Continua após publicidade

Mariana Serri apresenta a mostra ‘Áporo’ na Galeria Marilia Razuk

Artista se inspirou em poema de Carlos Drummond de Andrade e abusa das cores em doze obras

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h57 - Publicado em 30 Maio 2013, 17h50

Com um trabalho focado nas cores, Mariana Serri, 30 anos, apresenta a exposição Áporo até 15 de junho na Galeria Marilia Razuk. Quinze pinturas em telas e papel são inspiradas no poema de mesmo nome de Carlos Drummond de Andrade.

A artista conta que a palavra tem diversos significados, como “um problema insolúvel”, um “inseto que cava a terra” e uma “orquídea verde”. “O que me encanta é a maneira como o Drummond articula as ideias de modo que o inseto “cava” toda a poesia em labirinto que inesperadamente se desata e faz brotar uma orquídea”, analisa Mariana.

Em meio a tantas influências, ela criou lugares imaginários, que parecem paisagens, mas são, na verdade, superfícies de cor que formam uma “paisagem-coisa”, como gosta de definar a artista.

Confira abaixo entrevista com a pintora mineira:

Continua após a publicidade

Como foi a pesquisa para este trabalho? O título da exposição é Áporo, uma homenagem a um poema homônimo de Drummond e também a essa palavra e seus três diferentes significados: um problema insolúvel;  uma espécie de inseto que cava a terra e uma orquídea verde. A relação das pinturas com os poemas não é direta. Não se trata de ilustrar a poesia. O que me encanta é a maneira como o autor articula as palavras. Nesse sentido, vejo uma relação com a dinâmica do ateliê e com o meu embate com a pintura, na exploração da planaridade da tela, nos desafios com a cor e o desenho.

A cor é o fator determinante? O interesse maior continua sendo a cor. Mas não quero dizer que a composição, o assunto ou a forma sejam menos importantes ou aleatórios. É uma pintura muito reflexiva em relação à cor e ao desenho. Associo o processo de construção das pinturas a um fenômeno geológico. Tanto com relação aos planos que constroem a paisagem, quanto com a maneira como são feitas, como uma sedimentação. Em outras obras, eu modifiquei alguns projetos de circuitos e sistemas hidráulicos pintando diferentes orquídeas sobre eles.

Qual tem sido a reação do público? As pessoas têm gostado bastante. Fazer uma exposição é importante no sentido de fechar um ciclo – tirar as obras do ateliê e organizar o pensamento por meio da montagem em um espaço específico. O trabalho precisa ser visto. É uma etapa tão importante quanto a feitura dele. E também é muito gostoso compartilhar este momento.

De onde vem a ideia dos cenários imaginários das suas obras? Pinto paisagens há bastante tempo. A inspiração para a construção destes lugares acontece no meu cotidiano de diversas maneiras, principalmente pela literatura, pelo cinema e por meio de caminhadas diárias em diferentes locais. Fotografo, desenho e faço registros que acabam se transformando em pinturas.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.