006, Alegría, em 2008, Quidam, em 2010, Varekai, em 2011 – e está em fase de finalização da de Corteo, em cartaz no Parque Villa-Lobos. “Marquei de entregar para eles no dia 18 de maio, às 14h”, conta. “Depois disso, o diretor-geral do espetáculo prometeu uma visita aos bastidores.”

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Formado em Letras e atualmente desempregado, Ricardo faz tudo isso por hobby – e paixão pelo circo, é claro. A maquete de Saltimbanco, a maior de todas, levou um ano e um mês para ficar pronta. “Já construía maquetes de prédios e casas, porém nenhuma em escala real. Foi depois de assistir Saltimbanco que fiquei fascinado com a estrutura e decidi tentar construir uma”, relembra. E assim foi e continua sendo. A trupe ficou encantada com a destreza do garoto. E agora ele é convidado de honra a cada vez que eles trazem um novo espetáculo ao Brasil.

A paixão da secretária administrativa Silvana Monteiro pelo Cirque a levou mais longe: ela e o marido, Marcos Silveira, já fizeram diversas viagens internacionais só para assistir aos espetáculos do grupo espalhados pelo mundo. Tudo começou em uma viagem à Califórnia, em 2003, quando esticaram a estadia para conseguir conferir Mystère. “Me encantei, me apaixonei!”. No ano passado, ela ganhou uma viagem dele para Las Vegas: em nove dias de viagem, eles assistiram a cinco espetáculos. “Foi emoção desde quando fechamos a viagem, a cada ingresso comprado. Parecia um sonho… Até hoje não acredito e me emociono quando falo sobre isso.”

Silvana Monteiro - circomaníacos
Silvana Monteiro – circomaníacos ()

O show que ela mais gostou até hoje foi O, fixo em Las Vegas, encenado dentro da água. “É mágico, é encantador, é diferente, inusitado, indescritível, fantástico, perfeito!”, descreve, sem economizar nos adjetivos elogiosos, como uma boa cirquemaníaca.

O produtor Fred Itioka decidiu tatuar na pele o seu amor pelo Cirque. Ele tem duas tatuagens, uma no pulso, outra no antebraço: uma delas é o logo estilizado da companhia, um sol. “A simbologia do sol me agrada: tem a expansão, o calor, a energia, a metáfora da positividade. Exatamente o que o Cirque me passa”, afirma. “Fiz nos anos 90, me pareceu uma loucura de início, mas depois virou uma espécie de marca pessoal.”

Fred Itioka vale - circomaníaco
Fred Itioka vale – circomaníaco ()

Muitas das características que admira na companhia, Fred leva como mantra pessoal para sua vida. “O Cirque exerce um grande fascínio por sua qualidade. É resultado de muitos anos de pesquisa, de ensaio, de uma integração entre força e lirismo”, diz. “O Cirque tem uma mistura que salta aos olhos: é canadense, chinês, russo, brasileiro, americano, italiano. É como o mundo deveria ser: sem barreiras, egos ou disputas. Cada qual está lá para fazer o seu melhor.”

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