Aposentada aluga provadores no Bom Retiro
Ideia veio diante da constatação de que só 10% das 1 200 lojas têm a facilidad
Embora visitasse a Rua José Paulino e adjacências todo mês em busca das últimas novidades, a paulistana Rosângela Ferreira achava um sacrifício fazer compras no Bom Retiro. Não por causa do preço ou da qualidade das roupas, que ela adora. O que a incomodava era a ausência de locais para experimentá-las. “Ficava irritada quando chegava em casa e via que a peça não servia”, diz Rosângela, que mora no Horto Florestal, a 9 quilômetros de lá. Para evitar esse desperdício de tempo (e paciência), a aposentada teve a ideia de abrir uma loja de provadores. Uma bela sacada, considerando que apenas 10% das 1200 lojas do Bom Retiro possuem espaço para as clientes experimentarem calças, blusas, saias e afins.
O lugar, batizado de Pitz, é bem simples. Tem cinco compartimentos, de 1 metro quadrado cada um, separados por divisórias de vime. A privacidade é garantida por cortinas de plástico, dessas utilizadas em banheiro. “Cobro 3 reais por cliente”, conta. “Pensei nesse projeto quando cursava a faculdade de administração”, lembra Rosângela, que trabalhava na época como fiscal da prefeitura. Hoje, cerca de vinte pessoas por dia vão à loja, inaugurada há três semanas, na Rua Correia de Melo, 84, uma travessa da José Paulino. Sua expectativa é faturar 3000 reais por mês. Para ampliar o movimento, ela negocia convênio com os lojistas da região. Eles pagariam um preço fixo a Rosângela, e sua clientela teria direito a usar os provadores. “Essa ideia inusitada tem tudo para ser copiada”, aposta Kelly Lopes, coordenadora da Câmara de Dirigentes e Lojistas do Bom Retiro. “Era o que realmente faltava por aqui.”