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No Bahamas, de Oscar Maroni, pouca discrição e muitos estrangeiros

Casa de Moema fatura alto com árabes, croatas e outros turistas; na exibição do jogo de abertura, detalhes sobre a presença do pai de um dos craques é um dos assuntos

Por João Batista Jr.
Atualizado em 1 jun 2017, 17h19 - Publicado em 12 jun 2014, 22h45

O clima de jogo da seleção brasileira contagiou também o Bahamas, polêmico estabelecimento de Moema frequentado por “mulheres profissionais”, na definição de seu site oficial. O controverso proprietário, Oscar Maroni, processado por acusação de favorecer a prostituição, comemorava o resultado que tem tido com o início da Copa do Mundo: a casa anda cheia de estrangeiros.

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A exceção foi a festa que armou no início da tarde para ver o jogo, no qual havia poucos clientes e sobravam as tais “mulheres profissionais” diante do telão instalado no subsolo, mesmo andar da sauna. Às 15h30, a reportagem de VEJA SÃO PAULO entrou no lugar e lá ficou até quinze minutos após a partida. Os detalhes do que tem rolado no lugar, onde uma garota de programa cobra ao menos 500 reais:

PADRÃO FIFA

Assim que chega ao Bahamas, o cliente é avisado das regras:

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– O valor da entrada é 231 reais, dos quais 100 podem ser consumidos.

– O valor mínimo do programa é 500 reais e dura uma hora. Depois, ouvimos das jovens que, se o pagamento for feito com cartão de crédito, 20% do valor ficam com a casa. Se a opção é dinheiro, 100% são da garota. Algumas chegam a pedir 1 000 reais pela hora do cliente. Quando acham o rapaz feio, inflacionam os preços. É o jeito elegante de dizer “não”.

– O valor do quarto custa 100 reais por uma hora. Se levar duas mulheres, paga 200 reais.

– As meninas não têm autorização de puxar papo com o cliente ou tocá-lo para oferecer seus serviços. O homem é que puxa o assunto. Sexo na frente dos outros é proibido.

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– As garotas, em geral, são bem jovens, na casa dos 20 anos. Havia, nesta tarde, muitas loiras, poucas morenas e nenhuma negra. Dificilmente seriam identificadas como prostitutas fora dali.

– O perfume preferido delas é Tommy Girl.- Maroni exige que elas estejam sempre com as unhas feitas e maquiadas.- Uma garrafa de long neck de Skol custa 35 reais. A caipirinha, 45. A coca-cola, 15 reais.

 

MOVIMENTO INTENSO

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Ontem, véspera do início da Copa e com a cidade abarrotada de turistas, 80% do público da casa era composto por estrangeiros. “Isso aqui estava uma alegria”, disse uma menina de 19 anos, nascida em Vitória e frequentadora do lugar há nove meses. Ela não fala inglês, mas disse que a cerveja e a vodca ajudam a entender o que os clientes querem. “Tinha muito árabe, muito croata e alguns franceses.” A escala dela de apreciação dos clientes de fora: “Americanos são muito mecânicos; árabes e libaneses pechincham para pagar, mas são carinhosos; alemães e ingleses bebem demais; italianos gostam do que fazem.”

TRÊS GATOS PINGADOS

Embora o sucesso da noite passada – na madrugada passada, havia 100 clientes para 80 profissionais –, pode-se dizer que a transmissão do jogo no Bahamas foi um mico. Além do repórter de VEJA SÃO PAULO, havia apenas três clientes. Todos brasileiros. Dois deles eram amigos na faixa de 30 anos, com cara de mauricinhos que frequentam a Disco e o Número. Um deles tinha aliança na mão esquerda. O outro trocou de roupa e ficou de roupão e de chinelo enquanto bebia Budweiser e conversava com algumas garotas. No final do jogo, os amigos subiram para o quarto com duas morenas. O terceiro cliente – também de aliança – tinha por volta dos 45 anos e ficou o tempo todo conversando no bar com a mesma mulher. “Os clientes vão chegar mais tarde porque hoje é Dia dos Namorados e prefeririam assistir ao jogo em família”, analisava Maroni.

 

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FEZ GOL, TIROU A BLUSA

Mesmo com pouco público, Maroni manteve o que anunciou aos clientes: a cada gol feito pelo Brasil, as meninas presentes tiravam a blusa. “Ah, em gol contra não vou mostrar meus silicones”, dizia uma loira parecida com a atriz Ellen Roche quando Marcelo pontuou para a Croácia. Nos outros três gols do Brasil, elas cumpriram a promessa. Das vinte meninas presentes, apenas duas delas têm seios naturais. Todas as outras ostentam próteses em tamanhos variados. Há algumas que também têm silicone no bumbum, à Valesca Popozuda. Uma delas brincou com Maroni: “Por que você enrolou essa estátua grega com pano verde? Eu aqui me expondo e ela toda recatada.” Ele deu risada.

FIGURINO

Não que elas tivessem muito o que tirar. Parte das funcionárias anda de lingerie e outra usa apenas uma regata temática da seleção e calcinha. Todas usam saltos altíssimos. Duas delas tinham modelo com a sola vermelha (seriam mesmo Christian Louboutin?). Algumas estavam de vestido de renda, muito bem cortados, um claro sinal que investem parte do dinheiro que ganham em roupas.

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Bahamas2
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O PAI DO JOGADOR

Quando o time do Brasil entrou em campo para o aquecimento, algumas meninas comentaram um episódio: “O pai desse jogador (…) veio aqui na quinta passada.” Na ocasião, teria desembolsado 6 200 reais, incluindo três garrafas do champanhe Dom Perignon, de 1 500 reais cada. Ao pagar a conta, dizem, se irritou por ter de pagar o estacionamento. “Ele reclama, mas sabe bem que o serviço é terceirizado”, disse Maroni. Segundo uma menina que conhece bem o frequentador, ele gosta de ficar com mais de uma garota por vez. E nunca usa o hotel de Maroni – o programa acontece em outros lugares.

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OS GATOS DA SELEÇÃO

Fred e Hulk são os jogadores mais elogiados e merecem gritos e suspiros quando entram em campo. Uma das garotas converge os elogios para Nico Kovac, técnico da Croácia: “Esse tem cara de que trata a mulher muito bem.”

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