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A comédia ‘O Terraço’ mostra os excessos na separação de um casal

Os atores Vera Zimmermann e Marco Antônio Pâmio são os protagonistas da peça que dosa delicadeza e humor, sem apelação

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h22 - Publicado em 25 jan 2013, 14h04

Em 2011, o público paulistano conheceu um lado crítico do autor francês Jean-Claude Carrière no drama Circuito Ordinário, escrito em 1972. Nele, o roteirista de filmes do cineasta Luis Buñuel enfocou a vigilância coletiva em tempos de repressão. Com a comédia O Terraço, a invasão de privacidade volta à tona. O texto de 1997 mostra personagens à deriva na vida pessoal e explora um contexto de exposição íntima excessiva e despreocupação com a individualidade.

Vera Zimmermann e Marco Antônio Pâmio interpretam o casal Madeleine e Etiènne. Durante o café da manhã, sem muitas explicações, a mulher anuncia que fez as malas e vai viver com o amante. Ela já avisou a imobiliária e, no mesmo dia, uma corretora (papel de Ilana Kaplan) acompanhará os interessados em alugar o apartamento, que tem uma privilegiada vista de Paris. Um homem folgado (o ator Marat Descartes), um general e sua mulher (Hugo Coelho e Flávia Teixeira) e um sujeito carente (Henrique Stroeter) estão entre os tipos recepcionados na sala de estar da dupla, impedida de discutir o fracasso da relação.

Diretor de talento, embora oscilante em recentes encenações, Alexandre Reinecke dosou delicadeza e humor, sem invenções e nenhuma apelação ao riso fácil. Apoiado pelo bom elenco, ele estabelece um contraponto na condução da história. Enquanto a histrionice é firmemente defendida por Ilana — uma atriz que raramente surpreende, mas conquista a plateia —, Vera e Pâmio jamais abandonam o registro dramático, fundamental para sublinhar a dor de cada um. Se Coelho e Flávia pouco acrescentam, Stroeter e Descartes fogem da caricatura com talento. O primeiro constrói um Maurice sentimental e irresistível nas piadas. Mais técnico, Descartes desenha um Sr. Astruc esquisito e intrigante, capaz de sintetizar a vulnerabilidade dos personagens.

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