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Boteco do Tonico reúne palmeirenses ilustres e influentes

Para frequentar o camarote informal é preciso ser convidado pelo dono, Antonio Buonerba

Por Marcelo Moura
Atualizado em 5 dez 2016, 18h41 - Publicado em 23 jul 2010, 23h16

Em sua primeira passagem pelo Palmeiras, de 1997 a 2000, o técnico Luiz Felipe Scolari criou o apelido “turma do amendoim”, em referência aos torcedores das cadeiras sociais. Agora que está de volta ao Palestra Itália, Felipão poderá conhecer a turma do polpettone. Ela se reúne no Boteco do Tonico, na Rua Martinico Prado, em Higienópolis. O boteco tem um polpettone tão saboroso quanto o da cantina Jardim de Napoli, que fica do outro lado da rua, mas não há concorrência. Primeiro porque os dois lugares são do mesmo dono, Antonio Buonerba, o Tonico. Segundo porque o boteco, criado uma década atrás, não é aberto ao público. Quem repara no letreiro de neon e pede para entrar é prontamente rechaçado pelos manobristas da cantina. Ali, só tem lugar a turma do Tonico, também chamado de “pai” ou “papa” por seus convidados.

No centro do boteco fica uma mesa de doze lugares. O assento de honra — uma cadeira verde com encosto mais alto que o das outras — é reservado ao papa. Queijos, pães, embutidos e bebida estão liberados. “Nós, napolitanos, valorizamos muito o mangiare”, conta Vicente Raiola, conselheiro do Palmeiras e fabricante das azeitonas ali servidas. Sobre a mesa encontra-se um pote de vidro no qual se lê: “O boteco agradece sua colaboração”. No último domingo, quando o Palmeiras apanhou de 4 a 2 do Avaí, ele continha algumas notas de 50 e 100 reais.

Nas estantes e paredes, oferendas dos visitantes: camiseta autografada pelo piloto de Fórmula 1 Felipe Massa, troféu de melhor jogador do ano deixado pelo atacante Keirrison e uma bola de futebol com a mensagem “Um beijo ao meu pai, com carinho do Edmundo”. Segundo Tonico, o atacante Kleber almoçou ali antes de sua apresentação oficial no Palmeiras, neste mês — e o Felipão já está convidado. “Milton Neves, Fausto Silva, Muricy Ramalho, José Luiz Datena e o Boni vêm muito aqui”, conta. “E o Olim já dormiu nesse sofá.” Sentado à mesa, de costas para a televisão, Antônio de Olim, delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo, confirma com a cabeça. O jogo do Palmeiras atrai interesse, mas não é o centro das atenções. Tonico liga o rádio na Bandeirantes, puxa o celular do bolso e fala: “Ulisses, manda um abraço para os amigos do boteco”. Em quatro minutos, o locutor Ulisses Costa interrompe a narração da partida para atender ao pedido. “Não disse que ele mandaria o abraço?”, gaba-se Tonico.

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