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Aos 82 anos, Walmor Chagas morre no interior de São Paulo

Relembre a vida do ator, que teve importantes papéis no teatro, no cinema e em novelas

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 16h23 - Publicado em 18 jan 2013, 20h13

Walmor Chagas foi encontrado morto na tarde desta sexta (18) na cozinha da chácara onde vivia em Guaratinguetá, interior de São Paulo. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio, já que o caseiro disse ter ouvido o disparo de um tiro minutos antes de encontrar o corpo do ator.

Nascido em Porto Alegre, em 1930, Walmor teve uma prolífica carreira nas artes cênicas em São Paulo. Começa na profissão no Teatro do Estudante, em Porto Alegre, com Antígone, de Jean Anouilh, em 1948. Seu primeiro espetáculo profissional foi Assim É… (Se lhe Parece), de Luigi Pirandello, em 1950.

Muda-se para São Paulo em 1952 e, junto com Ítalo Rossi, funda o Teatro das Segundas-Feiras. A primeira peça apresentada foi Luta Até o Amanhecer, de Ugo Betti. Sua atuação chamou a atenção do Teatro Brasileiro de Comédia, o famoso e extinto TBC, que o convidou para encenar Assassinato a Domicílio, de Frederick Knott, com direção de Adolfo Celi, em 1954. No ano seguinte, destacou-se como o Mosca, de Volpone, texto de Ben Jonson, dirigido por Ziembinski.

Em 1955 conhece Cacilda Becker no espetáculo Os Filhos de Eduardo, de Marc-Gilbert Sauvajon, que ela dirigiu ao lado de Ruggero Jacobbi. Após uma série de espetáculos bem sucedidos no TBC, Walmor, Cacilda e Ziembinski unem-se, no Rio de Janeiro, para fundar o Teatro Cacilda Becker, do qual era sócio majoritário. Sob o comando artístico de Ziembinski, a nova companhia estreia, em 1958, O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna. O desempenho de Walmor é aclamado tanto pela crítica quanto pelo público (recebeu o Prêmio Padre Ventura, do Círculo Independente de Críticos Teatrais).

Em 1960, o Teatro Cacilda Becker é trazido a São Paulo, dessa vez, sem Ziembinski. Entre as peças encenadas estão Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, e Em Moeda Corrente do País, de Abílio Pereira de Almeida, a primeira direção de Walmor na companhia. Em 1962, participa de outra direção, A Visita da Velha Senhora, de Dürrenmatt, com Cacilda Becker e Sergio Cardoso no elenco.

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Em 1965, o casal Walmor e Cacilda é contratado por Maurice Vaneau para serem protagonistas de Quem Tem Medo de Virgínia Woolf?, de Edward Albee, cujo desempenho de ambos foi muito elogiado pela crítica. Acredita-se que esse tenha sido o auge da carreira do ator no teatro.

Walmor e Cacilda montam em seu apartamento um Centro de Estudos Teatrais, onde dezenas de textos nacionais censurados são ali lidos e debatidos. Juntos tiveram uma filha, Maria Clara Becker Chagas, cantora mais conhecida como Clara Becker.

Isso Devia Ser Proibido, de Bráulio Pedroso e Walmor Chagas, é montado em 1967, com direção de Gianni Ratto, e, em 1969, Esperando Godot, de Samuel Beckett, dirigido por Flávio Rangel, e o que veio a ser o último desempenho de sua então mulher Cacilda Becker: durante o intervalo do espetáculo, ela sofreu um aneurisma cerebral e, levada ainda com o figurino de seu personagem ao hospital, não resistiu e morreu.

No ano seguinte, Walmor interpreta Hamlet, de Shakespeare, novo espetáculo de Flávio Rangel, sem grande repercussão. O ator retorna a Porto Alegre, onde cria espetáculos baseados em textos poéticos. Em 1974, desembarca no Rio de Janeiro e direciona a sua carreira à TV e ao cinema, onde igualmente alcança muito sucesso. Em 1988, inaugura o Teatro Ziembinski, no bairro da Tijuca, no Rio, hoje sob gestão da Prefeitura do Município.

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Em 1999 participa de sua última peça: Um Equilíbrio Delicado, de Edward Albee, sob direção de Eduardo Wotzik, ao lado dos atores Ítala Nandi, Camilla Amado, Luís de Lima e Tônia Carrero.

Seus últimos trabalhos foram no cinema com Cara ou Coroa, de Ugo Giorgetti, e A Coleção Invisível, ainda inédito, ambos de 2012.

+ Leia mais sobre a carreira de Walmor Chagas no cinema

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