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Universo de Mondrian toma o CCBB

Entenda quem foi o artista que encabeçou o movimento holandês De Stijl e curiosidades sobre as peças apresentadas na mostra

Por Julia Flamingo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h22 - Publicado em 26 jan 2016, 17h48

Para Mondrian, as cores azul, vermelho e amarelo deveriam ser os únicos tons a colorir o mundo. Ele camuflou seu gramofone de vermelho para esconder a cor marrom; pintou uma flor de seda da cor branca, com o intuito de acobertar o verde… Seu ateliê era como as suas telas, cheias de linhas pretas na horizontal e vertical, que formavam quadrados e retângulos quase perfeitos.

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A inconfundível estética do holandês Piet Mondrian (1872-1944) toma os andares do Centro Cultural Banco do Brasil que recebe a mostra Mondrian e o Movimento De Stijl. As cores primárias usadas pelo artista pintam todas as paredes do museu e suas telas tomam todos os seus andares.

Mondrian_Jacoba van Heemskerck
Mondrian_Jacoba van Heemskerck ()
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Para entender o que foi este movimento de nome esquisito, algumas informações úteis: surgido em 1917, na Holanda, o De Stjil desenvolvia uma estética disciplinada, que ressaltava o equilíbrio e a harmonia. Era como uma arquitetura nas telas, onde a cor e a forma tinham exatamente o mesmo peso. Seus artistas faziam algo parecido com um protesto contra o mundo caótico da Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa. No CCBB, estão cerca de setenta obras – entre quadros, móveis, fotografias, cerâmicas e desenhos gráficos – que apresentam a produção dos artistas do movimento, do qual Mondrian se destacou.

Mondrian
Mondrian ()

O pintor demorou alguns anos antes que participasse do grupo e se tornasse conhecido mundialmente – até então, foram cerca de trinta anos de produção. Com curadoria de Pieter Tjabbes, a mostra apresenta cada uma das fases de sua produção. Os quadros feitos nos primeiros momentos de sua carreira, em 1895,  podem ser vistos no subsolo do museu, onde se inicia a mostra. Figurativos, têm cores primordialmente escuras: era um padrão seguido por todos os artistas holandeses da época. Note que as paisagens não têm profundidade: Mondrian nunca foi adepto da perspectiva. Mas ele mostrava indícios da composição feita por linhas: “Ele já tinha um pouco do vertical e do horizontal”, conta Pieter. “Nas paisagens, por exemplo, a água representa as linhas horizontais e as árvores, as verticais”, explica.

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Mondrian
Mondrian ()

Do subsolo, a mostra continua no 4° andar, onde estão as obras mais lindas de Mondrian.. O que eram retratos perfeitos de campos, ruas e casas, viram pinceladas coloridas que não têm a pretensão de retratar aquilo o que se vê: esta é a sua segunda fase, do abstracionismo, que começa em 1917. Repare nos primeiros quadros da sala: as assinaturas são Mondriaan (com dois as), seu nome verdadeiro. Nos últimos, porém, passa a ser Mondrian, como é conhecido até hoje. É a marca de quando ele percebe que precisa simplificar seu nome para ser facilmente pronunciado em todo o mundo – a artimanha facilitaria a internacionalização do seu nome.

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Mondrian
Mondrian ()

No 3°andar estão seus quadros consagrados. Apesar de parecerem simples traçados de linhas pretas formando quadrados, por sua vez pintados de colorido, é chocante vê-los de perto: são construções bem elaboradas que demoravam meses para serem finalizadas. Grande fã de jazz, Mondrian produziu muitas de suas criações ao som do estilo musical – as linhas refletem os ritmos da bateria e sopros do saxofone.

Mondrian_Gerrit Rietveld
Mondrian_Gerrit Rietveld ()
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Os últimos dois andares da mostra são dedicados a outros artistas do movimento De Stjil e a estética da vanguarda aplicada em móveis, na arquitetura, em anúncios, na cerâmica e até em cardápio de restaurantes. Ali ficam os mobiliários de Gerrit Rietveld, como a conhecida Cadeira Vermelha e Azul. Uma réplica da peça está no térreo do CCBB, de tamanho agigantado, local perfeito para tirar selfies.

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Junto das impressionantes peças, são apresentados vídeos, documentários, textos de parede e, para as crianças, instalações interativas. Desde a mostra O Mundo Mágico de Escher, em 2011 – que recebeu 380 000 visitantes e figura como a mostra de maior recorde de público da instituição – a atenção a peças educativas é grande, com o intuito de atrair a todos os públicos: “40% dos visitantes da mostra de Escher nunca haviam entrado em um museu”, aponta Pieter.

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Mondrian e o Movimento De Stijl promete ter filas. Para se esquivar de passar horas esperando debaixo do sol, basta agendar a visita gratuita pelo site do Ingresso Rápido.

 

 

 

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