Continua após publicidade

Autor condenado por peça sobre caso Nardoni diz que fez obra de ficção

Justiça determinou que Lucas Arantes indenize mãe de Isabella em 20 000 reais; defesa recorrerá da decisão

Por Jussara Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 14h08 - Publicado em 4 set 2014, 11h55

O dramaturgo Lucas Arantes, de 28 anos, foi condenado pela Justiça de São Paulo a indenizar Ana Carolina Cunha Oliveira, a mãe da menina Isabella Nardoni, em 20 000 reais por danos morais. A decisão da juíza Fernanda de Carvalho Queiroz, da 4ª Vara Cível de Santana, proibiu também qualquer montagem teatral do texto.

Arantes é autor da peça Edifício London, inspirada no crime que chocou o país em 2008. Isabella foi morta aos 5 anos. O pai Alexandre Nardoni e a madrasta Ana Carolina Jatobá foram considerados culpados pelo assassinato. O espetáculo tinha estreia marcada para março de 2013 no Espaço dos Satyros, na Praça Roosevelt, mas uma liminar a pedido da mãe da garota impediu a apresentação.

+ Bibi Ferreira canta repertório de Frank Sinatra em show

A decisão também mandou recolher os 500 exemplares do texto publicados pela editora Coruja. Cada livro era vendido por 10 reais. “Ninguém queria explorar financeiramente o que aconteceu. O objetivo era criar uma obra de arte”, disse o autor.

O processo corre em segredo de Justiça. Entretanto, de acordo com o site Consultor Jurídico, Ana Carolina Oliveira alegou que a peça fazia relação direta ao homicídio de sua filha e considerou como “verdadeira aberração” cena em que uma boneca decapitada era lançada através de uma janela.

Continua após a publicidade

+ OSGEMEOS terminam grafite que integra Bienal de Vancouver

Lucas Arantes diz que começou a escrever o texto por causa da repercussão simbólica do crime. “Todo escritor é cronista do seu tempo e fui influenciado por esse clima todo. Escrevi uma obra universal”, diz o dramaturgo, afirmando que a peça não retrata pessoas da vida real. “É uma obra da ficção e não uma biografia não autorizada.”

O texto de Edifício London foi escrito entre 2009 e 2013 e teve treze versões antes de ser considerado pronto para ir aos palcos. Arantes contesta a decisão, alegando que a peça nunca foi avaliada. “Ninguém da Justiça foi assistir o espetáculo. Nem fui chamado para dar esclarecimentos.”

+ Confira as últimas notícias da cidade

Continua após a publicidade

A defesa do dramaturgo recorrerá. “Eu espero que um dia a obra fale por si. Ela não é as distorções que divulgam por aí”, afirma Arantes. Procurados, os advogados de Ana Carolina Oliveira ainda não foram encontrados para comentar o caso.

 

 

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.