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3 perguntas para Louise Cardoso

Atriz de 58 anos interpreta mulher de 70 em peça que reflete sobre obsessão pela eterna juventude

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 16h43 - Publicado em 26 out 2012, 11h42

A atriz carioca Louise Cardoso tem 58 anos, mas no Teatro Folha vai interpretar uma mulher de 70 que jura mal ter completado 50. Com a comédia Velha É a Mãe!, que estreia na sexta (2), Louise leva à cena a obsessão pela eterna juventude. Sem nunca ter recorrido ao bisturi, ela não entende tamanha preocupação.

VEJA SÃO PAULO — O que você acha da neurose das mulheresem relação às cirurgias plásticas?

Louise Cardoso — As pessoas estão muito loucas. Eu não tenho tempo para pensar nessas coisas. Minha vaidade é mais intelectual e espiritual. Faço minha ginástica, claro, mas nunca recorri a cirurgia alguma. Jamais tive vontade e morro de medo de entrar na faca. Relaxo mais quando falo minha idade e as pessoas dizem que possuo poucas marcas. Eu me sinto o maior broto (risos).

 

VEJA SÃO PAULO — Apesar de um currículo variado, você é mais conhecida pelas comédias. Como vê isso?

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Louise Cardoso — É natural. A maioria das vezes em que fiz sucesso foi com personagens cômicos, principalmente na TV. Depois de mais de vinte anos, o TV Pirata, por exemplo, ainda é um estouro. Eu me orgulho de ser reconhecida assim também no teatro. Talvez minhas peças dramáticas não tenham tido tanta repercussão. Confesso que isso me deixa triste. Muitas vezes são trabalhos extremamente elaborados. Mas talvez o público não tenha a mesma disposição para sair de casa e assistir a uma peça com texto denso, como aqueles escritos por Bertolt Brecht ou Tennessee Williams.

 

VEJA SÃO PAULO — Nas comédias, o retorno do público é mais imediato, não?

Louise Cardoso — No caso de Velha É a Mãe!, todos conhecem uma pessoa como a protagonista. E há muitos homens também nessa neurose. Já recebi retornos emocionantes em dramas. Quando apresentei Mãe Coragem e Seus Filhos (2008), no Rio de Janeiro, o valor dos ingressos era muito acessível e a plateia, realmente popular. Um dia, uma mulher estava com um bebê. A peça tinha tiros, barulho demais, e a criança desandou a chorar e perturbou a apresentação. Na saída, essa espectadora veio falar comigo e perguntei por que ela havia levado uma criança de colo ao teatro. A moça me disse que não tinha com quem deixar o filho e preferiu levá-lo a perder o espetáculo. Fiquei comovida. Não temos noção de quantos obstáculos o público supera para nos ver.

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