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Pablo Casado fala sobre sua primeira mostra individual na América Latina

Artista espanhol exibe 22 fotografias na Fibra Galeria até o dia 22

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 15h54 - Publicado em 12 jun 2013, 20h03

Pablo Casado, 45 anos, apresenta sua primeira exposição individual na América Latina até o dia 22 na Fibra Galeria. Como sugere o nome da mostra que reúne 22 fotografias, Abstracción retrata homens e mulheres imersos em um universo particular e alheios a quem os observa.

O artista espanhol conta que muitos dos cenários não são reais. “As imagens recebem um sombreamento em retícula transferido artesanalmente. É a mesma técnica utilizada para fazer gravuras serigráficas”, explica.

Casado viveu durante uma temporada no Rio de Janeiro, em 1991, e disse que essa experiência ampliou sua visão das pessoas e da arte: “No Brasil, há mais chances de você se misturar com os outros”. Passados 22 anos, pretende agora desenvolver um projeto por aqui sobre o candomblé. Confira abaixo a entrevista:

Como surgiu a ideia de fotografar situações muito pessoais, como a hora do banho? A exposição é uma mistura de várias coleções diferentes, dos últimos dois anos. Mas nas 45 obras expostas a minha ideia foi representar o mundo clássico, que também é atual. Eu quis mostrar que as pessoas fazem as mesmas coisas há muito tempo. Por isso, não coloco objetos de hoje em dia nas minhas fotos. As imagens podem reproduzir uma cena que ocorreu há 300 anos, confirmando essa atemporalidade. 

E a escolha dos cenários? Parto de uma ideia inicial e depois começo a fotografar. Os cenários são todos idealizados por mim e muitos não são reais, porque depois eu desenho nas fotos. Elas recebem um sombreamento em retícula transferido artesanalmente. É a mesma técnica utilizada para fazer gravuras serigráficas.

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Quem são essas pessoas? Não procuro modelos. Eu busco pessoas normais, na rua mesmo. Elas não são magras, altas ou musculosas. São corpos normais. E 98% são nus, por causa dessa questão da atemporalidade. Se a pessoa está vestida, ninguém vai pensar que aquilo é um retrato do século XVI. Se está nua, você pode achar que ela nasceu em qualquer momento.

Já fotografou brasileiros? Não, mas gostaria de fazer algo com o candomblé, porque gostei muito de conhecer. Você chega ao local e percebe que é uma manifestação muito natural e aberta.

O Brasil interferiu em seu trabalho? Muito! Sou de Burgos, uma cidade espanhola bastante conservadora. Quando cheguei ao Brasil em 1991, o choque cultural foi grande. As pessoas são mais livres e há mais chances de você se misturar com os outros. Depois que voltei ao meu país, um ano depois, percebi que eu tinha mudado as minhas ideias e a minha obra. Eu me tornei uma pessoa mais compreensiva com as diferenças.

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