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“Tento não cair na esculhambação”, diz Alexandre Reinecke

O diretor de teatro fala da reestreia do sucesso <em>Toc Toc</em>, em cartaz na cidade há quase cinco anos

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 16h20 - Publicado em 5 fev 2013, 17h08

Alexandre Reinecke dirige espetáculos há mais de uma década e, desde então, passou a ser considerado um especialista em comédias. Em cartaz com Mães Iradas, Chá com Limão e O Terraço, o diretor se prepara para a reestreia de um de seus grandes sucessos: Toc Toc volta à cidade para a sua quinta temporada (a estreia ocorreu em maio de 2008) a partir de sexta-feira (8), no Teatro Anhembi Morumbi. Ambientada na antessala de um consultório de psiquiatria, a comédia fala sobre a doença TOC, o transtorno obsessivo compulsivo.

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A seguir, o diretor fala sobre a reestreia do espetáculo e seus próximos projetos.

VEJA SÃO PAULO — O que explica o sucesso de Toc Toc?

Alexandre Reinecke — É uma comédia popular, contemporânea, mas acredito que, sobretudo, tem ótimo texto. Ele se apoia em algo real, uma doença que foi catalogada recentemente. Acredito que o público se identifique com as situações que ocorrem no palco. Lembro que logo após uma das primeiras apresentações, vi uma mulher chorando na plateia e fui conversar com ela. Descobri que ela era portadora de TOC e estava rindo de situações que ela vivenciava. Perguntei a ela quais TOCs do espetáculo ela tinha, a resposta foi categórica: “todos”.

VEJA SÃO PAULO — Como foi o processo de montagem de um espetáculo cujo texto tem elementos da psiquiatria?

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Alexandre Reinecke — Tivemos a assessoria de um psiquiatra e uma busca contínua em não recair na ridicularização. Fazer humor é sempre uma tentação da esculhambação. É necessário, o tempo todo, fazer manutenção para que a peça mantenha um certo nível. É por essas e outras que trabalhar com comédia é muito mais difícil do que qualquer outro gênero.

VEJA SÃO PAULO — Qual é a diferença básica entre dirigir drama e comédia?

Alexandre Reinecke — No drama, é possível ter subterfúgios como música e luz para criar climas. É possível trabalhar com pirotecnias que a comédia não admite, esta é só a luz na cara do ator, texto e atuação. A grande comédia é aquela em que a mão do diretor não aparece. Meu papel é unicamente o de explorar o potencial do ator.

VEJA SÃO PAULO — Como Toc Toc chegou até você?

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Alexandre Reinecke — Quem me apresentou o texto foi a [atriz] Denise Weinberg. Ela assistiu a uma montagem em Paris de Toc Toc e me recomendou montá-la no Brasil. Entre a compra dos direitos e a primeira apresentação, foi um trabalho que durou mais ou menos um ano e meio.

VEJA SÃO PAULO — Você é considerado um especialista em comédias. O que acha disso?

Alexandre Reinecke — No Brasil, gostamos de rotular as pessoas. Eu prefiro dizer que sou um diretor de teatro e que gosto muito do que faço.

VEJA SÃO PAULO — Você também é conhecido por tocar vários projetos simultaneamente. Quais são seus próximos trabalhos?

Alexandre Reinecke — Além de Chá com Limão, O Terraço e Mães Iradas, que estão em cartaz, reestreiam em breve Adultérios [com Fábio Assunção] e Como Se Tornar uma Supermãe em Dez Lições. Também estou fazendo algumas leituras, testando alguns atores. Na verdade, estou passando por dificuldades em fechar elencos, já que no teatro, sempre enfrentamos dificuldades com o patrocínio e a exigência de ter peças com atores famosos. Costumo dizer que os bons atores e autores estão sempre muito ocupados.

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