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Guia rápido para entender a mostra de Robert Capa na Caixa Cultural

<em>A Valise Mexicana</em> reúne fotografias da Guerra Civil Espanhola, que ficaram perdidas durante mais de setenta anos

Por Julia Flamingo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h02 - Publicado em 2 ago 2016, 19h15

Em 2007, três caixas de papelão foram deixadas no International Center of Photography, em Nova York, enviadas por um remetente misterioso da Cidade do México. Quando abertas, revelaram um conteúdo de valor artístico imensurável: 126 rolos de filme com 4 500 negativos clicados por ninguém menos que o húngaro Robert Capa (1913-1954), um dos mais célebres fotógrafos de guerra de todos os tempos, além de registros de cenas feitos por seus companheiros Gerda Taro (1910-1937) e David “Chim” Seymour (1911-1956).

Gerda Taro
Gerda Taro ()

Os rumores sobre a existência das lendárias imagens da Guerra Civil Espanhola finalmente se confirmavam. Tiradas entre 1936 e 1939 em trincheiras e acampamentos, as fotografias foram entregues por Capa a um amigo antes de sua fuga das tropas alemãs, que estavam prestes a entrar em Paris. Não se sabia o paradeiro do precioso material desde então. A mostra A Valise Mexicana reúne centenas desses registros impressionantes: textos explicativos e reproduções de jornais da época trazem informações históricas e fazem valer o passeio até o não tão agradável prédio da Caixa Cultural, na Praça da Sé.

Chim (David Seymour)
Chim (David Seymour) ()

Leia um guia rápido para entender a mostra:

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1 – A Guerra: a Guerra Civil Espanhola eclodiu em 1936 com o golpe militar liderado pelo General Francisco Franco para derrubar o governo democraticamente eleito, formado pela coalizão entre esquerdistas e centristas. Para conter o avanço comunista na Espanha, Franco contou com a ajuda da Alemanha nazista e Itália fascista.

2 – Os fotógrafos: Capa, cujo nome verdadeiro era Endre Ernö Fridmann, foi forçado a deixar a Hungria aos 17 anos por causa de suas atividades estudantis orientadas á esquerda política. Foi exilado em Berlim, onde estudou jornalismo e começou a fotografar para sobreviver. Nascido em Varsóvia, Chim (cujo nome verdadeiro era Dawid Szymin) nasceu numa família de editores e se tornou conhecido por seu trabalho de fotografia feito para a revista comunista francesa Regards. Por fim, Gerta Pohorylle, conhecida como Gerda Taro, foi uma das primeiras mulheres a ser reconhecida como fotojornalista. Nasceu em Stuttgart numa família judia de classe média.

3 – A rota da valise: depois de ser entregue ao húngaro Imre “Csiki” Weiss, amigo de Robert Capa, o material seguiu um rumo desconhecido. Sabe-se que, em 1939, Weiss colocou os negativos numa mochila e foi de bicicleta a Bordeux, onde conheceu um chileno para o qual pediu que enviasse as fotografias ao seu consulado. Em cerca de 1941, o material foi entregue ao General Francisco Aguilar González, embaxador mexicano em Vichy, na França. A próxima informação que se sabe é que, em 2007, a valise mexicana chegou ao instituto nova-iorquino fundado pelo irmão de Robert Capa, Cornell Capa.

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