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Enjoei: 16 milhões de visitantes por mês e ‘lojinhas’ de famosos

Especializado em intermediar a venda de roupas e de outros acessórios usados, a plataforma prepara expansão internacional 

Por Juliene Moretti
Atualizado em 27 dez 2016, 14h47 - Publicado em 18 nov 2016, 23h00

Em 2009, depois de trocar o Rio de Janeiro por São Paulo, a publicitária Ana Luiza McLaren descobriu que não havia espaço suficiente para guardar todas as suas roupas no novo apartamento na capital. Decidida a vender o excedente pela internet, fez uma triagem no armário e fotografou as peças “marcadas para partir”. Em vez de anunciar suas barbadas em um site genérico, como o Mercado Livre, reuniu o enxoval em um blog próprio, batizado de Enjoei, criado em parceria com o marido, o executivo de marketing Tiê Lima. E, quase despretensiosamente, convidou outros internautas a enviar imagens de seus trajes abandonados no fundo da gaveta para que os comercializassem no mesmo endereço.

De forma surpreendente, a “brincadeira” teve repercussão instantânea. Em pouco tempo, Ana passou a receber cerca de 100 e‑mails por dia com pedidos de inclusão. Seu diferencial em relação a outras empreitadas do tipo foi o caráter exclusivo e pessoal. No primeiro caso, havia uma rígida curadoria: poucos e selecionados produtos ganhavam a chance de aparecer na vitrine virtual. No segundo, chamaram atenção as detalhadas descrições a respeito dos itens. “A ideia era só explicar ao comprador que o objeto tinha valor afetivo para o vendedor”, explica Ana. “Mas o formato agradou a muita gente”, completa.

+ Peças em formato de cabeça de animais para decorar a casa

O sucesso fez com que o casal deixasse o emprego e se dedicasse exclusivamente ao Enjoei, a partir de 2012. Na mesma época, a fama do negócio também passou a atrair investidores. Nos últimos quatro anos, a empresa recebeu aportes financeiros de 45 milhões de reais. Hoje, a plataforma recebe 16 milhões de visitantes por mês, que garimpam itens entre 3 milhões de produtos. A expectativa é fechar 2016 com faturamento de 200 milhões de reais, 100% mais que o de 2015. Instalada em uma casa nos Jardins, a empresa conta com noventa funcionários, que, além do site, gerenciam um aplicativo para celular. Em dezembro, a marca vai inaugurar uma filial na Argentina, a Ya Fue.

Ao se cadastrar no serviço, o usuário cria um perfil — no caso, a lojinha. É possível incluir uma descrição e cinco fotos para cada uma das mercadorias, em sua maioria usadas. Na outra ponta, o interessado pode curtir o artigo e selecionar os preferidos. Após a compra, a empresa monitora a entrega pelos Correios e embolsa 20% do valor da transação. Antes exclusivo para moda, o Enjoei abriu-se recentemente a outros segmentos, como decoração e tecnologia. Alimentos e bebidas não são permitidos, mas há a intenção de expandir a atuação para o mercado de luxo e para outros setores. “Alguns usuários já tentaram vender casa na praia ou carro, mas precisamos nos adaptar para atender esse público”, diz Lima.

Desde setembro, a marca também participa do programa de TV Desengaveta, exibido às 21 horas, às segundas-feiras, no canal por assinatura GNT. Nele, a apresentadora Fernanda Paes Leme “invade” o armário de um famoso para selecionar roupas que serão oferecidas no site. O valor arrecadado é revertido para o projeto beneficente INCAvoluntário, ligado ao Instituto Nacional do Câncer.

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Em oito episódios, quase 400 peças foram comercializadas. “Os produtos se esgotam em minutos”, diz a gerente de marketing do GNT, Mariana Novaes. “A temporada de 2017 está garantida.” A visibilidade da página atraiu várias celebridades, que abriram lojinhas próprias no espaço. Uma delas é a blogueira Julia Petit, que contabiliza mais de 24 000 seguidores e 1 000 peças negociadas em dois anos no serviço. “Eu vendia em brechós físicos, mas agora sei quem está comprando”, diz ela.

+ Sete itens criados em parceria com grandes youtubers e blogueiros

Mesmo entre as “anônimas”, existem campeãs de venda. Nesse critério, é difícil superar o desempenho da fotógrafa Luciana Cattani, que comercializou mais de 1 600 produtos nos últimos três anos, entre roupas, objetos de decoração e antiguidades. “Garimpo em muitos lugares para oferecer ali e pratico o desapego”, revela Luciana. “Até agora, a única coisa que eu me arrependi de ter vendido foi um jogo de copos Baccarat”, afirma. Ela dedica três dias por semana à administração da sua lojinha, hoje com cerca de 200 artigos.

Produtos de “grife”

Os espaços administrados por celebridades no serviço

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Astrid Fontenelle (apresentadora de tv). Reúne de camisas oferecidas por 40 reais a bolsas por mais de 2 000 reais

Gabriela Pugliesi (Blogueira fitness). Mistura peças de ginástica com artigos mais finos e já vendeu mais de 1 200 itens

Julia Petit (blogueira de beleza). Com 24 000 seguidores, disponibiliza roupas e sapatos de 20 a 750 reais

Manu Gavassi (atriz e cantora). Vestidos e sapatos são os destaques, mas também há objetos de decoração

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