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Baiana das Trufas, vendedora Lucidete Jesus faz sucesso com baladeiros

Apesar de nem sempre ser recebida pelos baladeiros com simpatia, a moça chega a vender 300 chocolates por noite

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 5 dez 2016, 18h53 - Publicado em 26 mar 2010, 12h35

Quem a vê caminhar brejeira, de bata branca e cheia de colares, pode achar que da cestinha de Lucidete Jesus de Sousa, de 26 anos, saem acarajés ou outras delícias soteropolitanas. Isso até ela ligar seu microfoninho e desandar a cantar versos como “Trufa de chocolate/ Sabor supergostoso/ Recheio muito cremoso/ Casquinha derrete na boca”. Musiquinhas similares, sempre acompanhadas de coreografias, renderam-lhe o apelido de Baiana das Trufas entre os frequentadores de restaurantes e casas noturnas da cidade. Apesar de nem sempre ser recebida pelos baladeiros com simpatia — há quem a considere meio “entrona” —, a moça chega a vender 300 chocolates por noite. Seu circuito inclui de restaurantes da Rua Avanhandava, como o Famiglia Mancini, a bares da Praça Roosevelt e do Baixo Augusta. O expediente começa às 19 horas e termina por volta das 4 da manhã, quando acaba o estoque. Ela mesma prepara os doces, às segundas e terças. “Faço 1 000 unidades em dois dias”, estima. “O preço original de cada uma é 32 000 reais, mas dou desconto e cobro apenas 2 reais ou três bombons por 5 reais”, faz piada.

Nascida em Ubaíra, município de 22 000 habitantes no centro-sul da Bahia, Lucidete mudou-se para São Paulo em 2007. “Sonhava virar comissária de bordo”, conta. Conseguiu emprego como babá, mas não se adaptou. “Cheguei a passar fome”, lembra, sobre o período em que ficou desempregada. “Foi então que vi uma senhora vendendo trufas.” Após conversar com a mulher, aprendeu a fazer o docinho e, há um ano e meio, virou a Baiana das Trufas. Desde então, conseguiu concluir o curso de comissária, trocou a pensão onde morava por um apartamento alugado e, às vezes, permite-se o conforto de voltar para casa de táxi após a jornada de vendas. No meio de seus “shows”, arrisca uma enrolação de inglês e chinês para os clientes estrangeiros. “Ainda tenho vontade de trabalhar com aviação ou como atriz”, afirma. “Mas também seria uma boa abrir uma microempresa de chocolates.”

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