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Dobra número de vítimas de chacinas na Região Metropolitana

Nos primeiros seis meses de 2015, foram dez ataques, que deixaram 38 vítimas

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h40 - Publicado em 16 ago 2015, 11h21

O número de vítimas em chacinas que aconteceram na Região Metropolitana de São Paulo mais que dobrou na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o mesmo período de 2014. Nos primeiros seis meses de 2015, foram dez ataques, que deixaram 38 vítimas. No ano passado, haviam sido seis ocorrências, com dezoito atingidos.

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Os dados foram fornecidos pela Secretaria da Segurança Pública do estado, por meio da Lei de Acesso à Informação, ao Instituto Sou da Paz. A quantidade de chacinas, caracterizadas quando o crime resulta em ao menos três mortes, não integra o rol de indicadores criminais divulgados mensalmente pela secretaria.

As razões comumente apresentadas para casos dessa natureza são disputas por pontos de tráfico de drogas ou vinganças após ataques a policiais. No dia dezoito de abril, por exemplo, a morte de oito integrantes da torcida organizada Pavilhão 9, do Corinthians, na Zona Oeste da capital paulista chamou a atenção. O crime ocorreu na véspera de um clássico contra o Palmeiras, mas não tinha relação com rivalidade entre torcidas.

Chacina corinthians pavilhão nove
Chacina corinthians pavilhão nove ()

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Menos de um mês de investigação permitiu que a Polícia Civil identificasse dois policiais militares e um ex-PM como autores dos disparos; um deles trabalhava no 14º Batalhão da corporação localizado em Osasco. A cidade da região metropolitana foi onde ocorreram quinze das dezoito mortes da maior chacina da história do estado, na quinta (13).

Para o diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques, é necessário atentar para a gravidade dos dados. “Comemorou-se há pouco tempo a queda expressiva na quantidade de homicídios no estado. Voltar a ter esse tipo de situação, onde dezoito pessoas são assassinadas por um grupo organizado, nos remete aos anos 1980 e 1990, quando essas ocorrências eram responsáveis por nos deixar no patamar mais violento da história de São Paulo.”

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A presença de grupos de extermínio na cidade foi combatida desde os anos 90 pela equipe de chacinas dos Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), segundo aponta Marques. O novo crescimento na estatística serve de alerta, acrescenta. “É preciso estar bastante atento a esse tipo de crime, porque um grupo de extermínio não comete só uma chacina. É um crime que tem continuidade ao longo do tempo. Quando se prende um grupo, impede-se que futuros crimes da mesma natureza e da mesma escala voltem a acontecer.”

A quantidade de vítimas em chacinas no primeiro semestre deste ano é a segunda maior dos últimos quatro anos, ficando atrás só dos 45 mortos em 2013. Se levada em consideração as 18 vítimas de Osasco, a letalidade das chacinas de 2015 é a maior do período, com uma média de 4,7 mortes em cada ocorrência.

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Prevenção

Defensora pública em Osasco, Maira Coraci Diniz diz que a Segurança Pública deve agir de forma preventiva após mortes de policiais, para tentar impedir retaliações de colegas da vítima. “Quando acontece a morte de um policial, principalmente na região metropolitana, é impressionante: a população já espera que vai acontecer alguma coisa.”

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Nesses casos, Maira defende proatividade dos órgãos de segurança. “Tinha de haver uma atuação preventiva, de acompanhamento. Se sabe que tem possibilidade de ter retaliação, então a polícia já tem de ficar em cima.” Policiais violentos, de acordo com ela, causam mais violência. “Se há violência sendo gerada por agentes do próprio estado, estimula-se que a sociedade haja com violência nas circunstâncias do cotidiano. Acaba tendo policiais mais violentos e gerando pessoas que se armam por medo.”

Para ela, o ciclo instaurado assusta por comumente envolver policiais. “Os agentes têm como missão pacificar e acabam agredindo. O necessário a curto prazo seria uma aproximação da PM e da população.” (As informações são do jornal O Estado de S. Paulo).

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