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Moradores apelidam pista para bicicleta de ‘ciclomorte’

Faixa instalada na Avenida Bento Guelfi, no bairro Iguatemi, expõe usuários a manobras de caminhões e ônibus. CET diz que obra ainda não foi finalizada

Por Ana Luiza Cardoso
Atualizado em 5 dez 2016, 12h30 - Publicado em 8 Maio 2015, 12h02

 

Poucos moradores do bairro Iguatemi, na Zona Leste, têm coragem de andar na ciclovia na Avenida Bento Guelfi. A faixa vermelha, exclusiva para ciclistas, foi pintada no meio da via, como se fosse um canteiro central. Mesmo com as obras em fase de finalização e sem acidentes registrados, a ciclovia de 2,9 quilômetros foi apelidada de “ciclomorte”. Isso porque quem se atreve a passar por ali, tem de disputar o espaço com carros, caminhões e ônibus em alta velocidade. 

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A faixa, que começa na altura da Rua Ribeirão dos Arcos, segue por dois quilômetros no meio da avenida, sofre um desvio para o canto direito e, depois de 500 metros, volta para o centro. Endereço de diversas lojas de peças de caminhão e de material de construção, a Bento Guelfi tem alto fluxo de carretas e ônibus. Esses veículos transitam pela estreita avenida, que ficou ainda mais limitada após a pintura da faixa, de 2,5 metros largura.

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Além disso, também é permitido o estacionamento de veículos nas laterais da avenida, reduzindo a margem de manobras. Por causa disso, é possível notar as marcas de pneus sobre a tinta vermelha, evidenciando o descumprimento das leis de trânsito e a irresponsabilidade de condutores, que põem a vida de ciclistas em risco. 

“Por ali só passa moto. Ninguém tem coragem de andar na faixa de bicicleta. Os caminhões sempre invadem a pista”, disse o estudante João Vítor Gouveia, de 11 anos. Ele andava de bicicleta quando foi abordado por VEJA SÃO PAULO, mas, em vez de usar a faixa exclusiva, preferia circular próximo à calçada. “Eu não ando de bicicleta aqui. Os moradores a chamam de ‘ciclomorte’. É coisa de maluco”, disse o vendedor Everton Carvalho, de 35 anos. “Passa caminhão e carreta numa via estreita”.

De acordo com o vendedor David Lopes, de 18 anos, o movimento da loja de bicicletas Pequeno Bike – a única da avenida – não mudou desde o início das obras da ciclovia. Ele também não tem esperanças de melhora. “Eu passo o dia inteiro com a mesa virada para a rua e é raro ver alguém andando de bicicleta aqui. As pessoas têm medo de acidentes”, disse.

Além do perigo, a via apresenta pontos críticos, com o asfalto danificado, e também passa próxima a ruas de terra. A reportagem também flagrou automóveis sobre a faixa, no trecho próximo à calçada

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A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que a obra ainda não está finalizada. Diz ainda que foram instaladas placas de sinalização, lombadas e tachões no asfalto para proteger os ciclistas. Houve ainda redução no limite de velocidade, que caiu de 60 para 40 quilômetros por hora.

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Em nota, companhia afirmou que as obras “seguem as determinações do Manual de Planejamento Cicloviário da CET, resoluções do Contran e do Código de Trânsito Brasileiro”. Também informaram que pretendem instalar equipamento de fiscalização de velocidade na via até o fim das obras. 

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