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Exposição “Água na Oca” usa interatividade para gerar debate

Com montagem dez vezes maior que a de Nova York, mostra aborda o tema a partir de vários aspectos

Por Jonas Lopes
Atualizado em 1 jun 2017, 18h39 - Publicado em 19 nov 2010, 22h44

Os debates sobre a questão do meio ambiente ganham um novo fôlego na cidade na sexta (26), justamente a partir de um de seus recursos mais preciosos. A megaexposição “Água na Oca”, em cartaz até maio de 2011 no Parque do Ibirapuera, reflete sobre a relação do homem com o líquido que ocupa 70% do planeta. Três andares da construção projetada por Oscar Niemeyer serão ocupados com instalações audiovisuais e interativas, aquários (reais e virtuais), terrários, fotografias, vídeos, esculturas e maquetes de embarcações.

Com curadoria de Marcello Dantas (responsável por outras mostras de grande porte do espaço, como “Bossa na Oca” e “Roberto Carlos — 50 Anos de Música”), a montagem teve origem em “Water: H20 = Life”, exibida em 800 metros quadrados do Museu de História Natural de Nova York em 2007. Adaptada para a realidade brasileira com apoio do Instituto Sangari, ela chega a São Paulo com 8.000 metros quadrados, ou seja, dez vezes maior. “Lá, o viés era somente ambiental e informativo. Aqui procuramos expandir o debate, flertar com a arte, o entretenimento e a política, mas sem cair no discurso panfletário, doutrinário”, explica Dantas. Um amplo processo educativo será tocado por monitores treinados pelo Sangari. Os curadores científicos de “Água na Oca”, Gustavo de Mattos Accácio e Mário Donizeti Domingos, ressaltam o apelo instrutivo da exposição. “A nossa ideia não é entregar respostas prontas para os estudantes, e sim provocar perguntas, fazer pensar”, diz Domingos.

Oca 2192
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Logo no térreo, o espectador depara com o aspecto mais científico das atrações. Ali está um aquário com espécies de peixes de várias regiões do mundo, além de um terrário composto de animais criados em 3D, simulando o ecossistema de um manguezal. Já nas janelas da Oca — não por acaso semelhantes a escotilhas —, vídeos exploram virtualmente o fundo do mar, a 10 quilômetros de profundidade. Ainda no térreo, uma balança compara o peso proporcional em água de várias espécies. Intitulado “O Desaguar”, o subsolo do prédio é reservado às obras de arte relacionadas ao tema da mostra. Conhecido por suas esculturas de aço, pedra e, é claro, muita água, o inglês William Pye apresenta quatro peças. Outros destaques incluem o vídeo “Rain”, do alemão Thomas Demand (com imagens em close de gotas caindo, que revelam ser de uma frigideira), uma série de fotografias de natureza da carioca Claudia Jaguaribe e uma instalação assinada pela dupla paulistana Gisela Motta e Leandro Lima, com lâmpadas que emulam o movimento de ondas. O 1º andar é dedicado mais diretamente à nossa relação com a água.

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O visitante pode sentir na pele o drama de enfrentar um alagamento, através de uma casa montada em meio a uma tempestade, inclusive com tábuas no chão e água jorrando do lado de fora. Jornais exibidos em paredes trazem reportagens sobre enchentes desde a década de 30. Também no 1º andar, um painel interativo explica que o ato de tomar um copo de suco ou lavar o carro envolve muito mais água do que se imagina, e dá dicas para um uso mais racional e sustentável. Por fim, o 2º andar da Oca é uma espécie de planetário ao contrário. O espectador deita em colchões de água e assiste a uma animação projetada no teto — mais uma vez sobre as profundezas desconhecidas dos mares. “Fomos para a Lua, sonhamos em colonizar Marte e nem sequer chegamos ao fundo dos oceanos”, observa Marcello Dantas. “Ainda existe um universo cheio de segredos a ser descobertos.”

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