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Cigarros eletrônicos ganham adeptos, mas são nocivos à saúde

Uso de "vaporizadores" vira moda na capital paulista. Médicos dizem que 'é fumar do mesmo jeito'

Por Lívia Roncolato
Atualizado em 5 dez 2016, 15h38 - Publicado em 20 set 2013, 18h10

Quando Otávio Canecchio, dono do bar Veloso, na Vila Mariana, viu um cigarro eletrônico pela primeira vez no local, há dois anos, não sabia como agir. “Na dúvida, conduzi o cliente à área externa, ao lado dos outros fumantes.” Fez o certo: o aparelhinho também está banido de lugares fechados pela Lei Antifumo. Hoje, o hábito não é novidade por ali. Chamados de “vaporizadores”, esses produtos assemelham-se a canetas. Dentro do bastão, vai a essência líquida, quase sempre com nicotina, que custa de 20 a 180 reais, chega a durar dois meses e é encontrada em sabores variados no mercado (banana e avelã estão entre os mais populares). Ela se torna gasosa quando a resistência é ativada pela sucção. “Percebo que o uso vem crescendo nos últimos meses”, conta Canecchio.

A onda está proliferando por aqui em sua maior parte graças às pessoas que trazem o produto do exterior para consumo próprio. Apesar da permissão do uso, a venda e a importação ainda são vetadas no país. Quem tenta burlar a lei corre o risco de responder a processo de contrabando (pena de um a quatro anos de detenção). A encomenda em sites internacionais, nos quais o cigarro eletrônico é vendido por preços que vão de 50 a 900 reais, também é passível de processo. Nada disso parece intimidar os fãs do produto. No sábado (14), ocorreu na cidade um encontro com cerca de cinquenta adeptos dessa fumacinha. “Vaporizar virou hobby. Sempre estou em busca de acessórios diferentes”, diz o empresário Fernando Viscaíno, que credita à versão eletrônica o mérito por ter largado os maços convencionais após 25 anos.

Alguns estudos sustentam que se trata de um bom aliado para deixar o cigarro, pois é possível diminuir paulatinamente o teor de nicotina da essência líquida. Outra vantagem propalada é incomodar menos, pelo odor “brando”. Os médicos são contrários ao uso. Para a pneumologista Maria Vera Castellano, da comissão de tabagismo da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), remédios, adesivos e pastilhas têm maior eficácia no combate ao vício. “Consumir a versão eletrônica, cheia de substâncias nocivas, é fumar do mesmo jeito”, alerta.

 

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