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Histórias de amor que valem por uma vida

Ciclofaixa, um mochilão, no metrô e até em um velório. Conheça algumas histórias inspiradoras de casais que se conheceram de formas bem diferentes

Por Marcus Oliveira
Atualizado em 1 jun 2017, 17h40 - Publicado em 11 jun 2013, 15h19

No Dia dos Namorados sempre é tempo de abrir o coração para o que pode vir a ser uma nova paixão ou renovar os vínculos que já se estabeleceram. Diante de tantas situações que a cidade de São Paulo nos permite viver, muitos casais acabam se encontrando em locais e de formas bem diferentes. Durante um passeio pela ciclofaixa, ao atender a um telefonema por engano e até mesmo em um velório, sim, um velório.

+ Saiba como impressionar no dia dos namorados

Selecionamos cinco histórias para amolecer ainda mais os corações apaixonados e, quem sabe, florescer aqueles que buscam um par de meia para dividir as noites. Confira!

Pedalando para o amor

Montada nas ruas da cidade aos domingos e feriados, a ciclofaixa, além de proporcionar um passeio bacana pelas ruas movimentadas da capital, pode unir corações. Foi assim com a redatora publicitária Érika Martins, 34 anos, que, em pleno dia 12 de junho, encontrou seu amor, o engenheiro Bruno Martinelli, 29.

Há mais de um ano sem um namoro fixo, Érika andava com uma amiga pelo trecho que interliga os parques da cidade no dia dos namorados de 2011. Ambas solteiras e a fim de mandar embora o marasmo da data, decidiram pedalar. Até que, durante uma parada em um semáforo da avenida Roberto Marinho, Érika viu um homem em um carro e fixou o olhar. “Achei ele muito bonito e foi uma coisa de atração mesmo.” Sem pensar duas vezes, e nem na companheira que a acompanhava no passeio, seguiu pedalando na direção do carro até o próximo semáforo. Ao alcançar o affair em potencial, ele percebeu e correspondeu: “Me paquerando em pleno dia dos namorados”, e ela não perdeu tempo, “A data é propícia, não?”

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A partir daí, seguiram emparelhados por mais uns três semáforos, até que trocaram os números de telefone. Bruno ligou para ela e marcou de sair três dias depois. A perseguição de Érika ao longo da ciclofaixa já rende dois anos de namoro e a data já foi comemorada com uma recente viagem para Fortaleza. O casal formado ao longo do asfalto já programou um fondue com vinho para a noite de 12 de junho.

Pelo mundo 

joao e raquel
joao e raquel ()

A farmacêutica Raquel Kichise, 29 anos, estava decidida a fazer um mochilão sozinha pelo Peru em 2009. Sem nenhuma indicação ou ajuda de agências, resolveu buscar dicas por conta própria e acabou apelando para as redes sociais, na época, as famosas comunidades do Orkut. Dentre várias respostas que recebeu, uma lhe chamou atenção. Era do analista financeiro João Rocha, 28. Ele havia acabado de chegar de um intercâmbio na Austrália e estava interessado em fazer o mesmo roteiro que ela, inclusive, na mesma data.

Afinidades já trocadas, mantiveram contato e acabaram combinando de irem juntos. Ao longo de dois meses, mantiveram contatos diários pela internet, pontualmente às 18h. Ela, na época, morava em Campinas e ele no Rio de Janeiro. “Eu acabei confiando e depositei 800 reais na conta dele, sem a gente nunca ter se visto ou eu saber um endereço”, comenta aos risos. “Fui muito maluca.”

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A paquera já havia começado pela internet, mas o grande encontro ocorreu em Campo Grande, onde embarcariam para o Peru. Após horas de espera na rodoviária, João não perdeu tempo e lançou um beijo em Raquel, que, claro, correspondeu. Após o fato consumado, viveram 23 dias seguidos de viagem e compartilharam muitos perrengues como dividir quarto com gringos, passar mal e até repartir um biscoito de água de sal.

Passada a viagem, ambos de volta às suas casas, combinaram um encontro em Campinas e a partir daí não se largaram mais. Carioca da gema, João convidou Raquel para passar um Carnaval na Cidade Maravilhosa e na sequência teve certeza que ficariam juntos. Ele passou a buscar um emprego em São Paulo e logo veio morar na cidade. Agora, João está prestes à voltar ao Rio de Janeiro e ela, sem pensar duas vezes, prentende seguir com seu amor, após um namoro que chegou a durar três anos à distância.

Na alegria e na tristeza  

pamella e guilherme3
pamella e guilherme3 ()

Quem foi que disse que para conhecer o amor existe hora ou lugar? A estudante Pamella Passareli, de 19 anos, havia acabado de mudar de colégio e estava fazendo amizades. A nova escola era pequena, o que fazia da sala um grupo que já se conhecia há anos. Mas, dentre os alunos, um havia deixado a turma. Fazendo parte do grupo há pouco mais de quatro meses, ela recebeu uma ligação durante um fim de semana dizendo que alguns meninos de sua sala haviam sofrido um acidente de carro onde um deles ficou gravemente ferido e outro faleceu.

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Mesmo estando no novo universo de um grupo que estudava junto desde muito novos, ela se sensibilizou e foi a cerimônia de sepultamento. No velório, viu o estudante Guilherme Passoni, 20 anos, muito abalado. Ele era o melhor amigo do jovem morto e havia deixado a sala que estudou juntou desde a infância. Ela já havia ouvido falar dele e o tinha visto uma vez. 

No momento do enterro, apenas dois casais de amigos haviam ficado para a cerimônia e Pamella se viu ao lado de Guilherme, que continuava muito comovido. “Eu fiquei ali consolando ele, mas nem passou pela nossa cabeça que algo poderia acontecer”, confessa ela. Após o enterro, ele ofereceu para ela uma carona e em seguida uma amizade floresceu.

Após trocarem endereços de e-mails e redes sociais, mantiveram contato e se viam com mais regularidade, principalmente ao irem visitar o amigo que permanecia internado. Passado um tempo, encontraram-se novamente e ela estava bem chateada, depois de ter brigado com uma amiga muito próxima. Dessa vez, foi ele quem lhe ofereceu um ombro amigo e ela, claro, aceitou.

No dia seguinte, Guilherme caçou o telefone da casa de Pamella e passou a sondá-la. Foi aí que abriu o coração. “Ele já tinha se declarado e fomos a uma festa. Lá, ele me cumprimentou com um selinho e eu já estava interessada.” Após esse dia, a relação entre os dois nasceu e nesta quarta (12) eles comemoram três anos de namoro. “Sou jovem e não sei direito o que é o amor. Mas sei que o que eu sinto por ele é algo muito grande. Acho que isso é amor, né?”, confessa.

Estação do amor 

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joice e rodrigo2
joice e rodrigo2 ()

 Um parceiro praticamente diário dos paulistanos, o metrô também é lugar para o amor nascer. Diariamente, passam pelas linhas cerca de 4,5 milhões de pessoas. A analista de recursos humanos Joice Vicente, 26 anos, e o analista de sistemas Rodrigo Vicente, 28, souberam aproveitar bem o vai e vem dos vagões.

Todos os dias, ela usava o transporte saindo da estação Itaquera, na linha Vermelha, e desembarcava na estação Paraíso, na linha Azul/Verde. Junto da rotina turbulenta, em pleno horário de pico, sobrava um espaçinho na muvuca para perceber Rodrigo observando ela. Isso durou três meses. Após um longo período sem se encontrarem, viram-se novamente e, na ocasião, Joice estava com um amigo, que logo desembarcou. 

Antes que a moça descesse do vagão, Rodrigo foi ao seu encontro e não conseguiu fazer nada se não lhe oferecer uma bala. Ele se apresentou e lhe entregou um cartão, porque sabia que ela ia desembarcar. Joice não recusou o contato e ao sair do metrô olhou para trás e viu uma cabeça para fora do vagão gritando: “Me liga mesmo tá”.

Ao chegar no trabalho balançada, mandou um e-mail receoso, pois estavam ocorrendo ataques da facções nas ruas da cidade e ela pensou que o rapaz pudesse fazer parte do grupo.  Ele viu a assinatura do e-mail e logo ligou, marcando um encontro. Ainda preocupada, pediu para que ele a encontrasse na faculdade e contou a historia para as amigas, que foram ver Rodrigo de perto, temendo que algo acontecesse à amiga temerosa.

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Claro, a única coisa que aconteceu foi o amor nascer. Saíram para tomar um café e descobriram que moravam em bairros vizinhos. A história que começou em 2006 se prolongou até 2008, quando Rodrigo a pediu em casamento. A união se concretizou em novembro de 2009, quando se casaram. Hoje em dia, Joice foge do metrô e ele continua usando os trens para ir ao trabalho. Mas, às sextas, fazem questão de irem juntos ao trabalho, de metrô.

Coração na linha 

marcia e junior
marcia e junior ()

Quem é que nunca recebeu uma ligação errada no telefone de casa? O ministro religioso José Magalhães, 39 anos, atendeu a um telefonema que transformou sua vida. Na ocasião, quem estava do outro lado da linha era Márcia Valéria Magalhães, 44, quando ainda moravam em Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Tudo começou em 2001, quando ao perguntar por uma amiga Márcia teve a surpresa de ouvir: “não tem nenhuma Bruna por aqui, mas tem eu, José”. Vindo de um relacionamento frustrado, ele se encantou com a voz dela e logo tratou de puxar um assunto com a até então estranha. Por sua vez, Márcia passava por um momento bem complicado, havia acabado de terminar um noivado e vivia uma depressão. Papo vai e papo vem, decidiram manter contato e José passou a ligar sempre. “As contas vinham altas, viu. Nos falávamos quase diariamente. Minha família dizia que eu era maluco”, conta ele.

Descobrindo afinidades a cada dia sem se verem, permaneceram na relação por telefone durante quatro meses. Ela não tinha coragem de encontrá-lo pessoalmente e, mesmo assim, José insistiu. Após conseguir “arrancar” o nome da rua onde a amada morava, passou a deixar presentes em uma locadora que estava localizada perto do endereço dela. Um dia, chegou a se esconder para talvez vê-la, mas sem sucesso. Márcia pedia que sua sobrinha fosse buscar os presentes. Inclusive uma faixa na rua ele chegou a pendurar para declarar o seu amor.

Até que no dia 12 de junho de 2001 eles finalmente se viram e tudo que já haviam construído só se confirmou. Casaram-se em novembro do ano seguinte e hoje moram em São Paulo, onde decidiram começar uma nova vida com o pequeno Rafael de 7 anos, fruto do amor dos dois.

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