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Aparelhos domésticos com controle remoto

Acionar eletroeletrônicos a distância já é realidade em cerca de 700 lares da cidade

Por Débora Pivotto
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

Para abrir a porta de sua casa, em Pinheiros, o engenheiro químico Lourival Santos encosta o dedo médio num leitor biométrico, que reconhece suas digitais. Com o polegar, acende as luzes da sala. Em caso de assalto ou seqüestro, ele usa outro dedo para acionar um sistema de segurança. De qualquer lugar do mundo, Santos pode controlar sua residência. Sempre que viaja, costuma ligar alguns aparelhos para simular que há gente por ali. “Uma vez, um amigo chegou mais cedo para um churrasco e eu não estava”, conta. “Pelo celular, abri a porta para ele.” As facilidades vão além. Quando quer ver um filme, basta um clique em seu laptop e pronto: as cortinas se fecham e um telão de 100 polegadas desce do teto. Para chegar quase perto da versão da casa dos Jetsons, com suas mesas voadoras e babás robotizadas, Santos desembolsou cerca de 160 000 reais em equipamentos. O sistema que permite acionar os aparelhos a distância é realidade em cerca de 700 lares da cidade, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside). “Nos últimos dois anos, entregamos 2 800 projetos de automação”, diz José Roberto Muratori, da Marbie Systems, especializada no segmento. A automação residencial em São Paulo começou tímida na década de 1990, consolidou-se há três anos e, recentemente, despertou a atenção das construtoras. O administrador Pedro Novoa y Novoa mudou-se em março para um apartamento no Itaim que já veio com banheira e chuveiro inteligentes, painel touch screen para controle de persianas e luzes, sistema wi-fi para internet e leitor biométrico na porta. “Eu nem estava procurando tanta tecnologia, mas quando vi no projeto gostei”, afirma. Ao ligar a banheira, uma voz feminina vinda da caixa de som no teto avisa que começou a encher. Novoa escolhe a temperatura e indica se o banho é para uma ou duas pessoas. Alguns minutos depois, outro aviso: “Banho pronto”. Nos dois chuveiros, nada de registro. Com um toque no painel da parede, ele controla a temperatura e o fluxo de água. Esse arsenal tecnológico custa caro. Para automatizar luzes, ar-condicionado, TV, som e persianas numa casa de 250 metros quadrados gastam-se de 15 000 a 20 000 reais, sem contar o preço dos aparelhos. Quanto mais formas de controle, maior o preço. Um monitor touch screen, por exemplo, custa de 3 000 a 20 000 reais. Geralmente, a automação começa no projeto da casa, já que o sistema de fiação e tubulação tem de ser adaptado. No apartamento dúplex da empresária Andreza Schneider Freitas, na Vila Nova Conceição, a tecnologia influenciou a decoração. A cortina de 4 metros de comprimento na janela da sala abre-se e fecha-se automaticamente. “Se fosse abrir manualmente, ninguém agüentaria o peso”, explica a arquiteta Alessandra Pires, responsável pelo projeto junto com Carla Barranco. A possibilidade de o telão ser recolhido mudou o projeto da sala. “Não perdemos a vista da sacada.” Quando vai receber alguma visita, Andreza seleciona, no painel da parede, uma iluminação especial que acende as luzes da sala de jantar e alguns pontos do jardim. “Além de lindo, é prático. Não preciso ficar ligando uma luz de cada vez.” Praticidade para a mãe, diversão para o filho. Lucca, de 4 anos, diverte-se quando aperta um botão na parede e espera para ver o que acontece. Já a empregada doméstica da família, Ana Maria Barros, demorou quatro meses para aprender a lidar com tanta tecnologia: “Antes, eu queria acender a luz e acabava fechando as cortinas. Agora, decorei, e ficou muito mais fácil.”

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