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Dez animações para o público adulto

“Akira”, “South Park” e outros desenhos para ver longe das crianças

Por Bruno Machado e Tiago Faria
Atualizado em 1 jun 2017, 18h09 - Publicado em 23 ago 2012, 20h01

Não é porque é desenho animado que foi feito para o público infantil. Essa máxima vale para algumas animações, inclusive “O Gato do Rabino”, que chega aos cinemas nesta sexta (24).

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A fita carrega a bandeira da paz entre os povos, mas o politicamente correto para por aí. O roteiro é cheio de piadas religiosas – a começar pelo felino falante que quer fazer seu bar-mitzvah – e ironias corrosivas. É o que poderia se esperar do diretor Joan Sfarr, que deu o mesmo tratamento anárquico à vida de Serge Gainsbourg em “O Homem que Amava As Mulheres” (2010).

Tire as crianças da sala e confira, a seguir, dez outras animações feitas especialmente para o público adulto.

“Fritz – O Gato” (1972)

Primeira animação a receber censura máxima nos Estados Unidos, a adaptação da graphic novel de Robert Crumb se tornou uma das mais importantes (e bem sucedidas) fitas independentes. Sem diluir o humor venenoso do cartunista, o diretor Ralph Bakshi satiriza movimentos políticos e sexuais dos anos 60. Fritz, um gato moderninho, vive um cotidiano em que não faltam drogas e “amor livre”. Numa das primeiras cenas, ele participa de uma orgia com três gatas em uma banheira.

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Imagem do filme "Akira"
Imagem do filme "Akira" ()

“Akira” (1988)

Esse filme japonês chamou a atenção da crítica e redefiniu os limites do anime com uma trama complexa. Num visual parecido com “Blade Runner” (1982), de Ridley Scott, a história acompanha uma gangue de motoqueiros em busca de seu amigo Kaneda – raptado para participar de um projeto militar ultrassecreto que confere superpoderes às cobaias.

Cena de Beavis e Butt-Head Conquistam a América
Cena de Beavis e Butt-Head Conquistam a América ()

“Beavis and Butt-Head Conquistam a América” (1996)

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No desenho da MTV, os adolescentes Beavis e Butt-Head faziam comentários rabugentos (e repletos de grunhidos) sobre os clipes transmitidos pela emissora. O universo dos personagens, não à toa, teve que ser ampliado para justificar um longa-metragem sobre a dupla. O road movie “Sem Destino” e comédias atrevidas como “Porky’s” inspiraram o diretor Mike Judge a escrever a aventura dos amigos para recuperar a televisão, que desapareceu.

Cena do filme South Park
Cena do filme South Park ()

“South Park: Maior, Melhor e Sem Cortes” (1999)

A série vencedora de quatro prêmios Emmy ganhou um filme em 1999. Na absurda trama, a turma que já era desbocada aprendeu novos palavrões depois de assistir a um longa impróprio para menores. Esse é o estopim para que a mãe de Kyle, um dos personagens, declare guerra ao Canadá. Em outra tirada hilária, Saddam Hussein e o diabo vivem como um casal no inferno. A fita concorreu ao Oscar de Melhor Canção por “Blame Canada”.

Waking Life
Waking Life ()
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“Waking Life” (2001)

O diretor americano Richard Linklater (de “Antes do Amanhcer”) acertou ao optar por uma técnica pouco conhecida – a rotoscopia, que converte a performance de atores em animação – para dar vida a uma ideia também incomum. Neste drama filosófico, discutem-se temas como o subconsciente, os sonhos e a loucura. O diretor voltaria ao formato em outro instigante desenho para adultos: “O Homem Duplo”, de 2006.

As Bicicletas de Belleville
As Bicicletas de Belleville ()

“As Bicicletas de Belleville” (2003)

A animação vinda da França caiu nas graças da crítica. Durante o Tour de France – tradicional prova ciclística do país – o jovem Champion é sequestrado. Sua avó e o cachorro Bruno partem, então, em sua busca, indo parar na cidade que dá nome ao filme. Concorreu a dois prêmios Oscar.

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Paprika
Paprika ()

“Paprika” (2006)

Para quem se perde nos labirintos visuais de David Lynch, cuidado: esta ficção científica japonesa pode oferecer desafios tão complexos quanto. A partir do livro de Yasutaka Tsutsui, o diretor Satoshi Kon imagina um mundo futurista onde psicólogos podem se infiltrar nos sonhos dos pacientes e explorar seus pensamentos. A premissa, aparentemente simples, aos poucos apaga os limites entre alucinação e realidade.

Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock ()

“Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll” (2006)

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Criações do cartunista Angeli como Wood, Stock, Lady Jane e Rê Bordosa se encontram numa festa hippie neste longa brasileiro. Trinta anos depois, barrigudos e carecas, Wood e Stock ainda tentam se ajustar aos novos tempos. Eles decidem que, para fugir da rotina, devem ressuscitar sua antiga banda de rock. Entre as personalidades que emprestaram suas vozes à animação estão Tom Zé, Lobão e Rita Lee.

Persepolis
Persepolis ()

“Persépolis” (2007)

Inspirado em uma graphic novel autobiográfica e homônima, “Persépolis” é uma visão da adolescente Marjane Satrapi sobre a Revolução Iraniana, no fim dos anos 1970. Com vozes de Catherine Deneuve e Chiara Mastroianni, foi indicado a cinco prêmios César, venceu o prêmio do Júri em Cannes e foi indicado ao Oscar de Melhor Animação – perdeu para “Ratatouille”.

Cena de Valsa com Bashir
Cena de Valsa com Bashir ()

“Valsa com Bashir” (2008)

Muito bem recebida pela crítica no Festival de Cannes, surpreendeu ao apresentar um registro duro e pessoal sobre os horrores da Guerra do Líbano. A trama poderia ter sido filmada como um documentário. Mas a animação garante ao diretor, o israelense Ari Folman, a liberdade de mesclar cenas líricas aos depoimentos de soldados que lutaram com ele no conflito. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

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