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Trackertower: novo point de moderninhos no centro

Edifício art déco da década de 30 abriga festas e eventos diferentões no centro da cidade

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 1 jun 2017, 18h14 - Publicado em 26 Maio 2012, 00h50

Nos últimos dois anos, participar de festas que rolam no centro da cidade ganhou status de programa descolado. O público moderninho lota clubes instalados na região, como o Lions, o Alberta #3 e o Cine Joia. Um point do mesmo estilo virou recentemente parada obrigatória no roteiro desses baladeiros paulistanos. Seu maior charme está no fato de ocupar um antigo edifício art déco de dez andares, erguido na esquina da Rua Dom José de Barros com a Avenida São João. Batizado informalmente de Trackertower, o local conta com farta agenda de festas diferentonas, sem programação fixa. Os promoters que se interessam em alugar o espaço costumam prezar uma reduzida seleção de convidados (só entra quem tem nome na lista), criando um clima de noitada “secreta”. Nas madrugadas, o pedaço que pode parecer assustador para alguns tem apelo de experiência incomum para outros. “No início, sofremos com a relutância do pessoal em vir para estes lados, mesmo com o fácil acesso”, afirma o paulistano Rubens Peterlongo, um dos responsáveis pelo projeto. “Mas conseguimos conquistar um público fiel.”

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Inaugurado em 1939 como Santa Victória, o edifício reunia salas de escritório para locação. Com os anos, entretanto, muitas delas deixaram de ser ocupadas. Um bingo chegou a funcionar no térreo, mas foi desativado há cinco anos, após a proibição desse tipo de estabelecimento. Em 2006, na busca por um endereço para abrir uma escola de produção de música e vídeo, Peterlongo e o químico Niki Nixon encontraram a área deteriorada e com pouco uso. “Ainda assim, achamos tudo fantástico”, diz Peterlongo. Após negociações com os proprietários, os dois alugaram cinco pisos e instalaram a Trackers. Até hoje, acontecem por ali cursos esporádicos, entre eles o de video mapping, uma técnica moderna de projeções visuais em superfícies. Para darem conta dessas atividades, as partes elétrica e hidráulica do 1º ao 3º andar precisaram ser renovadas, em uma reforma que durou um ano.

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Balada Centro Trackertower - Noite 2271
Balada Centro Trackertower – Noite 2271 ()

Peterlongo, que se separou do sócio em 2010, resolveu aproveitar sua bagagem como programador no universo das baladas, acumulada em passagens por clubes como B.A.S.E., Lov.e, Columbia e Jive (do qual foi um dos proprietários). Valeu-se da alta tecnologia que havia instalado no ambiente, com aparelhos de som e projetores de última geração, e botou todo o aparato para funcionar durante a noite. Começou a alugar o espaço para pequenos eventos, cobrando valores a partir de 5.000 reais. Como, segundo ele, são recebidas no máximo 240 pessoas por noite em festas particulares, não é preciso alvará de funcionamento de local de reunião. Até casamento e lançamento de produtos já rolaram por lá. Aos poucos, desembarcaram festas bombadas, do naipe de Analógico/Digital, Capslock e Voodoohop. Essa última, de caráter underground e focada em um coquetel musical que vai do funk antigo a ritmos eletrônicos, é produzida por ele mesmo, ao lado do alemão Thomas Haferlache e da francesa Laurence Trille. Hoje, a agenda da Trackertower se mostra mais agitada do que nunca.

Balada Centro Trackertower - Noite 2271
Balada Centro Trackertower – Noite 2271 ()
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Balada Centro Trackertower - Noite 2271
Balada Centro Trackertower – Noite 2271 ()

Os andares de cerca de 450 metros quadrados exibem pequenas salas de decoração e iluminação bem diferentes umas das outras, o que dá a impressão de reunião na casa de amigos. Nas paredes, há colagens, desenhos e pinturas que se aproximam da arte de rua. Uma das características do prédio que mais fazem sucesso são as sacadas com vista para o Largo do Paissandu. Na Virada Cultural de 2010, quando foi realizada uma Voodoohop a céu aberto, as varandas receberam imagens psicodélicas. Após visitar uma folia na Trackertower, o DJ curitibano Péricles Martins, conhecido como Boss In Drama, escolheu o lugar para gravar o clipe da faixa “Disco Karma”. “Ele representa bem a mistura do trash e do descolado encontrada no centro da cidade”, considera. “Não se trata de uma boate politicamente correta como as demais, tem um ar punk.” Ou seja, só para espíritos aventureiros. Outros artistas, como a banda acriana Los Porongas e o diretor de cinema francês Rémi Pinaud, usaram o ponto como cenário de seus trabalhos. Ações ainda mais alternativas devem passar por lá nos próximos meses. Para o período de sexta (1º) a domingo (3), por exemplo, está programada a segunda edição do PopPorn, festival de filmes, fotos, performances e debates voltados à chamada cultura erótica. “Meu sonho é transformar o prédio inteiro em um centro cultural, com exposições, festas e cursos”, afirma Peterlongo.

 

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