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Boa noite, cinderela: amigos sofrem golpe de garotas em bar na capital

Vítimas retomaram a consciência apenas na manhã do dia seguinte; uma delas foi encontrada em Itapecerica da Serra, na região metropolitana

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 1 jun 2017, 15h52 - Publicado em 4 nov 2016, 23h00

Um homem é abordado por uma mulher sedutora que o convida para tomar alguns drinques. Ele não percebe que, de forma sorrateira, a dama coloca alguma droga em seu copo. Sua memória se apaga depois de várias rodadas. No dia seguinte, o sujeito se vê longe de casa e dá pela falta de vários pertences, ou acorda em uma banheira cheia de gelo com uma cicatriz na barriga.

De tão fantasioso, o golpe chamado “boa noite, Cinderela” parece uma lenda urbana. Na semana passada, porém, uma história desse tipo aconteceu na Zona Oeste. Ainda meio zonzos, três amigos de faculdade estiveram na madrugada de domingo (30) no plantão do 14º Distrito Policial, em Pinheiros, para registrar um boletim de ocorrência de roubo. Eles e outros dois colegas se declararam vítimas de seis garotas, depois de uma noitada de bate-papo regada a incontáveis rodadas de cerveja.

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O cenário foi a varanda do bar Rei das Batidas, no Butantã, na sexta (28). Os rapazes começaram a trocar olhares com as meninas, que estavam numa mesa próxima, e os dois grupos se enturmaram. Mas deu ruim para eles. Todos relatam que sofreram um lapso de memória e não se lembram de quase nada. Quando eles retomaram a consciência, as cinderelas já haviam sumido de vista, depois de surrupiar celulares, cerca de 110 reais em dinheiro, cartões de banco, carteiras do plano de saúde, documentos, vale-refeição, bilhete único e até uma carteirinha de associado do Palmeiras. Um rapaz ainda teve o carro roubado.

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Quatro deles acordaram com sinais de agressão (hematomas na testa e no nariz) e um precisou ser internado no Hospital Leforte, no Morumbi, para se submeter a uma cirurgia no rosto por causa de fraturas em três ossos. Na tarde de quinta (3), ele estava melhor, mas sem previsão de alta. A polícia já tem imagens das suspeitas. Duas delas se envolveram em uma ocorrência idêntica no Largo da Batata, em outubro. “Esse tipo de abordagem criminosa é mais comum no centro”, afirma Roberto Moraes, delegado do 51º Distrito Policial, no Butantã, responsável pelas investigações.

REI DAS BATIDAS
REI DAS BATIDAS ()

As vítimas são amigos de universidade e chegaram ao bar para curtir uma happy hour no fim da tarde do dia fatídico. As suspeitas, aparentemente na faixa dos 20 anos, pareciam beldades de uma girl band: uma loira (estilosa, com mechas rosa no cabelo e tatuagem nas coxas), três morenas (duas têm o cabelo liso e a outra, ondulado), uma ruiva e uma negra. “Sou de Taubaté, estou há pouco tempo na cidade”, disse a que parecia ser a mais novinha delas, com forte sotaque interiorano. Bonita e com certo ar ingênuo, ela queria dicas de bons lugares para conhecer. “Vamos juntar as mesas e a gente conta tudo”, sugeriu um dos rapazes.

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A proposta virou literalmente uma “roubada” por volta das 3 da manhã. Animadíssimos, os cinco amigos racharam a conta, de aproximadamente 500 reais, e saíram do local. “Cada um estava acompanhado de uma garota e foi a primeira vez que as vi aqui”, lembra Carlos Abrantes, gerente da casa. Nos depoimentos à polícia, os rapazes disseram não se recordar de nada, nem de como pagaram a fatura. Quatro deles retomaram a consciência por volta das 9 da manhã do sábado.

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O engenheiro H.S., o mais ferido da turma, foi encontrado por policiais em Itapecerica da Serra (a 37 quilômetros do bar) desmaiado e cheio de lesões. Todos passaram mal durante os três dias seguintes, com vômito, tontura e muita sonolência. Depois de registrarem a ocorrência, os policiais emitiram requisições para que o trio de vítimas que compareceu à delegacia pudesse ir ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames toxicológicos. Como os resultados ainda não ficaram prontos, não se sabe o tipo de droga que eles tomaram. Na segunda (31), a polícia encontrou o automóvel sumido (um Volkswagen Fox) na Avenida das Nações Unidas, no Campo Belo, sem o estepe nem o macaco. Nada mais foi recuperado. “A investigação continua, e não há previsão de conclusão”, afirma o delegado Moraes.

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