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Casa Guilherme de Almeida reabre as portas após quatro anos desativada

Poeta que dá nome ao local colaborou com jornais e foi exímio tradutor de livros

Por Isabella Villalba
Atualizado em 1 jun 2017, 18h39 - Publicado em 26 nov 2010, 19h07

A Casa Guilherme de Almeida, museu literário localizado na antiga residência do poeta modernista e de sua mulher, Belkiss Barrozo de Almeida, a Baby, voltará a abrir para visitação no dia 11 de dezembro. O espaço estava fechado havia quatro anos, mas nos últimos sete meses passou por uma reforma que incluiu a construção de um deque para saraus no jardim, elevador e rampas para acessibilidade, além de uma área que oferecerá cursos de tradução. “O acervo de mais de 6 000 livros e 230 pinturas, esculturas e fotografias recebeu atenção especial na restauração”, afirma o diretor do museu, Marcelo Tápia. No total, 625 000 reais foram investidos, sob a administração da Organização Social de Cultura Poiesis, responsável pela Casa das Rosas — Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura e pelo Museu da Língua Portuguesa.

A casa, que mantém o mobiliário original, era ponto de encontro de amigos do casal. Alguns, ícones do modernismo brasileiro do início do século XX, entre eles os pintores Di Cavalcanti e Anita Malfatti. Passando o hall, a parede principal da sala de visitas ostenta cinco retratos de Baby, assinados por artistas como o romeno naturalizado brasileiro Samson Flexor e Quirino da Silva, pintor, crítico de arte e primeiro secretário do Masp. Em outro canto, a mulher do poeta é representada por Lasar Segall. A escultura “Sóror Dolorosa”, de Victor Brecheret, exibida durante a Semana de Arte de 1922, criada com inspiração no “Livro de Horas de Sóror Dolorosa”, de Almeida, atrai atenção. Obras de Portinari, Anita Malfatti, Frans Post e Tarsila do Amaral estão espalhadas pelos cômodos.

Na salinha de leitura, o visitante encontra as primeiras publicações do escritor, incluindo uma em caixa de prata de seu livro de estreia, “Nós”, de 1917. Raridades como a quinta reimpressão da primeira edição de “Ulysses”, clássico do irlandês James Joyce, fazem parte dessa coleção, ao lado de originais traduzidos por Almeida dos poetas franceses Paul Verlaine, Charles Baudelaire e Arthur Rimbaud. O 2º andar abriga a biblioteca, uma sala para o trabalho de higienização e restauração das obras e o quarto de casal, com objetos pessoais. No sótão fica a mansarda. “Era o lugar onde ele passava horas sozinho, produzindo crônicas, críticas e poemas”, conta Tápia. Ali se encontram ainda o capacete e o fuzil usados pelo autor durante a Revolução de 1932. “O período de combate deixou uma imagem de que ele era conservador. Na verdade, lutava pela Constituição.”

Casa Guilherme de Almeida 2193
Casa Guilherme de Almeida 2193 ()

Em 1959, dez anos antes de sua morte, Almeida recebeu o título de Príncipe dos Poetas do jornal carioca “Correio da Manhã”, vencendo concorrentes de peso como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Durante sua carreira, colaborou com a “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S. Paulo”. “O museu reforça sua memória. Além da contribuição literária, ele foi um dos fundadores da revista modernista ‘Klaxon’. A opinião a respeito da alta qualidade das suas traduções é unânime”, diz Tápia. A Casa Guilherme de Almeida já tem programação fechada de cursos para 2011. Será cobrada dos participantes somente a inscrição, de 10 reais.

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