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Nelson Baskerville revisita a diversidade sexual em ‘Lou e Leo’

Após <em>Luís Antonio - Gabriela</em>, o diretor conta a história do transexual Leo Moreira Sá em novo espetáculo

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 15h54 - Publicado em 14 jun 2013, 20h00

Em maio do ano passado, Leo Moreira Sá, iluminador da Cia. Os Satyros, assistiu a uma apresentação de Luís Antonio – Gabriela, o premiado espetáculo dirigido por Nelson Baskerville, durante a Virada Cultural. O espetáculo tocou-lhe fundo. “Parte do que passei estava sendo encenado em pleno Pátio do Colégio, e o nome da minha alma gêmea também se chama Gabriela”, afirma o artista, aludindo à travesti Gabriella Bionda, com quem foi casado. “Ela é o amor da minha vida. Uma pena que tenhamos vindo com os corpinhos trocados”, ri o ator, iluminador e performer, que na época da união ainda atendia pelo nome de Lourdes Helena.

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Essa e outras histórias capazes de questionar as mais sólidas e estabelecidas noções de gênero e sexualidade chegam ao Espaço Cênico Adhemar Guerra, o “porão” do Centro Cultural São Paulo, na próxima terça (18), data de estreia de Lou e Leo. Sob a rígida batuta de Nelson Baskerville, o próprio Leo sobe ao palco para passar em retrospecto a sua história.

“Não tenho medo de ficar tachado de ‘diretor de peças sobre transexuais’, mas prefiro que digam que faço um teatro que incomoda, que tira o espectador da zona de conforto e dá voz a quem não tem”, argumenta o diretor. Entre Luís Antonio – Gabriela, seu maior sucesso de crítica, ele encenou Strindberg (Credores),  Nelson Rodrigues (17 X Nelson partes I e II) e adaptou diários de crianças que sofreram os horrores da guerra em As Estrelas Cadentes do Meu Céu São Feitas de Bombas do Inimigo, que reestreia no Centro Internacional de Teatro ECUM neste sábado (15), depois de passagens pelo Sesc Consolação e Viga Espaço Cênico.

Para Barskeville, a história de Leo deve ser vista no palco como um alerta: “A diferença entre Leo e minha irmã, Gabriela, é que o primeiro está vivo. Nós não nascemos todos iguais, mas a cultura se encarrega de torcer nossos corpos para que ninguém seja diferente.”

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Com a quantia ganha com o prêmio Shell de Melhor Iluminação recebido no ano passado por Cabaret Stravaganza, Leo fez a cirurgia de remoção das mamas. “Quando digo que o teatro mudou a minha vida, é literalmente”, afirma o ator e performer. Ele só entrou para o meio das artes cênicas há pouco mais de quatro anos, antes, Leo foi aluno do curso de ciências sociais da USP, baterista da banda de pós-punk As Mercenárias e já foi preso por porte de drogas.  Hoje, membro ativista da Associação Brasileira de Homens Trans afirma que não se ressente do passado. “Não tenho vergonha de nada que fiz e nem me arrependo de quem eu fui. A Lourdes é uma pessoa que me dá muito orgulho. Ela é uma parte muito importante da minha história”.

 

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