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Arte contemporânea africana ocupa a Oca

Mostra <em>Transit_SP</em> traz 35 obras, entre instalações, pinturas, fotografias, esculturas e vídeos, de artistas como Seydou Keita, William Kentridge e Nick Cave

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h47 - Publicado em 23 jul 2013, 19h39

A arte contemporânea africana é um mistério para grande parte dos brasileiros, na opinião de Daniel Rangel, curador da exposição Transit_SP, em cartaz no Pavilhão da Oca até 15 de setembro. Para aproximar a realidade do continente do nosso imaginário, Rangel iniciou um processo de intercâmbio cultural, que resultou na exposição de 35 obras, de 19 artistas, entre instalações, pinturas, fotografias, esculturas e vídeo.

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Essas criações fazem parte do acervo de mais de 1 000 trabalhos da Fundação Sindika Dokolo, de Angola. Ao lado do vice-presidente da instituição, Fernando Alvim, e do Instituto de Cultura Contemporânea – ICC, Rangel levou a mostra a Salvador e Brasília _e agora a exibe em São Paulo. A edição em cartaz na Oca tem novas obras, como a série de Edson Chagas, fotógrafo angolano recentemente premiado com o Leão de Ouro na Bienal de Veneza.

Mas nem todas as criações são de artistas africanos.”Não se trata de uma coleção de arte contemporânea africana, mas de uma coleção montada a partir da África, com um olhar africano em relação à produção artística atual. Há artistas do continente, mas também de outras nacionalidades, que possuem o legado da África impregnados em seus trabalhos”, explica Rangel. Dos 19 participantes, dois são europeus e um, americano. Entre eles, estão os consagrados Edson Chagas, Seydou Keita, William Kentridge e Nick Cave.

Na exposição, é possível encontrar desde obras históricas _expostas em importantes mostras no exterior, como a Bienal de Veneza, a Africa Remix e a Bienal de Bourdeaux _ até as mais novas. Entre as tradicionais, destaca-se uma série de vídeos animações desenhadas a carvão do mestre sul-africano William Kentridge. Apesar da relevância da obra, dos cinco televisores, apenas dois estavam funcionando no dia 26 de julho.

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No meio do salão, uma série de autorretratos icônicos do camaronês Samuel Fosso chama atenção pelas cores vibrantes. As fotos do artista representam mulheres de outras nacionalidades, como americana e francesa. Fosso expressa a própria visão das grandes potências, usando trajes feitos de tecidos estampados da África.

Das obras mais recentes, as fotos Oikonomos, do angolano Edson Chagas, merece a atenção do visitante. “Também destacaria as instalações humanóides How to Blow up Two Heads at Once, de Yinka Shonibare, e Soundsuit, do americano Nick Cave, como obras que possuem uma beleza e imponência ímpar”, sugere Rangel. Ao olhar para os humanóides, percebe-se o forte traço étnico – e até folclórico – das peças que os vestem. Em Soundsuit, por exemplo, o manequim é coberto por uma roupa feita de contas e paetês, dos pés à cabeça. O traje representa a cultura local, que considera o ato de se mascarar não apenas cobrir o rosto, mas todo o corpo.

Apesar da riqueza, a exposição peca no educativo. Há poucas informações sobre os artistas e obras. Além disso, até o dia 26 de julho, não havia folders com informações sobre a exposição, o que dificulta o entendimento da mostra.

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