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Adolescente confessou ter estuprado e matado jovem no interior de SP

Corpo da estudante foi encontrado em um galpão após ela sumir depois de ir a uma festa

Por Andreza Monteiro
Atualizado em 1 jun 2017, 15h54 - Publicado em 13 out 2016, 15h35

Um adolescente de 16 anos confessou ter estuprado e matado a menor de idade Ana Clara Macena dos Santos, de 14 anos, durante festa realizada no último sábado (8) na cidade de Catanduva, no interior de São Paulo. Ela foi encontrada morta no domingo (9) com sinais de espancamento e violência sexual em um barracão abandonado próximo ao salão de festas. 

De acordo com o delegado que investiga o caso, Hélvio Bolzani, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o menor contou em depoimento que encontrou a vítima passando mal na parte externa do salão, por volta das 02h30. “Ele disse que havia passado mal devido a ingestão de grande quantidade de bebidas alcóolicas e tanto ele quanto o amigo estavam muito alterados, por isso ele saiu da festa por um momento”, contou Bolzani. Porém, segundo a investigação, era por volta das 0h30 quando ele abordou a jovem na calçada.

Segundo o depoimento do suspeito, nesse instante, outro menor chegou e, vendo o estado em que se encontrava a jovem, deu a ideia de a levarem para outro local perto dali para manterem relações sexuais com ela. “Os dois, concordando com a ideia, levaram a vitima até o barracão. Ele relatou que a carregou nos braços até o local”. Ainda segundo o delegado, o menor alegou que o amigo dele teria mantido relações sexuais com a vítima enquanto ele teria somente observado.

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Bolzani revelou que no depoimento o jovem contou o motivo de ter decidido matar Ana Clara, “Ele disse que quando o amigo terminou a relação com a vítima, ela teria levantado para se vestir e pegou uma pedra para atacá-los, foi quando ele se irritou e bateu com essa pedra na parte de trás da cabeça dela, depois deixaram a vítima agonizando e foram embora”.

ana macena
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A perícia feita no local em que o corpo foi encontrado constatou uma possível resistência da vitima. “Havia fortes indícios de que houve luta corporal no local, além do laudo do IML ter apontado muitas lesões espalhadas pelo corpo, que apontam que ela sofreu agressões físicas que se assemelham a uma tortura”, relatou o delegado. Sobre esses indícios, o suspeito não soube explicar, segundo o delegado.

Testemunhas relataram em depoimento terem visto a estudante pela última vez sentada na calçada, visivelmente alterada e na companhia de um rapaz, que posteriormente foi identificado como o adolescente de 16 anos que confessou o crime.

Ele foi levado para prestar depoimento no domingo (9) no plantão policial, segundo o delegado Bolzani, porém, negou ter tido qualquer contato com a vítima e disse que sequer a conhecia. Diante da escassez de evidências, acabou sendo liberado pelo responsável pelo plantão.

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O menor foi convocado para depor novamente quando o caso passou a ser investigado pela DIG, na segunda-feira (10). “Quando o caso veio para a DIG, nós ouvimos várias testemunhas que estavam na festa e, inclusive, uma delas disse ter visto esse rapaz saindo do barracão sozinho durante a madrugada. A partir daí ele se tornou o principal suspeito”, contou Bolzani, que na segunda-feira entrou com um pedido de custódia cautelar provisória do adolescente. “No mesmo dia ele foi procurado pelos investigadores e não foi encontrado nem em sua casa e nem na residência de parentes”, relatou, dizendo que para os policiais, o fato dele ter sumido gerou ainda mais suspeitas. “Na terça-feira (11), ele se apresentou na delegacia junto com uma advogada e assumiu o crime, apontando o envolvimento de uma terceira pessoa, outro menor, de 17 anos, que seria seu amigo e também estava na festa.”

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Procurado pela polícia e levado para prestar depoimento, o menor citado no depoimento negou que tenha sido comparsa do amigo. Disse que no horário apontado pela investigação ele já estava indo embora da festa e, inclusive, estava em um ponto de ônibus acompanhado de outras cinco pessoas, entre amigos e parentes, e nem teria mais visto o outro suspeito.

Porém, para a surpresa da equipe da DIG, durante a reconstituição do crime, realizada na tarde de terça, o principal acusado voltou atrás e alegou ter agido sozinho, diferentemente do que havia declarado em depoimento no período da manhã. “Ele passou a negar que o outro menor de 17 anos tenha sido comparsa no crime”, explicou o delegado, dizendo que o rapaz entrou diversas vezes em contradição sobre o que aconteceu naquele dia. “Nesta segunda versão, ele alegou que a jovem foi para o local com ele espontaneamente e que as relações sexuais foram consentidas. Ele teria a atingido com uma pedra após terem se desentendido, pois estava alterado e não mediu as consequências.”

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Apesar da mudança na versão do menor e do depoimento do amigo dele, que negou ter ajudado a cometer o crime, o segundo suspeito também foi apresentado ao Ministério Público e teve a apreensão provisória decretada por 45 dias, segundo Bolzani.

O atestado de óbito de Ana Clara aponta que ela teve afundamento craniano possivelmente causado com uma pancada e uma fratura na coluna cervical, que veio a ser a causa fatal da morte. “Estamos aguardando alguns laudos, inclusive o toxicológico do sangue da vítima para saber se ela estava sob efeito de entorpecentes ou bebidas alcóolicas e um laudo da análise do material genético encontrado debaixo das unhas dela”, completou o delegado. Segundo ele, com os resultados desses exames e de outros, como a análise que aponta presença de sêmen no corpo da vítima, poderão ser esclarecidos mais caminhos para a resolução do caso. 

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