Jovem Ana Prata exibe vinte obras no Instituto Tomie Ohtake
Com estilo leve e dramático, pintora da nova geração segue em cartaz até o próximo 24 de junho
Há uma espécie de segunda intenção nos trabalhos da pintora mineira radicada em São Paulo Ana Prata, de 31 anos. Marcadas pelo excesso de luz, pinceladas próximas do cartum e cenas triviais, suas obras conseguem retratar momentos dramáticos sem transmitir peso ao espectador. É o caso do óleo “Canteiro”, em que, à primeira vista, um carro desgovernado parece ser apenas parte da paisagem. Depois de se observar melhor, percebem-se o movimento e a gravidade envolvidos naquela situação. Nos vinte quadros reunidos na mostra “E Também o Elevador, o Vulcão e o Jantar”, os temas variam bastante — vão de naturezas-mortas a imagens cotidianas — e revela-se constante a leveza com a qual a artista cria cada detalhe.
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Ao lado de nomes como Marina Rheingantz, Rodrigo Bivar, Bruno Dunley e Regina Parra, Ana integra uma nova geração que ganhou destaque ao retomar a tradição da pintura figurativa. Distinta do grupo em muitos aspectos, ela compartilha a relação com a linguagem da fotografia e compõe seus trabalhos inspirada em imagens prontas encontradas na internet. Até personagens de desenhos animados servem como ponto de partida, a exemplo da tela “Olivia e Popeye”. Nota-se na seleção o recorrente uso de grandes espaços vazios, tinta escorrida, cores naturalistas e contraste. Ana já realizou individuais no Centro Universitário Maria Antônia e no Centro Cultural São Paulo, ambas em 2009, e na Galeria Marilia Razuk, em 2010. Recentemente, participou da exposição comemorativa “Os Dez Primeiros Anos”, no Instituto Tomie Ohtake, onde está atualmente em cartaz.
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