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A Galeria Fortes Vilaça inaugura um novo espaço fora do circuito das artes

A inauguração contará com um desfile de moda de Isabela Capeto e duas mostras: uma do britânico Cerith Wyn Evans e outra do carioca Carlos Bevilacqua

Por Camila Antunes
Atualizado em 5 dez 2016, 19h28 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

A fila que dobrava a esquina em volta da Galeria Fortes Vilaça na exposição dos grafiteiros osgemeos, durante os meses de agosto e setembro de 2006, já indicava que aquele espaço estava ficando pequeno. Jovens de jeans ou bermudão engrossavam a turma dos tradicionais colecionadores de arte. O público dos irmãos Gustavo e Otavio Pandolfo atingiu 30000 pessoas. Para atender tanta gente foi necessário montar um esquema de distribuição de senhas. As individuais de Iran do Espírito Santo, que pintou as paredes da galeria num dégradé de branco e preto, e de Beatriz Milhazes, que impressionou os visitantes com colagens e cores de efeito psicodélico, também foram bastante movimentadas.

Com a representação exclusiva no Brasil de osgemeos, Beatriz Milhazes, Iran do Espírito Santo, Vik Muniz e outros trinta artistas, dos quais onze estrangeiros, a galeria capitaneada pelas marchandes Márcia Fortes e Alessandra d’Alóia comemora dois feitos recentes. No mês passado, a tela O Mágico, de Beatriz, foi arrematada num leilão da Sotheby’s, em Nova York, por 1,049 milhão de dólares, fazendo dela a mais valorizada artista plástica brasileira viva. Em abril, a Fortes Vilaça passou a operar num segundo espaço, um galpão na Barra Funda para onde o acervo de cerca de 5700 peças em consignação foi transferido. O prédio de 1500 metros quadrados, onde antes funcionava uma tecelagem, tem área para exposições e biblioteca, ainda em fase de montagem. Para a abertura, o curador Neville Wakefield, colaborador do MoMA, de Nova York, apresentou a exposição God Is Design. Entretanto, somente convidados e visitantes com hora marcada puderam conferi-la. O agito no Galpão Fortes Vilaça deve começar para valer a partir deste sábado (14). Haverá um desfile de moda de Isabela Capeto e duas mostras: uma do britânico Cerith Wyn Evans e outra do carioca Carlos Bevilacqua.

A história da Fortes Vilaça teve início em 2001, quando Márcia e Alessandra decidiram dar continuidade ao trabalho do pernambucano Marcantônio Vilaça, que havia morrido precocemente, aos 37 anos. Foi ele quem abriu as portas das mais respeitadas galerias do mundo para vários artistas da chamada Geração 80, como Leda Catunda, Luiz Zerbini, Nuno Ramos e a própria Beatriz Milhazes. Seus métodos de venda eram tão sedutores como pouco convencionais. “Marcantônio viajava com bolo-de-rolo e CDs de Maria Bethânia e Marisa Monte na mala”, conta Márcia. “Os presentinhos transmitiam o calor e o clima brasileiros.” Passadas quase duas décadas desde essa fase de internacionalização, as galerias brasileiras alcançaram destaque nas principais feiras de arte do exterior. O astro americano Brad Pitt, por exemplo, visitou o estande da Fortes Vilaça na feira Art Basel, na Suíça, há duas semanas. Por aqui, os espaços passaram de pontos-de-venda a agitadores culturais. O público jovem e moderninho costuma freqüentar a Galeria Vermelho, em Higienópolis, que tem um restaurante anexo e promove performances e baladas. Também é recente a onda de galerias especializadas em gravuras, grafite e ilustrações, técnicas que até pouco tempo atrás tinham menor prestígio. “Esses espaços são dinâmicos e lúdicos”, diz a galerista Nara Roesler. “Podem dar lugar ao teatro, à música e a muitas outras formas de arte. São uma excelente opção de lazer grátis.”

• Galeria Fortes Vilaça. Rua Fradique Coutinho,

1500, Vila Madalena, 3032-7066.

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• Galpão Fortes Vilaça. Rua James Holland, 71,

Barra Funda, 3392-3942.

>>Confira uma seleção de imagens das estréias, das exposições em cartaz e também das que tiveram mais repercussão em galerias badaladas da cidade.

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