9 obras que você não pode deixar de ver na SP-Arte
Saiba quais trabalhos se destacam entre as 4 000 peças apresentadas na feira mais importante do setor por aqui
Parecia loucura realizar uma feira de arte em meio à atual situação econômica do país. Não à toa, poderosas galerias internacionais como as nova-iorquinas Marian Goodman e Van de Weghe cancelaram sua participação na SP-Arte deste ano. Surpreendentemente, o evento terminou a quinta (7) num clima bem otimista.
Galerias paulistanas renomadas como Fortes Vilaça, Mendes Wood DM e Millan venderam cerca de quinze obras cada, mais ou menos o mesmo do que foi vendido no ano passado no mesmo período. Outras galerias menores como Marília Razuk e Lume também se mostraram felizes com o resultado: “Ninguém aguenta mais falar de crise, parece que por aqui estão todos querendo dar um chacoalhão nos ânimos”, diz a galerista Marília Razuk, que vendeu oito peças no primeiro dia de feira.
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Estandes mais sóbrios e com peças menos desafiadoras mostram que as galerias preferiram não arriscar. No geral, cresceu o número de pinturas (mais vendáveis) e diminuíram obras em vídeo e em formato de instalações. Por outro lado, a menor quantidade de trabalhos expostos em cada estande deu ao evento uma cara mais elegante do que suas últimas últimas edições.
Ainda assim, fica difícil escolher o que ver entre cerca de 4 000 obras apresentadas pelos 120 estandes no térreo, primeiro e segundo andares do Pavilhão da Bienal (o terceiro piso reúne o setor de design). No roteiro abaixo, a VEJA SÃO PAULO destaca nove obras que merecem receber uma visita até domingo (10), quando termina o evento. O critério para sua escolha foi a originalidade dos artistas que forçam os limites dos materiais e transcendem o seu formato original.
1- Daniel Arsham, na Baró Galeria (segundo andar)
Na escultura do americano, a parede parece virar tecido e cria a imagem de um fantasma que a atravessa. Na mesma galeria, outra escultura de Arsham dá um nó entre a quina formada por duas paredes.
2 – Túlio Pinto, na Baró Galeria
No mesmo estande, o brasiliense Túlio Pinto transforma o vidro num material amolecido. O equilíbrio entre o vidro e o aço só é adquirido depois que o artista transcende a forma que eles normalmente se encontram.
3 – José Resende, na Galeria Millan (segundo andar)
Neste trabalho, José Resende mexe com cera, criando diversos aspectos para o mesmo material. Em algumas partes, ele ganha o aspecto liso, em outras parece ser rugoso: isso porque Resende acrescenta tecido no meio da escultura.
4 – Anish Kapoor, na Lisson Gallery (segundo andar)
O trabalho é ponto de selfies: chama atenção pelo espelho esverdeado que reflete imagens invertidas de quem passa por ali.
5 – Janaína Mello, na Zipper (segundo andar)
Nas mãos da mineira Janaína Mello, longas cordas são desfeitas e trabalhadas até parecerem galhos de árvore. Com um site-specific do mesmo estilo, Janaína está participando de coletiva no Palais de Tokyo, em Paris, um dos espaços expositivos mais importantes da Europa.
6 – José Spaniol, na Dan Contemporânea (segundo andar)
Ao contrário do que se pode pensar, galho de árvore, moldura e tela que formam esta instalação não foram pintados com uma tinta que lhes dá o aspecto de bronze. É o bronze em sua forma bruta que se transforma nesses materiais. Instalações do mesmo gênero integram a mostra individual do artista Tiamm Schuoomm Cash!, em cartaz até 30 de maio na Pinacoteca.
7- Olafur Eliasson, na Neugerriemschneider (segundo andar)
Um dos artistas contemporãneos mais aclamados mundialmente, o dinamarquês Olafur Eliasson cria efeitos incríveis em pequenos globos de vidro. Ao andar de um lado a outro em frente à obra, o visitante vê as cores verde e vermelho que, inicialmente, pareciam não fazer parte do trabalho.
8 – Andrey Zignnatto, na Blau Projects (térreo)
O paulista faz o tijolo ser maleável: ao invés de sua rigidez inerente, o material é esculpido até que se torne tão suave e esvoaçante como um tecido.
9 – Lucas Simões, na Emma Thomas (térreo)
O efeito aqui é parecido com aquele que Andrey Zignnatto quer atingir. Ao invés do tijolo, porém, ele se utiliza do concreto, material de construção utilizado em construções brutalistas, como o prédio de Oscar Niemeyer.
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