Continua após publicidade

Entenda o que está por trás da “campanha do ponto preto”

Iniciativa de inglesa viralizou nas redes sociais, mas polêmica e muitas críticas fizeram a página oficial sair do ar

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h33 - Publicado em 19 out 2015, 19h26

Lançada no mês passado via Facebook, a Black Dot Campaign (em português, “campanha do ponto preto”) logo se espalhou pelas redes sociais. O objetivo é ajudar mulheres vítimas de violência ao redor do mundo de uma forma supostamente simples: se você foi ou está sendo abusada por um companheiro, amigo ou familiar, deve fazer um ponto preto na mão e mostrar para as pessoas. O gesto serviria como um pedido de socorro silencioso, capaz de tirar a vítima de uma situação de risco sem que fosse necessário gritar ou fazer alarde. A iniciativa também viralizou no Brasil, mas o que pouca gente sabe é que causou uma grande polêmica na Inglaterra – que fez até a criadora tirar do ar a página do projeto no Facebook. 

pontopreto
pontopreto ()

O nome da mulher que criou a campanha não foi divulgado, mas ela chegou a dar entrevistas a revistas e canais de TV locais explicando sua intenção. A inglesa contou ter sofrido violência física, emocional e sexual por cinco anos, sem nunca ter coragem de denunciar seu agressor. Durante esse tempo, afirma que sempre quis ter uma espécie de “mensagem” no corpo para fazer os outros perceberem que ela precisava de ajuda – daí a ideia do ponto preto. 

O problema é que, com a viralização nas redes, o conceito original foi rapidamente desvirtuado – pessoas que não sofrem violência começaram a postar selfies com o ponto preto na mão em apoio à campanha. Além disso, ONGs e instituições de combate à violência contra a mulher passaram a criticar o projeto, sob argumento de que as vítimas ficariam ainda mais expostas se fizessem o tal desenho. 

Continua após a publicidade
blackdot facebook
blackdot facebook ()

Além disso, como não há nenhuma ligação com entidades oficiais de suporte às vítimas de violência doméstica, a eficácia da proposta foi bastante questionada: essas mulheres realmente conseguem ajuda mostrando a mão com um ponto preto? Todos vão entender que aquilo é um pedido de socorro? É seguro fazer isso? Não há números oficiais sobre quantas mulheres foram salvas após aderir à campanha. 

A página oficial foi deletada duas semanas atrás – no Brasil, há apenas dois grupos de discussão fechados, “Black Dot Campaign Brasil” e “Eu apoio The Black Dot Campaign Brasil”. Cada um tem cerca de 4 000 membros – é preciso pedir autorização para visualizar as postagens. Ainda sim, é grande o número de compartilhamentos.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.