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Veja a cobertura dos blocos de rua de São Paulo

Nesta terça (12), ocorre o último dia de desfiles, com os blocos Vai Quem Qué e Urubó

Por Anna Carolina Oliveira, Bruno Machado, Livia Deodato e Marcus Vinicius de Oliveira
Atualizado em 5 dez 2016, 16h20 - Publicado em 7 fev 2013, 14h18

Veja como foi o desfile do Bloco dos Esfarrapados na segunda (11) e outros destaques do Carnaval 2013. Nesta terça, tem desfile dos blocos Vai Quem Qué e Urubó.

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Bloco dos Esfarrapados

Considerado o mais antigo da cidade – foi criado em 1947 –, o Bloco dos Esfarrapados do Bixiga começou sua concentração às 10h de segunda (11), na Rua Conselheiro Carrão, e às 14h, após discurso do presidente da agremiação, dois carros de som e o público desfilaram pelas vias mais importantes do bairro, como Rua 13 de Maio, Rua Santo Antonio, Rua Una, Rua Rocha, Avenida Brigadeiro Luís Antonio e Rua Major Diogo. Segundo informações da organização do evento, o desfile chegou a reunir até 35 mil foliões, que não se intimidaram pelo forte calor, e cantaram marchinhas e sambas-enredos antigos por várias horas, até o início da noite.

Durante o percurso, a vizinhança saiu às janelas e às portas para acompanhar a movimentação. Alguns, inclusive, improvisaram a fantasia e se uniram à folia. Na Rua Major Diogo, alguns moradores que lavavam o quintal de uma casa fizeram a alegria dos foliões ao molhá-los com a mangueira. Ao atravessar o Elevado Costa e Silva, na altura da rua Martinho Prado, os participantes, atendendo a pedidos da organização do bloco, aplaudiram os moradores de rua que ali dormiam.

Todo o percurso foi acompanhado pela Polícia Militar e pela Companhia de Engenharia de Tráfego, que ao longo do trajeto fechou faixas ou mesmo vias inteiras para a passagem do bloco. Na concentração, o público podia contar com banheiros químicos, uma unidade policial móvel e uma ambulância. (Antes da saída do bloco, no entanto, as tradicionais cantinas da região, assim como bares, ficaram abarrotados pelo público excessivo.)

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Houve concursos de melhor fantasia para adultos e crianças. Essas, aliás, estavam em grande número, seguidas pelos pais ou pelos avós – idosos também não faltavam na folia. Além de fantasias diversas, elas se divertiam com spray de espuma, vendido por ambulantes durante todo o trajeto. Por volta das 19h30, o bloco retornou ao ponto inicial, onde foi aplaudido pelo público que, em seguida, se dispersou.  

Bloco Urubó

O segundo dia do Bloco do Urubó foi castigado com a chuva, mas as gotas não levaram embora a alegria dos foliões. Na verdade, o mau tempo ajudou a embalar um coro que cantava “chove chuva, chove sem parar”. Com outras marchinhas como “Mamãe eu quero” e “Me dá dinheiro”, o grupo animado saiu do Centro Cultural Salvador Ligabue, no Largo da Matriz da Nossa Senhora do Ó, às 15h50.

Toda a caminhada curta foi feita ao redor da matriz, com paradas em alguns pontos, como o Frangó e o Bar do Gallo’s. No domingo (10), cerca de 300 pessoas seguiram o boneco de Olinda Urubó por esse trecho. Entre os foliões, muitas famílias com a meninada mais nova. “Viemos ontem e hoje trouxemos nossos sobrinhos para curtir”, diz Amanda Campregher, moradora da região. Já Mariela Alvarenga veio de Franco da Rocha para pular Carnaval com seu filho Pietro. “É um bloco tranquilo para trazer as crianças.”

A animação permaneceu até o fim do trajeto de duas horas, mesmo com os momentos de mudança de tempo. Na segunda (11) e terça (12), o Urubó retorna às ruas do bairro com concentração às 14h, em frente ao Centro Cultural. A saída acontece por volta das 15h. Como a previsão para os dois dias também é de chuva no período da tarde, lembre-se de pegar uma capa.

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Bloco Vai Quem Qué

O bloco Vai Quem Qué é um dos mais tradicionais da capital. O seu estandarte marca o ano de 1981 como início de sua carreira na folia paulistana. Há um certo mistério em torno do trajeto do bloco, pelo fato de ele sempre agregar muitas pessoas. E existe um motivo para isso: o bloco é composto por uma banda de mais de 20 músicos, entre vocais, metais e bateria, que entoam essencialmente marchinhas clássicas e saudosas, como “se você fosse sincera, Aurora” ou ainda “Se você pensa que cachaça é água…”.

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Seria um bloco pra ninguém botar defeito se não fosse a tentativa exagerada dos organizadores de quererem profissionalizar o que deveria ser só uma folia despretensiosa. Com “diretores de harmonia” estressados, o bloco, que começou a esquentar a bateria na R. João Moura, debaixo do Viaduto Paulo VI, foi obrigado a atravessar a Praça Benedito Calixto em silêncio. O motivo, segundo os organizadores, era não atrair mais gente, o que impediria o bloco de sair do lugar.

Depois de ter sua primeira meia hora de desfile sem música, os “vaiquemquerianos” resgataram a animação e seguiram felizes pelas ruas do entorno da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros.

O Vai Quem Qué começa sua concentração neste domingo (10) novamente às 19h, na região da Benedito Calixto.

Veja fotos do bloco:

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Bloco Jegue Elétrico

O bloco Jegue Elétrico é modesto, mas garante a folia ao resgatar marchinhas divertidas, cheias de duplo sentido. A concentração acontece na esquina das ruas Teodoro Sampaio e Lisboa, em frente à Praça Benedito Calixto, em Pinheiros  Ele segue pela Rua Lisboa até a Rua Artur de Azevedo, cruza a Avenida Henrique Schaumann, entra à direita na Rua Francisco Leitão e volta pela Rua Teodoro Sampaio. É fácil de ser encontrado por ter a figura de um jegue como estandarte.

No sábado (9), choveu bastante e os foliões não tinham muito para onde correr: eram poucos os estabelecimentos abertos ao redor. Portanto, garanta a sua capa de chuva porque a festa não para.

Há bastante banheiros químicos na calçada do Banco Bradesco, em frente à Praça Benedito Calixto. Mas não espere por limpeza.

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A dica é ficar sempre próximo às caixas de som do bloco, que não conta com a ajuda da CET para dispersar o tráfego de veículos. Em um determinado momento, ele teve de disputar espaço com carros e ônibus que trafegavam pela movimentada Rua Teodoro Sampaio. 

O Jegue Elétrico começa sua concentração hoje às 17h30, na esquina da Teodoro Sampaio com a Lisboa.

 

Bloco João Capota na Alves

As ruas de Pinheiros ganharam um colorido todo especial na tarde do sábado (9) de Carnaval. O bloco de rua João Capota na Alves, realizou o sexto desfile de sua história, saindo do pontilhão do Sumaré e seguindo pelas ruas Oscar Freire, Artur de Azevedo, Lisboa e finalizando o trajeto na Praça Benedito Calixto. Brindados com um céu aberto e levantando a bandeira da diversidade, os organizadores fizeram uma única exigência ao público: que todos fossem fantasiados. 

O pedido fez com que os cerca de 2 mil foliões presentes tirassem seus trajes carnavalescos do armário, ou criassem um, para não fazerem feio na “avenida”.  Jovens, famílias e crianças seguiram pelas ruas e não faltaram homens vestidos de mulher, boneca Emília, dançarinas do ventre, Branca de Neve, Fred e Pedrita, entre outros. “É um bloco cheio de alegria e a galera pula até o fim. É demais”, afirma Rodrigo Lopes, que usava um vestido florido e acessórios femininos. 

Incentivando o público a ocuparem os espaços públicos da cidade e agradecendo ao Manifesto Carnavalista, realizado por blocos independentes da cidade ao lado da Prefeitura, os integrantes bradaram “mais amor São Paulo” e saíram por volta das 14h30. Os puxadores foram seguidos por uma bateria e um carro de som não-motorizado, deixando quem ficava mais longe com dificuldade de acompanhar as letras, pois o volume era baixo.

Durante todo o percurso os foliões entoaram somente as marchinhas compostas pelos próprios integrantes do bloco, batizado em homenagem às ruas João Moura, Capote Valente e Alves Guimarães, onde moravam os estudantes que fundaram a agremiação.

Não faltaram os ambulantes oferecendo cerveja a preços caríssimos (R$ 5,00 a lata), vendedores de espetinhos e, infelizmente, os pouco civilizados que não abriram mão de deixarem sua marca, com urina, nos muros e cantinhos das ruas da cidade. 

Após uma parada na equina da Oscar Freire com a Artur de Azevedo, o bloco seguiu e fez mais uma longa estada em frente ao pub Finnegan’s. Paola Macuco, moradora do bairro, participa há cinco anos do bloco e faz questão de levar toda a família, inclusive a labradora Kika, para desfilar. “Adoramos quando chega essa época do ano. O pessoal que mora aqui já se acostumou e nem liga para a bagunça”, afima. 

Na sequência, a agremiação partiu para a Rua Lisboa, onde caminharia para o encerramento do trajeto. Para surpresa dos presentes, uma forte pancada de chuva marcou o encontro entre o João Capota na Alves com o bloco Jegue Elétrico, que se concentrava na Praça Benedito Calixto, e recebeu os foliões resistentes para uma nova maratona de folia pelas ruas de Pinheiros. 

 

 Bloco Banda do Trem Elétrico

A happy hour foi diferente para quem trabalha na região da Avenida Paulista e gosta de tomar uma cerveja na Rua Augusta. O bloco de rua Banda do Trem Elétrico, que representa os metroviários da cidade, não se amedrontou com a chuva fina que caía durante a noite de sexta-feira (8).

Cerca de três mil pessoas se reuniram na esquina da Rua Augusta com a Luis Coelh para acompanhar o bloco, que seguiu pelas ruas Martins Fontes, Xavier de Toledo e Praça Ramos de Azevedo, terminando  próximo ao Teatro Municipal. Lá, um ônibus aguardava quem ainda tinha fôlego para continuar a folia em um samba na sede do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé.

O esquenta começou em um bar na rua Luís Coelho, onde alguns foliões trocaram a roupa de trabalho por uma camiseta distribuída gratuitamente pelos organizadores. Outros já chegaram ao local paramentados com fantasias simples.  Carminha, a vilã de Avenida Brasil, foi uma das máscaras vistas por lá.

Quem teve paciência se aglomerou na frente de um pequeno caminhão que servia cerveja de graça aos foliões. Quando o presidente do bloco deu o apito inicial de cima do trio elétrico, a multidão se animou com as marchinhas clássicas, como Alah-la-o e Cabeleira do Zezé. A bateria puxou a multidão a partir das 21h30, acompanhada de cinco passistas. 

Na Augusta, o trânsito foi interditado apenas de um lado, o que fez o público dividir o espaço com ônibus, automóveis e carros de bombeiro, que ganharam um desenho especial feito com a tradicional espuminha em spray. Ao longo do trajeto, quem sentia a necessidade de utilizar o banheiro apelava para as diversas opções de bares da Augusta.

 A estudante Vanessa Lopes, 21, nunca havia passado o Carnaval na cidade e se surpreendeu com a programação dos blocos. “É o segundo que vejo na Augusta este ano e estou amando. Deixei até de viajar com alguns amigos para curtir por aqui”, conta ela, que dividia um drinque com outra amiga e permaneceu firme até o fim do desfile.

Veja abaixo as fotos do bloco:

 

Bloco do Candinho

Nem o céu cinzento nem a garoa intermitente conseguiram espantar os foliões que se reuniram no início da noite da quarta (6) no Bixiga para acompanhar o tradicional Bloco do Candinho.

Por volta de 19h30, cerca de 500 pessoas se concentraram no cruzamento das ruas Santo Antônio e 13 de Maio para ouvir marchinhas e sambas-enredos clássicos, enquanto aguardavam a saída do trio elétrico. O desfile começou uma hora depois, e passou por vias como Martinho Prado, Martins Fontes, Xavier de Toledo, São João e Ipiranga. Antes do início da movimentação, Candinho leu uma carta assinada por seu pai, Benedicto de Souza, o grande homenageado da festa em 2013, que completa 100 anos.

Na metade do trajeto, ao chegar à Praça Ramos de Azevedo, o bloco parou no Teatro Municipal, onde Candinho fez novas homenagens ao pai. De acordo com a organização do evento, durante o percurso, o bloco chegou a reunir até 2.500 pessoas. Tudo foi acompanhado pela Polícia Militar e pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que interditou momentaneamente algumas ruas ou faixas de vias principais para a passagem do bloco.

Formado por um público heterogêneo, o cordão chamou a atenção da vizinhança da Bela Vista que saudou a passagem do trio elétrico pela janela de suas casas e apartamentos, ou mesmo se juntou à festa. Entre as várias famílias e crianças, o que mais chamava a atenção era a grande presença de idosos, que acompanharam o desfile do começo ao fim. É o caso de Sophie, moradora da região há 50 anos, que preferiu não entregar a idade. “Adoro carnaval. Venho aqui todo ano”, afirmou, com forte sotaque francês. 

Parte do público também divertia-se exibindo os preservativos que representantes da Rede Paulista de Redução de Danos, do programa municipal de combate às DST-Aids distribuíram gratuitamente durante a concentração.

Por volta das 23h30, o trio retornou ao ponto inicial na Rua Santo Antonio, onde por alguns minutos, Candinho entoou algumas marchinhas e, após quase quatro horas de desfile, se despediu do público.

Veja abaixo imagens do desfile:

 

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