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Beber está cada vez mais caro em São Paulo

Dólar alto e mudanças de imposto fazem os preços dispararem; donos de estabelecimentos tomam medidas para evitar fuga de clientes

Por Saulo Yassuda
Atualizado em 20 jan 2022, 09h51 - Publicado em 27 fev 2016, 00h00

Em tempos difíceis para a economia, nos quais mais gente está de olho no lado direito de cada página do cardápio (a que mostra os preços, não os rótulos), os valores andam mais elevados do que nunca.

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O maior vilão (desta vez) não é a margem de lucro dos estabelecimentos, mas um contexto desfavorável, a começar pela alta do dólar, que operava abaixo do patamar de 3 reais há doze meses e, agora, oscila na casa dos 4 reais.

Além disso, em dezembro mudaram as regras do imposto sobre produtos industrializados(IPI) para vinhos e destilados. As tarifas fixas, de no máximo17,39 reais por garrafa, transformaram-se em mordidas porcentuais de até 30%.

Uma cerveja escocesa que o empresário Paulo Leite, do Empório Sagarana, comprava por cerca de 20 reais no fornecedor passou a custar 34 reais em menos de um ano. Para o freguês, o valor saltou de 39 reais para 68 reais. A bebida encalhou e acabou cortada do menu. “O jeito é continuar diminuindo as marcas importadas.”

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Ambiente do bar Bardega
Ambiente do bar Bardega ()

Em outras casas da cidade, são adotadas medidas semelhantes para não afugentaro público. “Recebemos quatro tabelas de mudança de preço durante o ano passado”, afirma o sommelier Gabriel Raele, do Bardega, no Itaim. “Antes, era só um reajuste por ano.”

Ele optou por trocar a maior parte dos rótulos por pedidas simples. É o caso do espanhol Ontañón Reserva, que deu lugar a seu par mais básico, o Ontañón Joven. “Se algum item ficar com o custo elevado demais, procuraremos eliminá-lo”, garante Edgard Bueno, sócio dos bares da Cia.Tradicional de Comércio.

Efeito da mesma disparada, a importadorade cervejas Bier & Wein deixará de lado algumas marcas. “Nossa margemde lucro é 40% menor do que em janeiro de 2015”, diz o diretor Marcelo Stein.

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Sócio da importadora de vinhos que leva seu sobrenome, Antoine Zahil relata que nunca recebeu tantas ligações de donos de restaurante preocupados mais com as cifras do que com a qualidade. “Logo, assistiremos à volta do contrabando debebidas do Paraguai”, exagera.

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