“Anjo de Papel” fala sobre uma tocante amizade
Peça escrita pelo diretor uruguaio Rafael Curci faz a meninada refletir sobre companheirismo, solidariedade e sonhos
Os mais novos podem até se assustar com a escuridão ou algumas imagens. Mas o teatro de sombras — gênero de encenação chinesa surgido entre os séculos I e II a.C. no qual atores manipulam figuras atrás de uma tela — não poderia ser mais apropriado para a narrativa de Anjo de Papel. Na tocante peça escrita pelo diretor uruguaio Rafael Curci e levada pela Cia. Fios de Sombra, uma senhora chamada Clara vive em um mundo todo branco. Diariamente, ela caminha no meio de pilhas de papel, recolhe alguns pedaços e os transforma, com uma tesoura, em silhuetas de crianças.
Sua solidão começa a ter fim quando um anjo cai do céu com uma asa quebrada e ela se oferece para cuidar dele. Clara passa a sonhar: deseja ter a leveza de uma folha e sair voando. O anjinho, porém, quer ser de carne e osso, um menino comum. Até que um dia uma forte chuva ameaça destruir todas as fantasias da cidade de papel, enquanto o afeto entre os dois faz surgir uma esperança capaz de provocar uma reviravolta no destino deles. Originalmente em espanhol, os diálogos traduzidos por Ana Muriel se misturam à trilha instrumental dedilhada ao violão. Ao final, tudo soa como uma deliciosa canção de ninar.
AVALIAÇÃO ✪✪✪