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Alexis Taylor, do Hot Chip: “Milton Nascimento é uma inspiração”

Em turnê para lançar o disco <em>In Our Heads</em>, banda inglesa se apresenta no Lollapalooza e no Cine Joia em março

Por Tiago Faria
Atualizado em 5 dez 2016, 16h17 - Publicado em 22 fev 2013, 16h30

Com o disco de estreia Coming on Strong, de 2004, a banda inglesa Hot Chip se tornou conhecida nas pistas de dança mais descoladas da Europa com uma mistura a um só tempo elegante e divertida de eletrônica, pop e soul music. Mas o quinteto queria algo mais – e, com o tempo, gravou álbuns mais introspectivos, com canções para se ouvir também antes ou depois da balada. “Os fãs vão acabar se acostumando ao fato de que todo disco do Hot Chip terá faixas dançantes e outras nem tanto”, explica o vocalista Alexis Taylor, em entrevista à VEJASAOPAULO.COM.

Em março, o grupo mostrará essas duas facetas em São Paulo. No festival Lollapalooza, em 31/3, o repertório terá hits inevitáveis como Ready for the Floor e One Night Stand. Já no Cine Joia, dois dias antes, prometem surpresas em uma apresentação com espaço para momentos intimistas. Nos dois casos, músicas do disco mais recente, In Our Heads (2012), o quinto da carreira, comprovarão que, sim, a banda amadureceu e se encontra em uma fase tranqüila, em paz com o próprio estilo – que já ganhou o apelido de “eletrônica para nerds”.

Abaixo, leia um bate-papo com o vocalista, guitarrista e tecladista Alexis Taylor, um fã de Milton Nascimento que está curioso para conhecer mais sobre a disco music brasileira dos anos 70. Ao repórter, pediu dicas de artistas do período: “Tim Maia? Você pode soletrar para mim?”, perguntou.

VEJASAOPAULO.COM: O disco mais recente da banda soa mais diversificado e dançante que o anterior, One Life Stand. Quando entram no estúdio, vocês se desafiam a surpreender o público?

ALEXIS TAYLOR: Desta vez nós tivemos mais espaço para trabalhar, produzimos tudo por conta própria, mas tivemos a chance de gravar em um estúdio diferente (Club Ralph, em Londres), e essa mudança de ambiente trouxe uma outra atmosfera para o disco. Não foi tão estranho quanto, digamos, se a gente tivesse gravado no Brasil ou em outro país. Mas estar em um outro espaço trouxe um desconforto muito produtivo para a banda.

VEJASAOPAULO.COM: In Our Heads foi descrito como um disco sob medida para as pistas de dança, ao contrário do anterior, mais introspectivo. Essas diferenças foram intencionais?

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ALEXIS TAYLOR: Não consigo ver tantas diferenças entre os discos. Ambos têm apelo para as pistas e alguns momentos mais tranquilos. Mas noto que o novo disco é mais bem gravado e produzido. Ele soa melhor aos ouvidos. Quando lançamos um álbum novo, geralmente as pessoas se surpreendem e fazem esse tipo de comparação, mas acho que, com o tempo, elas vão se acostumar com o fato de que todo disco do Hot Chip terá faixas mais dançantes e outras não tão dançantes, mas que vão funcionar em alguns momentos na pista de dança. Às três da manhã, por exemplo.

VEJASAOPAULO.COM: No novo álbum, vocês soam mais confiantes. Com o passar do tempo, se tornou mais confortável ser um integrante do Hot Chip?

ALEXIS TAYLOR: Sim, a sensação é de estar em casa. Mas sempre foi um pouco assim, já que criamos a banda para nos divertir. Hoje, especialmente, é fantástico estar na estrada com essas pessoas. É uma experiência maravilhosa.

VEJASAOPAULO.COM: Esta é a terceira vez em que o Hot Chip se apresenta num grande festival brasileiro (eles já tocaram no Planeta Terra, em 2010, e no Tim Festival, em 2007). Vocês já se sentem em casa quando tocam no Brasil?

ALEXIS TAYLOR: Nós adoramos o Brasil, tivemos ótimas experiências no país. Nos shows, as pessoas estão sempre felizes, dançando, a atmosfera é sempre muito boa. Mas nunca conseguimos viver o Brasil. A nossa meta desta vez é comer em bons restaurantes, passear, comprar discos… Explorar um pouco mais.

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VEJASAOPAULO.COM: Desta vez, a banda fará dois shows em São Paulo, um dentro do Lollapalooza e outro fora, no Cine Joia. Os fãs podem esperar duas apresentações totalmente distintas?

ALEXIS TAYLOR: Sim, podem. Gosto muito da experiência de tocar em espaços abertos, isso faz parte da minha vida. Mas em shows menores podemos mostrar músicas mais antigas, que nem sempre aparecem no nosso repertório. O interessante em festivais é poder conhecer bandas locais e descobrir novidades… Fico um pouco em cima do muro quando me perguntam se prefiro tocar em festivais ou em casas menores. Gosto das duas coisas.

VEJASAOPAULO.COM: Os shows do Hot Chip costumam trazer surpresas no repertório. Quais serão as cartas na manga desta vez?

ALEXIS TAYLOR: No ‘sideshow’, vamos ter mais variedade, mais faixas antigas, versões de outras bandas. Tocamos recentemente na Jamaica e na Austrália versões de Kraftwerk, de Beach Boys, do Prince… Sempre tentamos fazer um repertório variado, com algumas mudanças que dão um sabor diferente ao show.

VEJASAOPAULO.COM: O som do Hot Chip tem várias referências, do eletrônico à soul music. Existe alguma chance de ouvirmos influências brasileiras nos próximos discos?

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ALEXIS TAYLOR: Não sei se elas vão aparecer na música. Mas tenho ouvido música brasileira sim. Gosto muito de um disco do Milton Nascimento, de 1972. Acho bonito, ele me inspira. Mas a ideia é ouvir recomendações dos brasileiros para que eu conheça um pouco mais. Quem sabe na nossa próxima viagem ao país?

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