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Centro de Memória do Circo resgata história do circo brasileiro

Galeria Olido vai sediar o maior acervo dedicado à arte do picadeiro no país

Por Henrique Skujis
Atualizado em 5 dez 2016, 19h06 - Publicado em 9 nov 2009, 12h01

Não fosse o trio da foto ao lado, a história do circo no Brasil continuaria esquecida e empoeirada dentro de caixas de papelão. De pé, com a tuba enferrujada no pescoço, está Roger Avanzi, de 88 anos, mais conhecido como Picolino – palhaço que fez gerações de crianças gargalhar nas arquibancadas do Circo Nerino. No meio, Vilma da Costa Tragnone, nora de Antolin Garcia, criador do picadeiro batizado com seu sobrenome, empunha uma das sanfonas que por décadas balançaram a lona de sua família. À esquerda, com o par de sapatos de Picolino, vê-se Verônica Tamaoki, coordenadora do Centro de Memória do Circo, espaço com inauguração prevista para o próximo dia 16 na Galeria Olido, na Avenida São João.

O lugar vai reunir 27 fotografias com cenas desde a década de 20 e dezenas de objetos, como diários, cartazes, figurinos e instrumentos musicais. O acervo conta episódios importantes da vida sob a lona dos nossos dois mais longevos circos – o Nerino rodou o Brasil de 1913 a 1964, enquanto o Garcia deu a volta ao mundo entre 1928 e 2002. A história do primeiro já havia sido desvendada em livro escrito por Verônica e Avanzi, em 2004. ‘ Pouca gente sabe, mas o Garcia se apresentou em quatro continentes, um feito que apenas as grandes companhias do mundo conseguiram ‘, lembra Verônica, jornalista formada em artes circenses na extinta Academia Piolin. ‘ Eles chegaram a ter 300 trabalhadores e reuniam 4.000 pessoas nos espetáculos.’ Nos anos 40, Nerino e Garcia foram rivais. ‘ Disputavam a preferência do público como times de futebol ‘ diz Verônica. A concorrência só ficou menor após um dos raros encontros das trupes, no Recife, em 1947. Na ocasião, Roger, filho de Nerino Avenzi, criador do Nerino, conheceu, apaixonou-se e casou-se com Anita, sobrinha de Antolin.

O Centro de Memória do Circo vai mostrar também algumas situações que ficaram no passado, já que desde 2006 a exibição de animais é proibida na cidade. Antolin aparece em fotos com alguns de seus 25 chimpanzés. ‘ Eram muito bem tratados’, afirma Vilma. ‘ Chegavam a procriar.’ Há três anos, após a morte de Carola Garcia, mulher de Antolin, ela herdou um armário lotado de fotos e objetos. Parte desse tesouro agora está aberta ao respeitável público.

CENTRO DE MEMÓRIA DO CIRCO. Galeria Olido. Avenida São João, 473, centro, 3397-0177. A partir do dia 16. 10h/20h (ter. a dom.). Grátis.

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